O streaming de segmento das competições dos Jogos Paralímpicos foi liberado pela Mundo para o Brasil no final da manhã deste sábado (31). O desbloqueio ocorreu posteriormente uma série de reclamações de internautas e uma hora depois de a reportagem da Folha ter questionado o Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na {sigla} em inglês) sobre o geobloqueio totalidade portanto em vigor no país.
A permissão da Mundo vale para o streaming de competições que ela própria não esteja transmitindo em suas plataformas.
Durante os dois primeiros dias de disputas paralímpicas, internautas brasileiros se queixaram da impossibilidade de observar a algumas provas, indisponíveis nos canais da Mundo e no Globoplay e bloqueadas no YouTube. O bloqueio tem a ver com o contrato de exclusividade da Mundo para a transmissão dos Jogos no Brasil.
“Que bizarrice é essa de a Mundo bloquear o sinal do YouTube?”, queixou-se um usuário do WhatsApp em um grupo de torcedores do Movimento Virente-Amarelo. “Sem nenhum sentido!”, respondeu outro. “Libera pro Brasil as lives!”, reclamou uma brasileira no YouTube do IPC, na sexta.
Às 12h30 de Paris (7h30 de Brasília), a reportagem recebeu uma resposta da espaço de notícia da Mundo.
“Não procede que a Mundo bloqueou ou tenha pedido bloqueio de sinal de transmissão para o YouTube do Comitê Paralímpico Internacional. Pelo contrário. Uma vez que prevê o negócio, a Mundo tem direitos exclusivos dos Jogos, que foram sublicenciados para o CPB [Comitê Paralímpico Brasileiro] para que eles possam explorar em suas redes de maneira customizada. E o que não estiver sendo exibido no SporTV ou na TV Mundo estará disponível no YouTube do IPC. Portanto, o público tem chegada a toda a competição”, diz o texto.
“É importante pontuar que há mais de 20 anos a Mundo reforça seu compromisso com os esportes e atletas paralímpicos e que, além dos Jogos, ao longo de todo o ano, competições importantes, reportagens e matérias especiais ganham as telas dos canais da Mundo, ajudando a fomentar as modalidades, competições, atletas e as temáticas que envolvem os esportes paralímpicos”, prossegue o enviado da Mundo.
A emissora apontou ainda que a “operação foi sendo ajustada nesses primeiros dias, mas a partir de hoje [sábado] ela já está absolutamente alinhada entre Mundo e IPC”.
Antes disso, ainda na manhã francesa, a Folha havia indagado o IPC a reverência das regras vigentes em relação ao streaming.
“Nossa detentora de direitos de TV no Brasil é a Mundo. É um negócio individual que nos proíbe de fazer streaming no YouTube”, disse o assessor de notícia Craig Spence. “Em alguns mercados, precisamos fazer geobloqueio. O Brasil é um. Outros são o Reino Unificado, os Estados Unidos e vários outros países, muro de 20 a 30 mercados que precisamos geobloquear, pelo negócio do YouTube. O Brasil é, infelizmente, um deles. Mas a Mundo está mostrando uma cobertura abrangente em cada um dos canais.”
Menos de uma hora depois, a transmissão havia sido liberada.
Em outro enviado, divulgado no último dia 23, a Mundo havia anunciado “muro de dez horas diárias de transmissões ao vivo” nos canais SporTV e SporTV 2, além de “dois sinais extras mostrando as competições de atletismo e natação, disponíveis para assinantes Globoplay + Canais”.
Na TV oportunidade, segundo o mesmo enviado, “a TV Mundo mostra ao vivo as emoções da final do futebol de cegos” e um boletim quotidiano com os destaques do dia, além de compactos das cerimônias de franqueza e fechamento.
Nos Jogos Olímpicos, além da Mundo, os espectadores brasileiros tinham a opção de observar aos eventos na internet pela CazéTV.
A CazéTV tentou o sublicenciamento das imagens dos Jogos Paralímpicos, sem sucesso. Procurada, a assessoria de notícia do conduto deu uma breve resposta.
“Infelizmente, os direitos de transmissão dos Jogos Paralímpicos não estavam disponíveis, por isso a CazéTV não vai poder realizar as transmissões”, diz o enviado. “Mas todos nós vamos observar e torcer pelo Brasil no SporTV, no ge, na Globoplay e na TV Mundo, que com certeza seguirão fazendo uma ótima cobertura! Por cá, vamos resguardar e repercutir com toda a paixão de sempre, mantendo nosso compromisso de estribar o esporte e os atletas brasileiros.”
