Flamengo Planeja Construir Arena Perto De Estádio Do Vasco

Flamengo planeja construir arena perto de estádio do Vasco – 18/04/2024 – Esporte

Esporte

Flamengo e Vasco negociam com a prefeitura do Rio de Janeiro a autorização de obras e se seus planos se concretizarem poderão ter estádios separados por poucos quilômetros.

O Flamengo deseja comprar um terreno na profundeza do viaduto do Gasômetro, em São Cristóvão. Já o Vasco aguarda proceder na Câmara do Rio um projeto de lei de ampliação da capacidade de São Januário. Gasômetro e São Januário estão sobre 3 km um do outro.

Em ano de eleições municipais, políticos abraçaram os dois projetos de olho no eleitorado das torcidas.

O Flamengo não fala claramente sobre a negociação e nunca apresentou publicamente um projeto de estádio —não se sabe, por exemplo, quanto de capacidade a estádio teria—, mas procura a ajuda do prefeito Eduardo Paes (PSD) para viabilizar a compra. O terreno tem 86.592 m² e é de propriedade do fundo de investimento mobiliário do Porto Maravilha, gerido pela Caixa.

A prefeitura comprou segmento do terreno da Caixa para a construção do terminal Gentileza, conexão entre ônibus, VLT e BRT, inaugurado em março. O estádio, se construído, ficará diante do maior eixo de transporte da cidade.

Mas o libido do Flamengo tem obstáculos. O preço do terreno é um deles, pois o fundo da Caixa pede mais de R$ 2.000 por metro quadrângulo. A Caixa afirmou em nota que os ativos do fundo estão disponíveis e que dialoga com o mercado, mas não comentou o interesse do Flamengo.

Outro travanca é a possibilidade de o estádio prejudicar a mobilidade da cidade. O terreno fica no principal entroncamento do Rio, com entradas e saídas da avenida Brasil e da ponte Rio-Niterói, vias que conectam a capital fluminense com outros municípios e estados. Há ainda a contaminação do solo com níveis altos de metais pesados.

Em reunião recente com o Paes, o Flamengo apresentou a teoria de ceder o potencial construtivo da sede da Gávea, localizada, na verdade, na Lagoa, para reduzir o dispêndio do terreno do Gasômetro. O deputado federalista Pedro Paulo (PSD-RJ) se considera um paraninfo político da teoria e diz que deseja fazer a “Cidade do Flamengo” na região próxima ao porto.

“Existe uma vocação de entretenimento ali. Poderíamos fabricar potencial de turismo fazendo uma espécie de província do futebol, com um polo de museus. Teríamos um triângulo onde estão também o Maracanã e São Januário”, afirmou o deputado, cotado para ser vice na placa de Paes, que vai disputar a reeleição em outubro.

Ex-presidente do Flamengo entre 2013 a 2018, o deputado federalista Eduardo Bandeira de Mello (PSB-RJ) associa a pressa do clube em comprar o terreno ao ano eleitoral. Bandeira de Mello é oposição ao grupo de Rodolfo Landim no Flamengo. A eleição no clube acontece em dezembro.

“Enquanto estive na presidência do Flamengo chegamos a determinar leste terreno e havia dificuldades. É preciso que haja um estudo sério, estruturado, com transparência. O que eu acho que não faz sentido é fazer um pouco às pressas para lucrar uma eleição ou forçar a geração de uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol)”, afirma o parlamentar, que durante a gestão avaliou também a viabilidade de áreas em Manguinhos e Barra da Tijuca.

Em paralelo, Flamengo e Vasco batalham na licitação para licença do Maracanã. Flamengo e Fluminense, atuais permissionários, apresentaram proposta que concorre com a parceria entre Vasco e a construtora WTorre.

O Vasco também aguarda a aprovação do projeto de lei para reformar São Januário, inaugurado em 1927. O Executivo enviou à Câmara do Rio uma autorização de operação urbana consorciada.

O clube, que teria recta de erguer construções no terreno onde está o estádio, vende leste potencial não utilizado para investidores em outras regiões, uma vez que Barra e avenida Brasil.

Com o verba, a reforma do estádio e do entorno são viabilizadas. As intervenções serão acompanhadas por um parecer consultivo formado por dirigentes do Vasco, vereador, representantes da prefeitura e de associações de moradores.

O projeto prevê a ampliação da capacidade de São Januário de 22 milénio para 47 milénio . Cadeiras vão ser trocadas, camarotes serão ampliados e as marquises reformadas.

O projeto arquitetônico prevê a preservação da frontaria e da tribuna, onde o ex-presidente da República Getúlio Vargas discursou em cinco eventos do dia 1° de maio. O Vasco deseja ainda a construção de uma relação de pedestres de São Januário até a estação de BRT Vasco da Gama, na avenida Brasil.

O projeto está com tramitação atrasada na Câmara do Rio. O texto precisa ser analisado por 17 comissões até entrar na tarifa de votação, em dois turnos.

O vereador Pedro Duarte (Novo) é em prol da reforma de São Januário, mas pede alterações no texto. Para Duarte, é preciso mudar o trecho que vincula a liberação do potencial construtivo ao progresso da obra: o Vasco só poderia receber 50% da venda, por exemplo, se tiver com 40% da reforma concluída.

“Se uma empresa quisesse comprar metade do potencial de uma vez para lançar um grande condomínio, o Vasco não poderia fazer a transferência. Isso atrapalharia as obras e o fluxo de caixa do clube. O padrão de governança não pode dificultar o fluxo.”

Folha

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