A agenda para o primeiro termo de semana de julho traz duas opções culturais e uma gastronômica. A Cinemateca recebe uma mostra de cinema coreano, enquanto a Japan House tem uma exposição de voga japonesa. No fronte culinário, o destaque vai para o bom restaurante italiano na região setentrião.
COREIA DO SUL, ANOS 50: CLÁSSICOS RESTAURADOS
Até o próximo domingo (7), a Cinemateca Brasileira (lg. Senador Raul Cardoso, 207, Vila Mariana, região sul) exibe sete filmes produzidos na Coreia do Sul, na dez de 1950. Feitos no contexto da guerra que resultou zero subdivisão da península coreana, os filmes refletem a verdade do conflito armado. No sábado (6), serão exibidos “A Viúva”, de Park Nam-ok, às 16h, e “Madame Liberdade”, de Han Hyeong-mo, às 19h. No domingo haverá sessões de “Moeda”, de Kim So-dong, às 16h, e de “A Flor no Inferno”, de Shin Sang-ok, às 19h. Ingressos gratuitos.
BOCCA CUCINA TEM BOA COMIDA DE INSPIRAÇÃO ITALIANA EM SP
A gastronomia italiana, além de ser uma das mais populares do mundo, é uma manancial inexaurível de polêmicas.
Nos últimos anos, o movimento positivo de restaurantes que buscam redescobrir culinárias regionais, ingredientes e preparos menos conhecidos do país foi escoltado de uma proliferação de regras que pregam uma resguardo chata pela “autenticidade” supra de tudo —por mais que estudos demonstrem o quanto as tradições são inventadas.
Nesse contexto, é muito deleitável quando um restaurante parece se voltar menos para polêmica e em dar uma palestra sobre a fidelidade das suas receitas e mais em servir uma gostosa comida de inspiração italiana.
Essa é a sensação deixada pelo Bocca Cucina, lar do chef Diego Sacilotto, vencedor da quarta temporada do programa MasterChef Profissionais e responsável por mais de dez restaurantes de diferentes culinárias na região setentrião de São Paulo.
A lar oferece um menu executivo de três pratos no almoço por R$ 79. Fora ele, o cardápio é variado e passa tanto por receitas que parecem alinhadas a preparos autênticos quanto por pratos que misturam carnes e massas e são mais populares na versão brasileira da culinária italiana. A comida servida tem mais acertos do que erros.
O croquete de costela servido porquê ingresso no menu executivo tem rosto de brasiliano e é magnífico. Frito na hora, crocante, recheado com mesocarpo desfiada saborosa e suculenta, ele abre muito a repasto.
Fora do menu, a bruschetta di calamari (R$ 72) é farta e muito feita. Tem bom pão torrado, lulas macias e um vinagrete refrescante e equilibrado (embora a bottarga descrita não se destaque tanto).
O resultado foi um pouco menos suasório no casarecce com filé e fonduta de queijo servido no menu de um almoço recente. A tamanho é feita na lar e estava em ótimo ponto, mas o molho não tinha sabor e os pedaços de mesocarpo eram pequenos e quase desapareciam no prato.
O teste de queimação veio no espaguete à carbonara (R$ 79). No cardápio do Bocca ele é descrito com ingredientes da receita dita solene —com guanciale (não bacon), queijo pecorino (não parmesão), pimenta preta (por qualquer motivo não labareda de “do reino” no cardápio) e gemas (não ovo). Mas o prato à mesa chega mergulhado em uma grande quantidade de molho, o que pode levar puristas a acusar o uso de creme de leite (sacrilégio!).
O restaurante nega fugir dos ingredientes da regra e explica que somente usa técnicas para emulsificar muito a mistura de gemas, queijo e chuva do decocção da tamanho antes de servir.
O resultado, de indumento, é interessante. O espaguete de grano duro importado tem boa textura, e o molho é cremoso e tem bastante sabor. A apresentação pode gerar ainda mais polêmica, mas também tem o potencial de aprazer tanto a defensores da autenticidade quanto a quem acha a receita “original” um tanto seca (sim, há quem ache).
O Bocca aposta ainda na sua missiva de sobremesas, que é promovida pelos garçons e tem uma bancada privativo no primeiro andejar da lar para que os clientes vejam o preparo dos doces.
O bolo de laranja oferecido no menu de almoço é servido quente e com uma textura muito fofa. Acompanha ainda calda de bom chocolate liquefeito, um sorvete quebrável e farofa crocante.
Bela mistura de temperaturas e consistências. Não é exatamente uma proposta que vai trazer uma novidade revelação sobre a culinária italiana, mas é uma boa opção de comida saborosa e sem polêmica, principalmente em um almoço mais em conta seguindo o menu da lar.
SUTORITO FASHION: MODA DAS RUAS
A exposição da Japan House (av. Paulista, 52, Bela Vista, região meão) traz as tendências da voga no Japão de 1950 a 2020. Coordenada pelo diretor de voga Souta Yamaguchi, traz mais de centena registros fotográficos da voga de rua nipônica, abordando as tendências nacionais e internacionais e a contracultura do país, surgida porquê resposta às mudanças da metade do século 20. Inclui ainda ensaios da revista Fruits, especializada no setor. Fica em edital até 20 de outubro. No final de semana, abre das 10h às 19h.