Na rossio da Concórdia, em Paris, a guerra pelo ouro olímpico será travada por atletas que atendem pelos nomes de Phil Wizard, Shigekix e 671.
O trio está entre os melhores B-boys e B-girls do mundo da dança de rua competitiva, o breaking, que fará sua estreia nos Jogos de 2024. A modalidade é mais uma a ser adicionada ao programa olímpico, porquê ocorreu recentemente com o surfe, o skate e a escalada esportiva.
Os organizadores esperam que tais eventos atraiam um público demográfico que, sugerem pesquisas, está perdendo interesse no esporte: os jovens.
A evidência de uma subtracção no engajamento dos jovens com o esporte ao vivo é rico e crescente. Um relatório da YouGov no ano pretérito descobriu que unicamente 31% dos fãs de esportes globais com idades entre 18 e 24 anos assistiram a partidas ao vivo, em conferência com 75% para aqueles com 55 anos ou mais.
Segundo esse levantamento, os espectadores mais jovens são mais propensos a ver a trechos de destaque ou interagir com atletas famosos por meio das redes sociais, enquanto uma grande segmento se envolve com seus esportes preferidos por meio de videogames.
Uma pesquisa separada da Morning Consult, nos Estados Unidos, mostrou que quase metade da geração Z –com aqueles nascidos entre 1997 e 2012– nunca havia comparecido a um evento esportivo profissional ao vivo, enquanto unicamente 53% se consideravam fãs de esportes, em conferência com 69% dos “millennials”.
“O interesse universal da geração Z em esportes permanece significativamente inferior do das gerações mais velhas”, diz o relatório.
As explicações para esses hábitos em mudança variam. Há razões porquê o aumento dos custos de ingressos e assinaturas de TV que têm excluído os mais jovens, uma preferência por conteúdos de curta duração e uma simples sobrecarga de outras formas de entretenimento que não existiam quando os fãs mais velhos tiveram seu primeiro contato com o esporte ao vivo.
Essas tendências ameaçam a viabilidade de um padrão de negócios fundamentado em acordos multibilionários de transmissão ao vivo.
Investidores e executivos que comandam clubes e competições estão respondendo com uma série de novas ideias, incluindo mudanças na forma porquê o esporte ao vivo é entregue, porquê é embalado e até mesmo porquê o esporte em si é jogado.
O rápido propagação do esporte feminino, por exemplo, está criando novos fãs. Nos Estados Unidos, a popularidade da jogadora Caitlin Clark ajudou a equipe de basquete feminino da Universidade de Iowa a quebrar recordes de audiência na TV durante toda a temporada. O jogo do campeonato vernáculo universitário atraiu quase 19 milhões de espectadores, o programa esportivo mais visto nos Estados Unidos fora do futebol americano em ao menos cinco anos.
A Deloitte espera que o esporte profissional feminino gere uma receita de US$ 1,3 bilhão (R$ 6,6 bilhões) neste ano, supra dos US$ 981 milhões (R$ 5 bilhões) em 2023.
“Todos estão preocupados com o porvir da indústria agora. É muito mais um mercado de baixa do que um mercado de subida”, diz Gareth Balch, cofundador da consultoria Two Circles, que assessora uma longa lista de grandes empresas esportivas, incluindo a NFL (National Football League), a Premier League e o campeonato de tênis de Wimbledon. “Mas há esperança.”
Para muitos esportes que buscam atrair um novo público mais jovem, o primeiro passo é recorrer a documentaristas.
O enorme sucesso de “Drive to Survive” da Netflix, um olhar por trás das personalidades na série de corridas de automóveis da F1, gerou programas semelhantes sobre rúgbi, golfe e ciclismo. Pesquisas da YouGov mostraram que 20% dos fãs de esportes britânicos com idades entre 18 e 29 anos se consideravam fãs “ávidos” de F1, mas 31% se identificavam porquê telespectadores dedicados de “Drive to Survive”. Enquanto isso, a base de fãs femininas da F1 aumentou de 10% do totalidade antes do lançamento do programa para 27% em 2022.
