Governo Federal Vai Investir R$ 1,5 Bilhão No Combate à

Governo federal vai investir R$ 1,5 bilhão no combate à dengue

Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, nesta quarta-feira (18), o projecto de ação contra a dengue e outras arboviroses, porquê chikungunya, zika e oropouche, para o próximo período de chuvas e calor no Brasil. Os recursos previstos, do orçamento regular do Ministério da Saúde, são de, aproximadamente, R$ 1,5 bilhão.

“Todo verão nós somos intimados pelo desenvolvimento da dengue e de outras doenças e, dessa vez, com a questão climática evoluindo para que o planeta fique mais aquecido, nós resolvemos antecipar o lançamento da nossa campanha para que a gente tenha tempo, não somente de acionar a estrutura do SUS [Sistema Único de Saúde], mas nós precisamos, antes, preparar a sociedade brasileira porque os mosquitos estão na morada de cada um de nós”, disse o presidente durante evento no Palácio do Planalto.

Brasília (DF), 18/09/2024 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Saúde Nísia Trindade durante cerimônia de lançamento do Plano de Ação 2024/2025 para redução dos impactos da dengue e de outras arboviroses, às 11h, no Palácio do Planalto.  Foto: José Cruz/Agência Brasil
Brasília (DF), 18/09/2024 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Saúde Nísia Trindade durante cerimônia de lançamento do Plano de Ação 2024/2025 para redução dos impactos da dengue e de outras arboviroses, às 11h, no Palácio do Planalto.  Foto: José Cruz/Agência Brasil

Segundo a ministra da Saúde, estudos estão apontando que não haveria uma antecipação do pico de casos em 2025, porquê ocorreu em 2024 Foto – José Cruz/Dependência Brasil

Lula destacou que o Ministério da Saúde está se preparando e que cada cidadão deve “satisfazer com sua função e não permitir que haja nenhuma possibilidade dos mosquitos ficarem tirando férias no seu quintal”. “E não é só na morada das pessoas pobres, eles estão na morada de pessoas que tem o poder aquisitivo melhor, que tem piscina abandonada, que tem vaso com chuva empossada”, disse.

“A gente quer ver se consegue antecipar e, se Deus ajudar, a gente quer ter o verão com menos dengue na história desse país”, completou Lula.

De negócio com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, os recursos serão destinados a ações que envolvem desde vacinas, portarias emergenciais com planos de ação, testes rápidos, métodos de tecnologia e pesquisa e desenvolvimento, “que tem que ser constantes”, inclusive, com integração de dados.

“É hora de colocarmos, de uma maneira muito clara, que é uma responsabilidade de governos e de sociedade”, disse, lembrando que 75% dos focos do mosquito estão nas residências, mas que a dengue também está relacionada a condições de saneamento, envolvendo limpeza urbana e condições de moradia.

“Dificilmente teremos um verão com o menor número de casos na história, mas devemos ter isso porquê meta”, avaliou Nísia, sobre o exposição do presidente Lula.

“Eu compararia com a vacinação, com o feminicídio zero, são metas que nós temos que colocar no nosso horizonte e trabalhar para isso. É verosímil reduzir muito sim, e os cenários mudam de negócio com a questão climática, a questão da circulação dos sorotipos [do vírus], mas também com a ação organizada da sociedade e é isso que nós estamos propondo cá”, disse.

A ministra Nísia ressaltou ainda que o projecto está fundamentado nas evidências científicas mais atualizadas, novas tecnologias e é implementado em estreita parceria com estados e municípios e colaboração de instituições públicas e privadas, muito porquê de organizações sociais.

Segundo ela, os estudos estão apontando que não haveria uma antecipação do pico de casos em 2025, porquê ocorreu em 2024, mas “não significa que vai intercorrer da mesma forma em todo o Brasil”. “Os estudos de cenário apontam uma verosimilhança de maior número de casos nas regiões Sul e Sudeste. No Sul, a introdução da dengue é mais recente, portanto você tem uma população mais suscetível. No caso do Sudeste, sobretudo a circulação do sorotipo 3, que é um fator de preocupação [ que menos pessoas tem imunidade]”, disse.

“Mas esses cenários estão todo o tempo sendo analisados e sendo revistos, não se pode colocar isso porquê uma verdade absoluta”, ressaltou.

