Flamengo Tem Desafio De Bancar Estádio E Usar Maracanã

Flamengo tem desafio de bancar estádio e usar Maracanã – 04/11/2024 – Esporte

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Faltavam três dias para o primeiro vez das eleições municipais quando o deputado federalista Pedro Paulo (PSD) e o secretário municipal de Esportes do Rio de Janeiro, Guilherme Schleder, vestidos com camisas do Flamengo, entregaram no Gasômetro, no meio da cidade, uma chave simbólica para o presidente do clube, Rodolfo Landim.

O evento do dia 3 de outubro foi a formalização da posse do terreno por segmento da assembleia rubro-negra, que nele planeja erigir um estádio para muro de 79 milénio pessoas, projeto encampado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) em ano eleitoral.

A cerimônia foi o termo de uma tripla jornada do prefeito, que seria reeleito. Além da campanha e dos compromissos do procuração, ele foi a Brasília ao menos duas vezes conversar com o presidente Lula (PT) sobre o estádio.

Na reunião em que foi apresentado ao projeto, Lula, segundo pessoas presentes, não foi convicto de primeira, mas aceitou argumentos sobre a transformação urbana da região portuária. O presidente participou do evento de formalização do concordância de posse por videoconferência.

O papel de Lula foi liderar a conciliação com a Caixa Econômica Federalista, ex-proprietária do terreno. A AGU (Advocacia-Universal da União) e a ministra Esther Dweck (Gestão e Inovação) também participaram das tratativas.

Paes celebrou o concordância na campanha. Seu principal contendor, Alexandre Ramagem (PL), chamou o repasse de “lucro político em ano eleitoral”.

O projecto do estádio pode também ser exitoso para Landim, que conclui seu procuração porquê presidente do Flamengo em dezembro. Desde 2019 no função, ele tenta seleccionar o atual vice-presidente, Rodrigo Dunshee de Abranches.

Nas negociações, o Flamengo não apresentou projecto econômico ou de engenharia. O projeto está em elaboração por uma empresa de arquitetura de estádios.

Com muro de 86 milénio metros quadrados, o terreno do Gasômetro, em São Cristóvão, tem a forma de um pentágono e fica próximo à principal rodoviária do Rio, à avenida Brasil e à ponte Rio-Niterói. Fica também ao lado do terminal intermodal Gentileza, inaugurado nascente ano.

Até 2005, a antiga CEG (Companhia Estadual de Gás) armazenava no sítio o gás manufaturado da cidade. Vazio depois da transição para o gás originário, o terreno passou para o Fundo Imobiliário da Caixa Econômica Federalista e, em 2022, despertou o interesse do Flamengo.

Landim e Carlos Vieira, presidente da Caixa, sentaram-se para conversar, mas nunca chegaram a consenso sobre valores nem sobre objetivo —a Caixa tinha a expectativa de negociar a extensão com o mercado imobiliário.

Neste ano, Pedro Paulo, já considerado paraninfo político do Flamengo na teoria do estádio, juntou-se a Paes na guerra pelo terreno.

Aliados do prefeito admitiram o conta político de recrutar simpatia de rubro-negros em ano eleitoral. Pedro Paulo disse que a eleição deu presteza ao processo, mas que não houve atropelos.

“Quando você usa o calendário eleitoral para o muito, para que projetos saiam do papel, não vejo porquê problema, mas porquê vantagem. Se houve interesse político do prefeito e do presidente em fazer isso antes da eleição, quem saiu ganhando foi a cidade”, afirmou.

Nos bastidores, alguns aliados comparam a situação com a derrubada do viaduto da Perimetral, em 2013. O estádio do Gasômetro seria um marco da quarta gestão de Paes. Pedro Paulo discorda.

“São diferentes. O estádio é um equipamento que alavanca a região, mas é feito pelo privado.”

Em junho, Paes anunciou a desapropriação do terreno e o leilão.

A Caixa questionou na Justiça o valor do terreno, mas o leilão ocorreu. O Flamengo, único participante, deu lance de R$ 138,1 milhões e arrematou a extensão. Com um suplementar de R$ 7,9 milhões determinado em seguida perícia judicial e R$ 23,9 milhões em complementos a ser pagos ao banco, o clube deverá desembolsar muro de R$ 170 milhões.

Advogados entraram com ações populares. O principal argumento é que o terreno pertencia ao Fundo Imobiliário da Caixa, que, apesar de ter personalidade jurídica dissemelhante, tinha o banco porquê cotista individual. O município estaria se sobrepondo à União, no entendimento de advogados.

Um deles, Vinicius Monte Custódio, foi exonerado pelo governador Cláudio Castro (PL) por conta da ação popular. Assessor jurídico de uma secretaria, Custódio foi deposto por defender contra instituições. O jurisconsulto defende que o regime da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) diverge do entendimento de Castro.

Depois do concordância costurado por Lula, a Caixa suspendeu as ações judiciais e trata o caso porquê encerrado.

Internamente, membros do jurídico do Flamengo entendem que as ações populares são um risco inferior para um eventual embargo à obra.

O próximo passo será a enviar à Câmara um projeto de lei para autorizar a transferência do potencial construtivo, utensílio urbanística para financiar a construção. Em paralelo, o clube deve fazer a descontaminação do terreno.

Outro repto é o financiamento. O Flamengo estuda a venda de “naming rights”, modalidade em que uma empresa paga para batizar o estádio. Uma lado da diretoria, porém, defende que o clube possui recursos próprios para bancar a construção, estimada entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões.

Além do Gasômetro, o Flamengo deverá dirigir o Maracanã com o Fluminense. A dupla venceu licitação pelos próximos 20 anos.

A gestão partilhada vai coincidir com a construção do novo estádio, o que pode tornar o Maracanã, na prática, uma estádio do Fluminense.

Diretores do Flamengo afirmam que um dos planos para ocupar o Maracanã é usá-lo para jogos importantes, da base e do futebol feminino, além de receber shows.

A licitação, porém, determina ao menos 25 datas oficiais de futebol masculino, 75% delas com Campeonato Brasílio e Despensa do Brasil.

Severiano Braga, CEO do Maracanã, não vê risco de subutilização do estádio.

“Existe um contrato firmado entre os dois clubes junto ao governo do estado para honrar o número de jogos previstos por ano. A possibilidade de shows se aplica somente em seguida o término da temporada do futebol e antes da manutenção do gramado prevista anualmente.”

Folha

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