Professor titular da Belmont University, em Nashville, nos Estados Unidos, o guitarrista e compositor brasílico Paulo Oliveira virá no início de julho para São Paulo, no intuito de visitar a família e publicar as gravações de seu mais novo trabalho, o EP “São Paulo Sessions Vol. 1”.
O trabalho, que representa uma fusão entre influências do jazz, da música brasileira e da improvisação contemporânea, é formado por músicas autorais e arranjos exclusivos, trazendo uma sonoridade autêntica ao explorar timbres e dinâmicas muito envolventes.
A participação de três músicos da cena instrumental brasileira, reconhecidos pelo virtuosismo e pela imposto à música contemporânea, assegura o compromisso com a seriedade existente no trabalho de Paulo Oliveira. Estão com ele o baterista, compositor e também professor Edu Ribeiro, a pianista, compositora e arranjadora Débora Gurgel e o contrabaixista Sidiel Vieira.
O Música em Letras entrevistou Paulo Oliveira que procura um lugar para se apresentar antes de seu retorno aos Estados Unidos, onde mora há muro de 14 anos. “Ainda não há datas confirmadas de shows, mas estou tentando agendar apresentações para o mês de julho. Se qualquer agente cultural estiver interessado, estou totalmente lhano a propostas. Para ser sincero, geralmente primícias a organizar essas agendas com mais antecedência, mas porquê estive na Itália no último mês, a logística ficou um pouco apertada”, disse o músico.
Leia, a seguir, a entrevista concedida com exclusividade ao blog e assista, no final do texto, ao vídeo no qual o guitarrista toca ao lado de três dos melhores músicos brasileiros da atualidade.
Qual o motivo de sua vinda ao Brasil?
Primeiramente, irei visitar minha família e saber meu sobrinho. Também estou avaliando a possibilidade de marcar algumas apresentações durante minha estadia e pretendo publicar meu EP, o “São Paulo Sessions Vol. 1”.
Uma vez que está sendo sua vida porquê professor nos Estados Unidos?
Está sendo uma experiência maravilhosa. Trabalho em uma universidade incrível, com alunos e colegas de altíssimo nível. Moro em Nashville, uma cidade profundamente músico, repleta de artistas e músicos excepcionais. No primeiro semestre deste ano, me apresentei no Reino Uno e na Irlanda. Aliás, passei três semanas de maio dando aulas na Itália, o que foi uma vivência muito enriquecedora.
Dada a atual lance do governo Trump, porquê estrangeiro, você tem sofrido qualquer preconceito nos Estados Unidos?
Pessoalmente não sofri preconceito direto. Uma vez que artista e professor universitário, as questões ligadas à imigração não me afetam de forma tão direta.
O que há no Brasil, para um músico, que não há nos Estados Unidos?
Na minha opinião, o Brasil é um dos maiores celeiros de músicos do planeta. É um país com um talento originário impressionante e uma cultura músico incomparável a qualquer outro lugar do mundo.
O que há nos Estados Unidos, para um músico, que não há no Brasil?
A cultura músico americana também é muito rica, e as oportunidades são amplas. A concorrência é grande, porque músicos do mundo inteiro se mudam para lá, mas isso também cria um envolvente muito excitante. Aliás, me parece que é mais fácil invadir uma projeção internacional vivendo nos Estados Unidos.
Descreva “Pro Vicente”, uma das quatro músicas de sua autoria gravadas no EP com o quarteto, que será disponibilizado ao público nesta sexta-feira (30), nas plataformas digitais.
A formação “Pro Vicente” é um samba que escrevi para o meu sobrinho, que tinha somente um mês de vida na era. A música é um samba entusiasmado, com uma segmento B que muda para um groove de funk. Além do meu solo de guitarra, a gravação traz um solo lindíssimo de contrabaixo acústico, interpretado pelo Sidiel Vieira. Embora eu tenha tocado bastante com músicos norte-americanos, minha teoria para esse EP foi gravar minhas composições com ritmos brasileiros, no Brasil, com músicos brasileiros. Ele foi gravado em São Paulo, em dezembro de 2024.
O que há de único em cada um dos três músicos que o acompanharam nesta gravação?
Os três músicos que me acompanham são absolutamente incríveis. No piano, temos a Débora Gurgel, que foi minha professora na Escola Municipal de Música há muitos anos. Além de ser uma grande amiga, ela é uma pianista, arranjadora e compositora de altíssimo nível. Na bateria, está Edu Ribeiro, que dispensa apresentações. Vencedor de vários prêmios Grammy, ele é, na minha opinião, um dos melhores bateristas do Brasil e uma referência mundial em música brasileira. Ano pretérito o convidei para dar um workshop na minha universidade, em Nashville, e desde logo mantivemos contato até que o convidei para gravar o EP e fiquei muito feliz que ele aceitou. No contrabaixo, Sidiel Vieira, que já tocava com Débora e Edu, foi a escolha perfeita para completar o time. Ele tem um som lindíssimo no grave acústico e uma precisão rítmica impressionante.
O que o público deve ter em mente ao ver ao vídeo do quarteto tocando “Pro Vicente”?
Tenho uma grande pasmo por esses músicos. Ver a Débora, o Edu e o Sidiel tocando juntos é sempre uma alegria, e o mais impressionante é que nunca havíamos tocado os quatro juntos antes. A química foi instantânea. Os solos ficaram muito bonitos e tudo foi gravado ao vivo em somente um dia, de forma muito orgânica e originário.
Assista, a seguir, ao vídeo de “Pro Vicente”, uma das quatro músicas gravadas em “São Paulo Sessions Vol. 1”, EP do guitarrista brasílico residente nos Estados Unidos Paulo Oliveira.