O principal vetor de transmissão da dengue e outras arboviroses é o mosquito Aedes aegypti. De janeiro a agosto de 2024, foram notificados 6,5 milhões de casos prováveis, um aumento de três vezes em relação a 2023. São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Goiás e Província Federalista concentraram 87,70 % dos casos prováveis.

O InfoDengue é o sistema de alerta para arboviroses desenvolvido pela Fiocruz e a Instalação Getúlio Vargas que, hoje, fornece os dados epidemiológicos e climáticos para a estudo de cenários.

Projecto de ação

O programa de redução dos impactos das arboviroses trabalha em seis eixos de atuação: prevenção; vigilância; controle vetorial (dos mosquitos); organização da rede assistencial e manejo galeno; preparação e resposta às emergências; e informação e participação comunitária.

Brasília (DF), 18/09/2024 - O ministro Paulo Pimenta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Saúde Nísia Trindade e o secretário-executivo do ministério da Saúde Swedenberger Barbosa durante cerimônia de lançamento do Plano de Ação 2024/2025 para redução dos impactos da dengue e de outras arboviroses, às 11h, no Palácio do Planalto.  Foto: José Cruz/Agência Brasil
Brasília (DF), 18/09/2024 - O ministro Paulo Pimenta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Saúde Nísia Trindade e o secretário-executivo do ministério da Saúde Swedenberger Barbosa durante cerimônia de lançamento do Plano de Ação 2024/2025 para redução dos impactos da dengue e de outras arboviroses, às 11h, no Palácio do Planalto.  Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro Paulo Pimenta, presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Saúde Nísia Trindade e o secretário-executivo do ministério da Saúde, Swedenberger Barbosa, na cerimônia de lançamento do programa. Foto – José Cruz/Dependência Brasil

Fora do período de picos de casos, estão sendo intensificadas as ações preventivas, com retirada de criadouros do envolvente e a implementação das novas tecnologias de controle de populações de mosquito, porquê o método Wolbachia. Também será feita uma força-tarefa de sensibilização da rede de vigilância para a investigação oportuna de casos, coleta de amostras para diagnóstico laboratorial e identificação de sorotipos circulantes.

Está prevista, ainda, a organização de fluxos da rede assistencial, revisão dos planos de contingência locais, capacitação dos profissionais de saúde para manejo galeno, gestão dos estoques de inseticidas, insumos para diagnóstico laboratorial e assistência ao doente.

Para o período sazonal, caso ocorra novidade subida sensível de casos, estão previstas medidas estabelecidas no projecto de contingência, focadas sobretudo no fortalecimento da rede assistencial para redução das hospitalizações e óbitos evitáveis.

Vacinação

Sobre a vacinação contra a dengue, Nísia explicou que é uma estratégia progressiva, com incorporação gradativa de vacinas. Em 2024, foram compradas quatro milhões de doses da vacina do laboratório nipónico Takeda e, para 2025, o Brasil possui contrato para distribuição de nove milhões de doses.

Gestores federais, estaduais e municipais deverão pactuar, nos próximos 15 dias porquê elas serão distribuídas, a partir dos estudos de cenário.

A filete etária prioritária do Ministério da Saúde para a vacinação contra a dengue é de 11 a 14 anos. “É um grupo que foi menos exposto à dengue e por isso há uma tendência maior de hospitalizações nessa filete etária. Nessa e nos idosos também, mas os idosos ainda não podem receber vacinas”, disse Nísia, explicando que a Anvisa não autorizou a emprego em pessoas supra de 60 anos em razão da falta de estudos sobre eficiência e segurança para esta filete etária.

A ministra da Saúde defende que “mais importante do que ampliar a filete etária” é olhar os municípios que ainda não foram contemplados com doses.

“Mas essa revisão quem faz são os nossos técnicos e discutido numa pactuação na reunião tripartite que envolve os conselhos nacionais de secretários estaduais e municipais de saúde porquê fizemos no ano pretérito”, ressaltou.

Há, ainda, a expectativa da distribuição de um milhão de doses da vacina contra a dengue do Instituto Butantan. Em breve, o laboratório paulista deve enviar o resultado para estudo da Anvisa.

Fonte EBC

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