Executivos em todo o setor acreditam que apresentar seu esporte a um público mais espaçoso é um passo importante para aumentar o interesse em jogadores e equipes de destaque nas redes sociais, o que deve portanto se refletir na audiência de competições ao vivo.
Outra estratégia é encontrar canais de entrega alternativos para os jogos em si. Durante a Despensa do Mundo do Qatar, em 2022, o organizador do torneio Fifa permitiu que os fãs brasileiros assistissem gratuitamente aos jogos de sua seleção vernáculo no Twitch, o site de streaming de videogames, posteriormente firmar parceria com o influenciador Casimiro. Milhões de pessoas sintonizaram.
Algumas dessas programações alternativas estão mirando até mesmo fãs mais jovens. Nos Estados Unidos, a NFL transmitiu ao vivo o Super Bowl mais recente na Nickelodeon, uma rede de televisão infantil, e utilizou os personagens de traçado entusiasmado Bob Esponja e Patrick Estrela porquê comentaristas.
Barney Francis, que lidera a produção global para a sucursal de marketing esportivo IMG, diz que a indústria continuará inovando com programações alternativas “para atender diferentes idades e gostos”. “A tecnologia está permitindo que os produtores se tornem mais criativos na forma porquê abordam o esporte ao vivo para fabricar novas experiências para os espectadores que transcendem o esporte e se tornam momentos culturais”, diz ele.
Além de aumentar sua presença em canais sociais porquê TikTok e Snapchat para compreender jovens adultos, muitos organizadores de competições estão adotando os jogos online para se conectar com adolescentes e crianças, ensiná-los sobre seu esporte e, em última instância, convertê-los em fãs vitalícios.
A EA Sports afirma que jogar EA Sports FC, a franquia de videogames mais popular da história, aumenta a verosimilhança de um jovem comprar ingressos para partidas de futebol em 18% e remunerar por uma assinatura de TV em 21%.
O campeonato de tênis de Wimbledon tem sido um dos pioneiros, construindo experiências imersivas no Roblox, uma plataforma de jogos popular entre crianças em idade escolar. Em WimbleWorld, os usuários podem jogar minijogos temáticos de tênis e interagir com um Andy Murray virtual. Para os jogadores mais velhos, os organizadores do torneio criaram no ano pretérito o Race to Wimbledon no Fortnite, uma plataforma de jogos com uma grande base de usuários adolescentes.
Grande segmento disso é impulsionada por pesquisas que mostram que o interesse pelo esporte geralmente é formado até os 14 anos.
“Você tem que pescar onde os peixes estão”, diz Usama Al-Qassab, diretor de marketing e mercantil do All England Club, que organiza o campeonato. “Se a primeira coisa que eles estão ligando é o PlayStation, ou estão olhando para o celular, você tem que ser capaz de interagir com essa [tecnologia] em primeiro lugar e usar isso porquê uma rampa de chegada.”
Muitos esportes têm mexido em seus formatos existentes com pequenas mudanças nas regras projetadas para açodar o jogo e maximizar a ação.
A MLB (Major League Baseball), por exemplo, introduziu um limite de tempo no ano pretérito para forçar os arremessadores a lançar a globo mais rapidamente, enquanto o tempo extra no final das partidas de futebol aumentou durante a Despensa do Mundo de 2022 para dissuadir as equipes de fazer cera. A F1 adicionou novas corridas sprint, que duram tapume de meia hora, porquê uma forma de oferecer eventos mais compactos.
Mas alguns esportes estão indo muito além, explorando formatos alternativos porquê uma maneira de atrair espectadores mais jovens, inspirados em segmento pelo enorme sucesso do formato Twenty20 no críquete, no qual as partidas duram algumas horas em vez de quatro ou cinco dias. A Indian Premier League Twenty20 se tornou um dos negócios esportivos mais valiosos do mundo, com os direitos de TV e streaming combinados gerando US$ 6,2 bilhões (R$ 31,7 bilhões na cotação atual) quando foram leiloados em 2022.
Greg Maffei, o diretor executivo da Liberty Media, que é dona da F1 e recentemente pagou € 4,2 bilhões (R$ 23,3 bilhões) pela série de corridas de motos MotoGP, diz que os tomadores de decisão em todo o mundo dos esportes estão procurando maneiras de apoucar as regras para açodar o jogo e tornar a experiência de visualização “mais cativante”.
