Aracaju
Galvão Bueno tem autocrítica. O narrador admite que enfrentou dificuldades em seus primeiros Jogos Olímpicos feitos de forma independente para seu ducto no YouTube e redes sociais, por não ser um dos detentores dos direitos de transmissão.
Depois de 40 anos no guarda-chuva da Orbe, Galvão teve somente uma crônica diária dentro da Mediano Olímpica, além de participar da transmissão da cerimônia de preâmbulo dos Jogos Olímpicos de Paris. Em seu ducto no YouTube, com mais de 1 milhão de inscritos, ele apresentou um programa quotidiano e fez conteúdos em vídeo com uma equipe formada por nove pessoas na França.
Um deles foi uma narração in loco da medalha de prata de Izaquias Queiroz na canoagem, que viralizou nas redes. Os resultados foram bons, mas não poder exibir as imagens trouxe dificuldades. “É absolutamente verdade que, para quem não tem direitos, é mais difícil mesmo. Se você tem a transmissão, uma vez que tinha a Orbe e uma vez que tinha a Cazé TV, você tem o momento. Logo, a opção feita foi qualidade, informação e conhecimento”, afirma, em entrevista exclusiva ao F5.
“A gente passava informação, a gente dava a nossa opinião, fazia nossos comentários. Muitas vezes, a gente explicava o que era uma Olimpíada, os motivos de qualquer desportista não lucrar uma medalha. Fizemos uma coisa dissemelhante, com toda a dificuldade de não ter direitos, de não ter transmissão, mas conseguimos chegar em milhares de dezenas de pessoas”, reforça.
Para Galvão, foi curioso transmitir uma cerimônia de preâmbulo depois de 40 anos na posição de comentarista na Orbe. Mesmo que tenha falado bastante, o narrador gostou do resultado de sua parceria com Luís Roberto, que para ele, já é o “atual Galvão da Orbe”, uma vez que ele mesmo disse.
“Eu trabalhei na cerimônia de preâmbulo, porque eu sempre fiz, desde que a Orbe começou a fazer as cerimônias de preâmbulo, na sua íntegra, ao vivo, que foi exatamente na minha primeira Olimpíada, há 40 anos detrás, em 1984, em Los Angeles (EUA). Acho que Luís Roberto, que hoje é o Galvão da Orbe, e eu, sempre fizemos uma dupla muito boa. E na Mediano Olímpica eu dizia aquilo que eu via, aquilo que eu sentia, aquilo que me tocou, de forma, digamos assim, deleitável para o telespectador. Gostei muito dessa secção também”, revela.
Galvão não quer saber de gracinha na internet
Segundo Galvão e sua equipe, foram alcançadas 80 milhões de pessoas em todas as redes durante os Jogos de Paris. O narrador ressaltou que optou por uma risco de informação e rechaçou qualquer tipo de produção de teor que vá para um lado do engajamento a qualquer dispêndio.
“Não fui a Paris para fazer gracinha, recontar piada ou permanecer gritando. Nós fomos a Paris para levar informação ao nosso testemunha. Eu me considero fazendo televisão dentro, eu não sou um youtuber, me considero fazendo televisão dentro do YouTube, dentro dessa novidade mídia. Logo, montamos uma equipe com essa qualidade de velhos parceiros de muitas e muitas jornadas de Olimpíadas, de Despensa do Mundo, de Fórmula 1, de tudo isso”, comenta.
Entre os profissionais que estiveram com ele, estavam Marcos Uchôa, repórter que trabalhou na Orbe por 34 anos e foi seu parceiro em diversos eventos esportivos; e Alfredo Bokel, ex-Gerente de Eventos de Lutas e Motor.
Para Galvão, os destaques de seu trabalho foram as entrevistas exclusivas que fez com Rebeca Andrade e Gabriel Medina. “Para nós, no ducto, dois momentos que eu considero uma vez que vitórias pessoais. A entrevista com a Rebeca pautou todo mundo. E com o Gabriel Medina foi a única entrevista pessoal que ele deu exclusivamente a alguém. Foi feita no meu camarim.”
Para os próximos meses, Galvão já tem projetos encaminhados: irá gravar um reality show na Orbe que vai revelar um narrador para a empresa. A produção começa a ser feita a partir de setembro. Ele também terá um peculiar de termo de ano na Orbe, que ainda está sendo formatado. Seu contrato com a emissora termina em dezembro, e ainda não se sabe se ficará para 2025.
Já seu ducto no YouTube, uma vez que antecipou o F5, vai mudar de nome em breve. “Acho que está na hora de mudar para ducto Galvão ou ducto Galvão Bueno. A nossa logomarca, uma vez que ducto GB, em Paris, teve uma coisa engraçada: uma vez que Marcos Uchôa e o Luiz Demétrio Furkin são muito conhecidos, pelos tempos de Orbe, as pessoas viam: ‘ah, é Orbe Brasil, né? GB, né?’. Não, é Galvão Bueno (risos)”, disse