Filme Sobre Devo é Passeio Sombrio Pelos Estados Unidos

Filme sobre Devo é passeio sombrio pelos Estados Unidos – 14/06/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

No início dos anos 1980, o Devo e o B-52’s foram a trilha sonora para quem dançava vestido de virente limão, experimentava as primeiras gotas de cuba libre ou hi-fi de fanta laranja e seguia a novidade vaga músico, literalmente a new wave.

A estética colorida e as músicas nonsense, porquê “Peek-A-Boo” ou “Rock Lobster”, convidavam os adolescentes a festinhas animadas, sem compromisso e totalmente alienadas.

Testemunhar agora ao documentário “Devo”, que abriu o festival de cinema músico In-Edit nesta quarta (12), no CineSesc, mostra porquê essa suposta desvario estava fora de lugar. Faz segmento da vida de uma filarmónica que se autodenomina uma das mais incompreendidas da história do rock.

O Devo é de vestimenta uma filarmónica tão política —e sátira ao modo de vida americano— que não espanta o vestimenta de ter brilhado intensamente entre 1978 e 1982, e, tal qual uma supernova, explodido miseravelmente em seguida seu sexto álbum, “Shout”, de 1984, deixando praticamente nenhum rastro para trás.

Aí vem o diretor Chris Smith para recontar essa história e recolocar o Devo no núcleo das atenções. Atualmente, Smith pode ser visto na Netflix com os também documentários “Fyre” (2019), sobre um festival de música naufragado numa ilhéu das Bahamas, e mais recentemente com “Wham!” (2023), o duo pop de George Michael.

“Devo” terá mais uma única exibição, no domingo (23) de fechamento do festival, na semana que vem.

E essa história começa de forma surpreendente, uma vez que Mark Mothersbaugh e Gerald Casale pareciam fadados a se tornarem artistas frustrados do interno dos Estados Unidos. Até que o presidente Richard Nixon mandou a Guarda Vernáculo rapinar protestos contra a Guerra do Vietnã de estudantes da Kent University, em Ohio.

Abafaram mesmo: trinta e oito soldados atiraram contra uma poviléu de estudantes desarmados, matando quatro, paralisando um e ferindo outros oito. O massacre da Kent University, porquê o incidente ficou espargido, foi a motivo de duas coisas importantes para história do rock.

O primeiro deles foi o lançamento, um mês depois, da música de protesto de Neil Young “Ohio”, por Crosby, Stills, Nash & Young.

O segundo foi que os estudantes Mothersbaugh e Casale, que haviam se espargido justamente na Kent, viram no massacre a prova para uma farra artística que eles vinham arquitetando: o concepção da reembolso humana, uma volta às raízes pelo modo mais traumático, ou seja, o esquecimento da urbanidade e o abraçamento da selvageria.

Daí o nome Devo e o humor erosivo que emanavam de músicas porquê “Mongoloid”, “Too Much Paranoias” ou “Gut Feeling”, todas do primeiro álbum, chamado “Q: Are We Not Men? A: We Are Devo!”.

Esse título, usado porquê refrão em “Jocko Homo”, se tornaria uma marca registrada da filarmónica, mais ou menos porquê o “Hey, Ho, Let’s Go” dos Ramones.

O documentário traz inúmeras histórias interessantes. A frase “Are We Not Men?” (Não somos homens?) veio de uma fala de uma versão cinematográfica de “A Ilhota do Doutor Moreau”. O termo “devolution” estava num panfleto alertando pais para a possibilidade de suas crianças se tornarem adoradores de Satã.

Com clipes artísticos, e sempre estranhos, o Devo surfou na primeira vaga da MTV até que se tornaram “espertinhos demais” para os gostos da empresa. Usando vasos de vegetal porquê chapéus e máscaras sinistras, eles logo chamaram a atenção de colegas artísticos.

Mothersbaugh conta porquê John Lennon (que também amou o B-52’s) certa vez apareceu à sua frente e cantou um refrão do Devo. David Bowie, sempre antenado, se interessou pela filarmónica logo no primícias, inclusive se comprometeu a produzir o álbum de estreia. O inglês acabou passando o serviço para o mago da produção Brian Eno.

Apesar do que foi dito no início desse texto, o Devo não acabou mesmo em 1986. Unicamente perdeu a influência, sumindo de forma melancólica no restante dos anos 1980, mesmo lançando ainda dois LPs.

Em seguida breve hiato entre 1991 e 1996, o Devo retomou os shows, gravou um novo álbum em 2010 e, atualmente, se apresenta regularmente em Las Vegas, magnífico cemitério para bandas que precisam fazer o caixa. Faz segmento.

Porquê escreveu o repórter da Rolling Stone americana, ao comentar a estreia mundial de “Devo”, no festival de Sundance deste ano, na qual metade da plateia estava usando chapéus-cachepô, ainda somos todos devo-tos.

Folha

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