“Podemos esgrimir se são mais curtos os períodos de atenção de uma audiência mais jovem, mas a veras é que seus padrões de visualização são diferentes, seu nível de interesse é dissemelhante e o que os interessa é dissemelhante. Você tem que encontrá-los onde estão de forma a atender às suas necessidades.”
Entre os experimentos mais drásticos em curso está o TGL, um torneio de golfe de duas horas bravo por Tiger Woods e Rory McIlroy que será disputado entre equipes de três jogadores de estrelas em uma redondel. Grande segmento da ação acontece em um simulador, com os jogadores depois para um campo da vida real. A teoria é fabricar uma versão mais digerível do golfe em conferência com as competições extensas e de vários dias pelas quais o jogo é sabido.
As equipes do TGL atraíram uma longa lista de grandes apoiadores, incluindo o Fenway Sports Group, possuidor do Boston Red Sox e do Liverpool FC, o bilionário gestor de fundos Steve Cohen e a estrela do basquete Stephen Curry.
Não todas as modalidades esportivas, porém, estão preocupadas com a subtracção da audiência jovem. Uma dimensão que parece estar prosperando com o público mais jovem é o esporte de combate, porquê artes marciais mistas (MMA) e boxe.
Executivos neste setor da indústria sugerem que ele tem atributos que o tornam particularmente sintonizado com os jovens fãs. Os nocautes violentos criam momentos viscerais que se prestam às redes sociais.
A imprevisibilidade de cada combate também requer atenção ordenado, ao contrário de uma partida de futebol de 90 minutos ou de uma corrida de F1 de 52 voltas. Uma luta de boxe pode insistir 12 rounds completos ou pode ultimar em 30 segundos –alguma coisa que pode ser prejudicial para os radiodifusores tradicionais que precisam preencher o tempo em torno da publicidade pré-vendida, mas é menos problema na era do streaming.
O potente gosto entre os espectadores mais jovens ajuda a explicar por que o conglomerado de entretenimento Endeavor fechou um combinação no final do ano pretérito para fundir o UFC (Ultimate Fighting Championship) com a WWE (World Wrestling Entertainment), que produz luta livre roteirizada. A fusão avaliou a entidade combinada, agora listada na Bolsa de Valores de Novidade York, em mais de US$ 20 bilhões (R$ 102 bilhões). A WWE tem mais de 100 milhões de assinantes em seu conduto no YouTube, em conferência com 6,7 milhões da Premier League e 12,8 milhões da NFL.
O site de streaming Netflix concordou em remunerar US$ 5 bilhões (R$ 25,5 bilhões) para transmitir o Raw, o evento ao vivo da WWE nas noites de segunda-feira, pelos próximos dez anos. E transmitirá boxe pela primeira vez em julho, começando com uma luta entre o velho vencedor Mike Tyson, 57, e o YouTuber transformado em pugilista Jake Paul, 30 anos mais jovem. Analistas esperam que seja a luta mais vista da história.
Alguns na indústria acreditam que os temores em torno do gosto dos jovens pelo esporte são exagerados. Apontam que há uma confusão entre hábitos em mudança e interesse decrescente.
Segundo eles, o que os detentores de direitos estão experimentando é a transição para um porvir em que a base de fãs é menos branca, menos masculina e mais jovem do que no pretérito. Assim, interage de maneiras distintas.
Um relatório da PwC transportado para LaLiga, a liga de futebol da Espanha, mostrou que, enquanto os fãs espanhóis com menos de 24 anos são menos propensos a ver às partidas pela TV ao vivo, estão mais interessados no esporte em universal e mais dispostos a remunerar por ele do que os mais velhos.
“Qualquer um que diga ‘eu sei qual será o impacto da geração do YouTube que está chegando e porquê eles vão querer consumir esportes ao vivo de longa duração e se eles querem remunerar por isso’, está mentindo”, afirmou o consultor Gareth Balch.
“As forças de mercado vão prescrever para onde isso está indo.”