Frederick forsyth se inspirou em seu trabalho como espião

Frederick Forsyth se inspirou em seu trabalho como espião – 13/06/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Qual é a melhor escolha de curso para alguém que precisa lucrar numerário rapidamente? Ingressar em uma empresa de investimentos? Recta? (Advogados, no entanto, geralmente precisam de qualificações extensas e caras.) Gerar uma empresa é uma opção —mas porquê a maioria das startups fracassa, o sucesso requer sorte além de engenhosidade. Pessoas razoáveis podem discordar sobre exatamente qual superfície seguir, mas todas concordam sobre o que não fazer: redigir um romance. A maioria nunca é publicada; muitos romances publicados nunca são lidos; pouquíssimos chegam à lista dos mais vendidos.

Mas quando Frederick Forsyth retornou da África —ele havia vestido a guerra de Biafra, na Nigéria, porquê jornalista —não tinha numerário nem perspectivas. Contrariando os conselhos dos amigos, decidiu redigir um romance. Pior ainda, seria sobre Charles de Gaulle: o general e presidente gálico dificilmente faria o coração dos editores escadeirar mais possante.

Mas ele se sentou em sua velha máquina de redigir em seu quarto alugado e (aspirantes a romancistas talvez queiram pular esta secção) em unicamente 35 dias produziu “O Dia do Chacal”, em 1971. Ele nunca havia escrito uma vocábulo de ficção antes. No entanto, a versão final do livro era, segundo ele, exatamente porquê havia escrito. Nem ele nem seus editores mudaram uma vocábulo, exceto o título original, “O Chacal”, que ele estendeu para evitar que fosse confundido com “um documentário sobre a vida selvagem africana”.

O livro acompanhava um persistente detetive gálico enquanto tentava impedir que De Gaulle fosse assassinado por um mercenário britânico contratado por veteranos franceses ressentidos da guerra da Argélia. Ainda em circulação —e ainda uma ótima leitura— 54 anos depois, vendeu mais de 10 milhões de exemplares. O romance foi transformado em um magnífico e leal filme estrelado por Edward Fox e em outro terrível estrelado inexplicavelmente por Bruce Willis. Também inspirou uma série recente com Eddie Redmayne.

O livro foi um sucesso improvável porque a questão meão de qualquer thriller —o vilão terá sucesso?— já havia sido respondida. De Gaulle havia morrido de causas naturais no ano anterior à publicação do livro; os leitores sabiam que o matador havia falhado antes mesmo de lerem a primeira vocábulo. A emoção do livro não estava no “se”, mas no “porquê”. Uma vez que jornalista, Forsyth havia vestido várias tentativas de homicídio contra De Gaulle durante os anos 1960, e o livro refletia seu tempo em campo.

Para maior realismo, ele aprendeu com um falsificador porquê obter um passaporte falso e com um armeiro porquê fazer um rifle fino o suficiente para esconder numa muleta. Ele compreendia a jerarquia dos serviços de segurança franceses —porquê competiam entre si e desconfiavam uns dos outros— e porquê um matador poderia explorar o orgulho de De Gaulle. Ele também entendia o apelo narrativo do herói solitário: Claude Lebel, seu protagonista, tinha que lutar contra a burocracia francesa tão vigorosamente quanto caçava o Chacal.

Forsyth —que morreu em na última segunda-feira, aos 86— escreveria mais 22 livros que venderam mais de 65 milhões de cópias. Seus romances não eram nem tão assombrados e sombrios quanto os de John Le Carré, nem tão bidimensionais quanto os de Ian Fleming, mas, porquê eles, era um romancista da Guerra Fria. E, porquê Le Carré, também foi um participante. Forsyth passou três anos porquê piloto na Royal Air Force e, no final da vida, revelou que havia trabalhado para o MI6, o serviço de lucidez estrangeira britânico, embora tenha chamado seu trabalho de “recados” de forma depreciativa.

Além de “O Chacal”, seus melhores livros incluíam “O Dossiê Odessa”, de 1972, sobre uma sociedade secreta que protege ex-nazistas; “O Quarto Protocolo”, de 1984, sobre espionagem e política pacifista britânica (Forsyth era um conservador ferrenho); e “Cães de Guerra”, de 1974, sobre um grupo de mercenários contratados para fomentar um golpe em um país suposto da África Ocidental.

Alguns se perguntaram se verdade e ficção se sobrepunham em “Cães de Guerra”. Segundo o Sunday Times em 1972, Forsyth gastou US$ 200 milénio, por meio de um intermediário, para alugar um paquete e contratar mercenários para depor o presidente da Guiné Equatorial. (Supostamente, o objetivo era fabricar uma novidade pátria para aqueles que haviam sido derrotados na guerra de Biafra.) A polícia espanhola interceptou e prendeu os mercenários, supostamente a caminho de realizar um levantamento costeiro de petróleo, nas Ilhas Canárias —a mais de 4.000 km de seu intuito— em seguida ver um deles camuflado no convés do paquete. Forsyth descreveu a reportagem porquê “fantasias imaginárias”.

Forsyth tentou se reformar da ficção em 2016, alegando que não podia mais viajar ou pensar em coisas interessantes para expor. Mas foi por pouco tempo: apesar de não possuir um computador, publicou um romance sobre um hacker em 2018. Uma sequência de “O Dossiê Odessa” será lançada no outono. Zero mal para um romancista que, no auge de sua reputação, disse: “Eu nem sabor de redigir”.

Texto de The Economist, traduzido por Luísa Monte, publicado sob licença. O item original, em inglês, pode ser encontrado em www.economist.com.

Folha

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