Foi lançado nesta segunda-feira (29), no Rio de Janeiro, o Business 20 Brazil, ou B20 Brasil, uma espécie de braço de negócios do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana. O lançamento foi na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Assim porquê o Brasil preside o G20 pela primeira vez, desde dezembro do ano pretérito, a Confederação Vernáculo da Indústria (CNI) assume o comando do braço de negócios do fórum global.
Ao longo de 2024, representantes do setor industrial vão organizar diálogos em procura de caminhos e otimização do desenvolvimento econômico.
Ao participar do lançamento do B20 Brasil, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Transacção e Serviços, Geraldo Alckmin, disse que o Brasil pode “fazer a diferença” no espaço de diálogo por ser protagonista em três temas de valia global: segurança nutrir, segurança energética e clima.
“Na segurança nutrir, somos o vencedor na produção de proteína bicho e vegetal. Na segurança energética, temos a vigor mais limpa, praticamente, do planeta. Um exemplo: temos uma enorme tributo a dar na descarbonização nos desafios que se avizinham. Na questão do clima, a Floresta Amazônica, maior floresta tropical do mundo. O desmatamento, que é uma preocupação extremamente relevante, caiu já 50% em menos de, praticamente, um ano”, afirmou o vice-presidente.
Alckmin elogiou o B20 por reunir representantes da indústria. “Fico feliz de ver cá os dirigentes das federações das indústrias do Brasil inteiro. Sociedade social organizada faz diferença.”
O vice-presidente destacou iniciativas do governo em prol do desenvolvimento da indústria, porquê iniciativas de desburocratização de negócios e fomento ao crédito por meio do Banco Vernáculo de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Alckmin ressaltou também impactos positivos da reforma tributária, promulgada no mês pretérito.
“A reforma tributária vai desonerar completamente investimento e exportação, porque acaba com a cumulatividade de crédito. Passa a ter IVA [Imposto sobre o Valor Agregado], isso dá um empurrão. É uma reforma que traz eficiência econômica, faz toda a diferença, ajudando a impulsionar a economia e fortalecendo o negócio exterior. Se o Brasil tem um PIB [Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no país] de 1,8% do PIB do mundo, 98,2% do negócio está fora do Brasil. Portanto, o negócio exterior é cada vez mais relevante”, afirmou Alckmin, enfatizando também a valia de o país buscar mais acordos comerciais com países e blocos.
“O desenvolvimento é o novo nome da silêncio”, disse o vice-presidente, parafraseando o papa Paulo VI (1897-1978). “Trabalho, renda e oportunidade são o novo nome da silêncio”, completou Alckmin.
Diálogo com países ricos
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, aproveitou a brecha do B20 para exaltar vantagens do Brasil para a transição energética, porquê matriz majoritariamente de vigor limpa, o que deixaria a economia brasileira mais competitiva, mas criticou subsídios mantidos por outros países.
“Onde nós somos mais competitivos é onde a gente enfrenta mais subvenção e mais prática de espeque a países que não têm as mesmas condições, mormente, países ricos e desenvolvidos. Portanto, estamos diante de um debate que precisa ser verdadeiro, precisa ser construtivo, precisa ser de parceria.”
Mercadante disse crer que o G20 pode ser a última instância de governabilidade para um diálogo franco entre os países para a redução das desigualdades. “O mundo precisa de mais governança econômica e mercantil, de regras mais claras. Esse caminho de que vale a lei do mais possante não é bom para o Sul global [países em desenvolvimento] e para a maioria da população do planeta.”
Setor produtivo
O presidente da CNI, Ricardo Alban, defendeu o programa Novidade Indústria Brasil, anunciado pelo governo para apressar a industrialização, na última segunda-feira (22), e ressaltou a valia do setor produtivo para o desenvolvimento do país. “O setor produtivo é o gerador de riquezas, de ocupação, é o arrecadador de trouxa tributária para fazer a socialização desses impostos”, disse.
Alban avalia que a grande oferta de vigor limpa é uma vantagem competitiva para a indústria brasileira.
“Todos sabem que a indústria manufatura, que é a indústria que agrega mais valor, que agrega tecnologia, perdeu espaço representativo em nível global. Esse é o momento de nós podermos restabelecer esse espaço. A grande motivação que nós temos são as energias renováveis, o processo de descarbonização. Vamos ajudar o mundo na descarbonização, mas vamos fazer a nossa descarbonização para ganharmos a competitividade e algumas vantagens competitivas junto ao mercado internacional.”
B20
O lançamento do B20 reuniu ainda empresários de diversos setores da indústria. Participaram também o presidente do Fórum Econômico Mundial, o norueguês Børge Brende; o presidente do B20 Brasil, o empresário do setor automotivo Dan Ioschpe; e o sherpa (representante de encarregado de Estado) do G20, emissário Mauricio Lyrio.
O primeiro evento contou com a participação, por videoconferência, do observador político americano e presidente da consultoria Eurasia, Ian Bremmer, especializado em política externa global. As discussões do B20 são divididas por temas: negócio e investimento, finanças e infraestrutura, ocupação e ensino, transição energética e clima, transformação do dedo, integridade e compliance, sistemas alimentares sustentáveis e cultura, além do Parecer de Ação Mulheres, multiplicidade e inclusão em negócios.
Ao longo de uma série de reuniões nos próximos meses, os participantes brasileiros e estrangeiros vão elaborar um documento com demandas e sugestões para os chefes de governo e de Estado que se encontrarão na reunião de Cúpula do G20 em novembro, no Rio de Janeiro.