Futebol: triplica presença estrangeiros no brasileirão 05/04/2025 esporte

Futebol: triplica presença estrangeiros no Brasileirão – 05/04/2025 – Esporte

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Um jogador português e um prateado ajudaram o Vasco a vencer o Santos de viradela. Um uruguaio abriu o caminho para a vitória do Grêmio sobre o Atlético-MG. Um espanhol evitou que o Corinthians estreasse com guia diante do Bahia. E o Sport se beneficiou do erro de um prateado para arrancar um empate do São Paulo.

A rodada de introdução do Campeonato Brasiliano de 2025 reproduziu, no último termo de semana, o que tem sido cada vez mais frequente no principal concurso do país, onde a presença e o protagonismo de jogadores estrangeiros são cada vez mais notáveis.

A novidade edição do torneio vernáculo tem, até o momento, 140 atletas estrangeiros, mais de um quinto do totalidade de inscritos (20,9%). A maior segmento vem da Argentina, com 47 nomes (33,6%), seguida pelo Uruguai, com 27 atletas (19,3%), e a Colômbia, com 15 jogadores (10,7%).

Ao todo, são 18 países, de quatro continentes, representados no torneio —além, simples, do Brasil.

Embora significativo, o número atual não supera os 164 gringos que passaram pelo Brasiliano em 2024, quando o campeonato registrou seu recorde. A marca, porém, poderá ser superada no meio do ano, quando será ocasião a janela de transferências internacionais e os clubes devem se movimentar em procura de reforços.

A presença de atletas estrangeiros no Brasiliano mais que triplicou na última dez, conforme a Folha verificou a partir de dados do site Transfermarkt, que agrega dados de colaboradores e usa fontes públicas e de veículos esportivos para validar informações.

Em 2015, eram unicamente 48 profissionais estrangeiros no país, o que correspondia a 29,2% do que se viu no ano pretérito.

No mesmo período, também aumentou a participação desses jogadores no totalidade de inscritos no torneio. Na temporada de 2015, eles representavam 4,5% dos elencos. Em 2024, esse valor saltou para 15%.

Alguns fatores ajudam a entender a transmigração para o Brasil, sobretudo de países da América do Sul, onde há uma enorme disparidade entre o poder financeiro dos clubes brasileiros e seus rivais do continente.

As premiações pagas pelas ligas nacionais são um bom exemplo disso. Vencedor brasílio em 2024, 29 anos posteriormente seu último título vernáculo, o Botafogo recebeu R$ 48,1 milhões pela conquista. O valor é quase sete vezes maior do que o embolsado pela LDU, campeã equatoriana na última temporada. O clube de Quito recebeu US$ 1,2 milhão (R$ 6,9 milhões) por seu 13º troféu vernáculo.

O Campeonato Uruguaio, terceira liga com maior prêmio na América do Sul, destinou US$ 750 milénio (R$ 5,8 milhões) ao Peñarol, que adicionou a 52ª taça à sua galeria de troféus. Nenhum outro vencedor vernáculo do continente teve uma premiação superior a R$ 5 milhões em 2024.

A diferença torna o futebol brasílio cada vez mais simpático para os principais jogadores do continente, que desembarcam por cá cada vez mais jovens.

O estrangeiro que está há mais anos no Brasil, no período analisado, é o uruguaio Giorgian de Arrascaeta, 30, atual meio-campista do Flamengo. Depois de atuar unicamente dois anos porquê profissional em seu país, pelo Patrono, ele veio para o Brasil em 2015, com 20 anos.

Por cá, construiu uma vitoriosa curso. Primeiro, com a camisa do Cruzeiro, pelo qual foi bicampeão da Despensa do Brasil (2017 e 2018). Depois, foi vendido ao time rubro-negro, onde já acumula 15 troféus, com destaque para duas Libertadores (2019 e 2022), dois Campeonatos Brasileiros (2019 e 2020) e duas Copas do Brasil (2022 e 2024). Seu atual contrato vai até 2026.

Arrascaeta é, atualmente, o 15º jogador mais valioso da edição de 2025 da Libertadores, o principal torneio de clubes do continente.

Ainda de convenção com dados do Transfermarkt, dos século jogadores mais valiosos do concurso continental, 70 pertencem a equipes brasileiras. No top 10, o único que atua fora do país é o meia Franco Mastantuono, de 17 anos, desportista do River Plate, justamente na décima posição. Estêvão, 17, do Palmeiras, é quem lidera.

Além de jovens promissores da América do Sul, os clubes brasileiros também têm buscado reforços com mais experiência, sobretudo na Europa. Em 2024, por exemplo, o Corinthians se reforçou com o holandês Memphis Depay, 31, segundo maior bombeiro de sua seleção.

O camisa 10 alvinegro estava sem clube, mas, para fechar o convenção dentro do patamar financeiro ao qual o jogador estava habituado na Europa, o clube do Parque São Jorge precisou recorrer à ajuda de um de seus patrocinadores.

O Corinthians é, atualmente, o segundo clube com mais estrangeiros em seu elenco, ao lado do Grêmio. Os dois times têm, cada um, 11 atletas de fora do país. O Vasco é o time mais internacional, com 12 nomes.

“O progresso de recursos dos departamentos de estudo fazem com que os clubes voltem suas atenções para outros mercados, com opções muito vantajosas financeiramente, mas que trazem principalmente ganhos técnicos e de performance”, diz à Folha o presidente do Sport, Yuri Romão.

“Hoje, o Sport tem uma multipluralidade no elenco, inclusive com três europeus, e acredito que acaba valorizando a competição ainda mais, dentro e fora de campo”, acrescente o dirigente do clube que tem, ao todo, oito estrangeiros em seu plantel.

Diante do movimento de transmigração, houve a urgência de mudar as regras do principal campeonato do país. Em convenção com os clubes, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) fez duas alterações recentes. Em 2023, subiu de cinco para sete o número de atletas estrangeiros que podem ser relacionados para uma partida. Em 2024, houve um novo aumento, de sete para nove, quantidade mantida para 2025.

“Isso possibilita aos clubes ter um leque ainda maior de oportunidades no mercado sul-americano, em tão simples e evidente propagação, nos trazendo opções extremamente interessantes de grandes jogadores. Mais do que a questão financeira, estamos falando principalmente de qualidade técnica”, afirma José Olavo Bisol, vice-presidente do Internacional, com atualmente nove estrangeiros em seu elenco.

Quando a mudança foi aprovada, o presidente da Fenapaf (Federação Vernáculo dos Atletas Profissionais de Futebol), Alfredo Sampaio, criticou a decisão, sob o argumento de que a presença de mais estrangeiros no Brasil tiraria o espaço de atletas do país nos principais clubes, além de afetar o DNA da competição.

A entidade, porém, foi uma das poucas vozes contrárias ao movimento, que não dá sinais de recuo.

Folha

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