O término da graduação 6×1, com redução da jornada de trabalho sem subtracção salarial, foi o tema principal da sintoma de 1º de maio, pelo Dia do Trabalhador, na Cinelândia, meio do Rio de Janeiro. O ato reuniu representantes de movimentos sociais, centrais sindicais e sindicatos, porquê o movimento Vida Além do Trabalho (VAT), a Medial Única dos Trabalhadores (CUT), a Medial dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Medial dos Sindicatos Brasileiros (CSB), a Intersindical e a Força Sindical.
O coordenador vernáculo do Movimento VAT, Wesley Fábio, defendeu que o 1º de maio é um dia histórico e, por isso, o VAT entendeu que seria um dia de ir às ruas para exigir o término dessa graduação. O movimento tem a proposta de mobilizar os trabalhadores de forma vernáculo em obséquio da derrubada da graduação 6×1, que prevê seis dias trabalhados e exclusivamente um dia de folga semanal.
“Os trabalhadores estão voltando a pautar os seus benefícios, aquilo que querem e o que de vestuário vai fazer diferença na vida deles. A gente acredita que essa sintoma vai dar uma resposta para o Congresso Vernáculo e para o Hugo Motta [presidente da Câmara dos Deputados], de que a classe trabalhadora está organizada e querendo o término da graduação 6X1. O Movimento VAT conseguiu unir diversas centrais sindicais, movimentos e partidos em prol de uma luta que é real, justa e urgente”, disse à Dependência Brasil.
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Para Roberto Santana Santos, da Medial Intersindical da Classe Trabalhadora, o ato desta quinta-feira na Cinelândia marca o início de uma série de mobilizações nacionais pelo término da graduação 6X1.
“A gente compreende que só com mobilização, só estando nas ruas e praças, é que a gente vai conseguir ter força política para perfazer com essa graduação escravocrata que existe ainda hoje para milhões de trabalhadores do Brasil. É uma tarifa que uniu todas as centrais sindicais, movimentos populares, organizações da classe trabalhadora, associação de moradores, ocupações. É um tema que ganhou as ruas e está presente nas redes. As pessoas estão discutindo o término da graduação 6X1 ”, contou à reportagem.
Odisséia Roble, integrante do Juízo Fiscal do Sindicato Estadual dos Profissionais de Instrução do Rio de Janeiro (Sepe), lembrou que a paridade salarial entre homens e mulheres, a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 milénio, proposta pelo governo federalista, e a valorização do salário-mínimo também são pautas importantes neste Dia do Trabalhador.
“São lutas nossas. A gente não pode deixar de ter a garantia desses direitos e ocupar mais, porque a gente precisa lutar para ir em procura de mais direitos. Por isso, estamos cá reunidos: partidos políticos, movimentos organizados, pessoas comuns”, afirmou à Dependência Brasil.
O presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Hugo Silva, destacou que a questão da redução da jornada é importante para o presente e o horizonte dos estudantes, porque também toca a vida dos estudantes e da juventude do país que está inserida no mercado de trabalho informal, por não conseguir conciliar os estudos com as limitações impostas por uma graduação com seis dias trabalhados e exclusivamente uma folga.
“Muitas das vezes, essas pessoas estão na escola e saem para ir para o mercado de trabalho informal por motivo dessa graduação 6×1. Logo, para nós, é fundamental lutar contra essa graduação. A gente está falando cá sobre a pundonor da vida humana, a pundonor da nossa juventude e de não ter tempo para estudar, saber a cidade, ter aproximação à cultura e ao lazer”, disse em entrevista à Dependência Brasil.
O bancário Marcelo Rodrigues da Silva, da Secretaria de Meio Envolvente da CUT-RJ, sublinhou que o ato ocorre em um dia histórico e de memórias, porquê a própria luta que culminou na geração da data.
“A partir dali, em todo 1º de Maio, a gente comemora, mas trazendo sempre a história da luta. Para nós estarmos cá hoje e podermos botar as nossas bandeiras, a gente lutou contra a ditadura. Para a gente estar cá comemorando os avanços da classe trabalhadora, fizemos muitas passeatas, a luta dos negros, a de combate à homofobia e, atualmente, uma tarifa muito importante para nós, que é a do meio envolvente”, pontuou.
O 1º de Maio começou com uma greve universal de trabalhadores em Chicago, nos Estados Unidos, em 1886. Eles defendiam a redução de jornada para 8 horas e melhores condições de trabalho. Confrontos com a polícia resultaram na prisão e morte de trabalhadores.
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O ato desta quinta-feira começou com uma batalhas de rimas e apresentações de poetas. Na sequência, houve discursos de integrantes de entidades representativas. O fechamento está previsto para às 20h. No entanto, a convocação do movimento Vida Além do Trabalho (VAT) inclui a sexta-feira (2), pedindo que todos permaneçam em mansão em protesto pelo o término da graduação 6×1.