Finneas, Irmão De Billie Eilish, Sai Da Sombra Com Disco

Finneas, irmão de Billie Eilish, sai da sombra com disco – 02/02/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Finneas O’Connell tinha só 22 anos quando produziu e gravou no quarto que dividia com a mana mais novidade, Billie Eilish, o disco que mudaria a vida deles, “When We All Fall Asleep, Where do We Go?”, com o qual eles venceram os quatro principais troféus do Grammy.

Celebridades instantâneas, e com a indústria da música aos seus pés, os dois enriqueceram, fizeram mais dois discos, saíram juntos em turnês e foram paparicados até por Hollywood, se tornando as pessoas mais jovens a terem vencido duas estatuetas no Oscar.

Mas foi Eilish, que hoje tem 23 anos, quem virou o rosto e a voz da dupla. Finneas, tem tentado logo trespassar da sombra da mana, e para isso lançou o disco “For Cryin’ Out Loud”, frase inglesa usada para expressar indignação, sentimento que permeia todo levante segundo projeto solo do músico. “Fiz o álbum para conseguir respostas diferentes às minhas perguntas”, diz ele à Folha, por vídeo.

No disco, Finneas percorre temas uma vez que a procura pelo autoconhecimento, as complexidades humanas, relações familiares e vulnerabilidade emocional —temas que já eram caros a ele quando trabalhava com a mana. Eilish, porém, não é creditada em nenhuma das faixas do álbum, enquanto o nome de Finneas aparece em praticamente todas as fichas técnicas das canções dela.

“Não”, ele afirma, definitivo, ao ser questionado se teria mantido a mana longe na tentativa de se distanciar da identidade músico que ela construiu. “Senhor grafar com a Billie. Mas ela estava sem tempo, gravando videoclipes e a fazendo cobertura do álbum dela. Eu só quis me manter ocupado enquanto ela também estava”, diz Finneas.

“E uma coisa ajuda a outra. Quando trabalho com ela, melhoro as músicas que faço para mim. E se estou produzindo um tanto meu, me torno um parceiro melhor para ela.”

Eilish lançou em maio do ano pretérito o “Hit Me Hard and Soft”, seu terceiro disco, escrito e produzido por ela e Finneas, uma vez que foi também o álbum anterior, “Happier Than Ever”, de 2021, e o primeiro, que explodiu com os hits “Bad Guy” e “When the Party’s Over”.

Eles divulgaram o álbum juntos, tendo oferecido várias entrevistas para falar do processo de escrevê-lo e gravá-lo —com ele concorrem a seis estatuetas do Grammy que ocorre neste domingo, incluindo a principal, de disco do ano.

Mas, apesar disso, pela primeira vez Finneas decidiu não escoltar a mana em sua turnê. Preferiu iniciar uma maratona de shows dele próprio, dedicada ao “For Cryin’ Out Loud”, e também às músicas do seu primeiro álbum, o “Blood Harmony” (2019). Os fãs estranharam —era de praxe que ele aparecesse em quase todos os shows dela, uma vez que foi no único feito em solo brasílio, no Lollapalooza, em 2023.

Na era, aliás, Finneas e Eilish estavam produzindo em sigilo o vindouro “Hit Me Hard and Soft”, que só sairia um ano depois. Entediados, ele aproveitaram a lentidão do trânsito de São Paulo para bolar a melodia de “Birds of a Feather”, música que se tornou a mais tocada do mundo no Spotify em 2024.

“É uma memória fofa. Estávamos em um carruagem impenetrável, de janelas à prova de balas, fazendo uma versão da música enquanto esperávamos para chegar ao show”, ele conta.

Vencedor de dez prêmios do Grammy, Finneas é considerado um dos produtores mais inventivos em atividade. Nos trabalhos com a mana, tenta impressionar o ouvinte com a mistura de sonoridades muito distintas, uma vez que em “L’ Amour de Ma Vie”, que começa com uma melodia lenta, e no meio vira um batidão eletrônico pleno de sintetizadores e Auto-Tune, um tanto que remete ao pop dos anos 1980. Ele fez o mesmo tipo de transição abrupta em “Happier Than Ever”, que vai do violão acústico ao rock barulhento.

No seu disco solo ele seguiu um caminho mais comedido. São músicas lineares, mas ainda cheias de instrumentos e camadas que lembram uma versão mais suja e melancólica do pop feito por Harry Styles, por exemplo.

E ele tem apreço, quase uma exigência, por fazer sua música dentro de vivenda. “Senhor a luz do dia, ver minha janela, ter essa mesa de trabalho que está muito na minha frente.”

É o que Finneas diz enquanto pega o celular com as mãos e se levanta para filmar e mostrar a levante repórter o cômodo onde ele guarda seus instrumentos. O músico mora numa mansão em Los Feliz, um bairro de Los Angeles, cidade onde nasceu e passou a vida toda.

“Sou mais feliz cá do que num estúdio escuro de um prédio qualquer em Hollywood”, ele diz. “Produzir onde eu moro me ajuda também a grafar músicas, minha imaginação fica mais solta. Simples, tem o vestimenta de que vez ou outra preciso esperar o fragor do cortador de grama do meu vizinho. Mas tudo muito.”

Folha

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