Fióti avisou emicida que ia tirar r$ 2 milhões da

Fióti avisou Emicida que ia tirar R$ 2 milhões da empresa – 03/04/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Em um email de 20 de janeiro deste ano, Fióti avisou a Emicida que faria uma retirada de lucros do Laboratório Fantasma, principal empresa dos dois, no valor de R$ 2 milhões. Extratos bancários da conta da empresa mostram retiradas exatamente nesse valor.

Os documentos estão no processo que corre na 2ª Vara Empresarial e Conflitos de Arbitragem de São Paulo e, até terça-feira (1º), quando a reportagem os acessou, continuavam públicos. As informações parecem contradizer a versão do rapper de que o irmão teria sacado quantia da empresa sem avisá-lo.

Procurado pela Folha, Fióti disse, por meio de sua assessoria, que as demais transferências, feitas em 2024, num totalidade de R$ 4 milhões, foram autorizadas em uma reunião com o gerente financeiro da empresa e todos os sócios —o que inclui Emicida. Segundo o empresário músico, a reunião foi documentada em vídeo.

Emicida acusa Fióti de retirar R$ 6 milhões do Laboratório Fantasma sem autorização. Os dois tinham firmado um congraçamento no termo do ano pretérito para fazer a cisão da sociedade, mas o combinado começou a degringolar quando, em janeiro, o rapper diz ter identificado a primeira transferência bancária feita pelo irmão.

Depois disso, resolveu fazer uma pesquisa nos extratos e localizou outras, desde junho do ano pretérito, que somam os R$ 6 milhões que o rapper acusa o empresário músico de desviar. Fióti diz que as acusações são infundadas e que só retirou lucros a que tinha recta —tudo com conhecimento do irmão.

“Formalizo neste email que tenho lucros a serem retirados das empresas e preciso honrar compromissos firmados em meu nome, logo vou seguir com a distribuição de lucros a partir de amanhã, no valor de R$ 2 milhões”, escreve Fióti no email. “Valor subalterno a que tenho recta nestes mais de 16 anos uma vez que sócio das empresas e gestor das mesmas.”

Os extratos bancários no processo mostram retiradas para Emicida que somam R$ 1,6 milhão entre junho de 2024 e o início de fevereiro deste ano.

Procurado, o rapper não respondeu até a publicação desta reportagem. Mas, no processo, seus advogados chegam a expor que Emicida não costuma acessar o email para o qual Fióti escreveu. Sobre a alegado de que valores foram transferidos também para o rapper, falam que os repasses feitos ao músico fazem “segmento do montante que lhe é devido enquanto artista, ainda que sob a rubrica contábil de distribuição desproporcional de lucros”.

Ao identificar as retiradas, o músico anulou uma procuração que dava a Fióti poderes de gestão na sociedade, barrando o entrada do irmão às contas do Laboratório Fantasma. Foi logo que o caso, que corre na esfera cível, parou na Justiça, levado por Fióti.

O empresário músico pede, entre outros pontos, para ter o entrada aos recursos da empresa restabelecido. Na quarta-feira (2), a Justiça negou o pedido de liminar dele para acessar as contas novamente.

O rompimento dos irmãos veio a público quando Emicida anunciou nas redes que Fióti não representava mais os interesses de sua curso, no dia 28 de março.

Mas os atritos da dupla vêm de antes. No termo de 2024, os dois chegaram a um congraçamento para realizar a separação da sociedade, num processo que deveria persistir entre três e seis meses. A teoria era inclusive nomear um executivo para guiar provisoriamente as operações do Laboratório Fantasma.

A empresa, aliás, é um conjunto de empresas. Na principal delas, Emicida tem o controle de 90% do capital, contra 10% de Fióti; numa outra, dedicada à marca de roupas de mesmo nome, é exclusivamente do empresário. Mas a resguardo do irmão mais novo argumenta que, apesar da subdivisão societária formal, o objetivo do grupo de empresas sempre foi realizar uma subdivisão de lucros igualitária entre os dois.

No dia 12 de março, o músico enviou uma mensagem a colaboradores avisando que o irmão estava fora da gestão da empresa. No dia seguinte, Fióti convocou uma reunião com todos e contou sua versão sobre o retiro, criticando a decisão do rapper.

No dia 27, foi a vez de Emicida invocar os colaboradores para explicar as divergências entre os dois e o retiro de Fióti. No dia seguinte, esses funcionários mandaram mensagens em um via anônimo que a empresa tem para sugestões. Segundo o relato deles, os irmãos tiveram um desentendimento público nessa ocasião —e Emicida encerrou o encontro, deu as costas e saiu.

Folha

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