'herege' Traz Bom Terror Religioso E Incrível Atuação De Hugh

'Herege' traz bom terror religioso e incrível atuação de Hugh Grant; g1 já viu

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Filme, que estreia nesta quarta-feira (20), foi dirigido e escrito pela mesma dupla por trás do sucesso ‘Um lugar taciturno’. Sophie Baxter e Chole East também se destacam no elenco. Publicado por interpretar galãs em comédias românticas uma vez que “Quatro Casamentos e um Funeral” e “Um lugar chamado Notting Hill”, o ator Hugh Grant tem buscado nos últimos anos interpretar personagens muito diferentes daqueles que o tornaram famoso mundialmente. Um bom exemplo recente dessa mudança foi o jocoso Oompa Loompa, de “Wonka”.
Mas é em “Herético”, filme que estreia nesta quarta-feira (20), que Grant finalmente se livra das amarras que o prendiam com o pretérito. Ele consegue gerar ali um papel marcante e terrível, que vai fazer muita gente ter susto dele na telona.
Comparado aos outros filmes de terror e suspense lançados em 2024, “Herético” é um longa supra da média. E Grant não é o único motivo. A produção conta com um bom roteiro, que motivo susto e desconforto a partir de questões religiosas, e tem uma boa direção, que só derrapa um pouco na secção final.
Assista ao trailer do filme “Herético”
A trama gira em torno de duas integrantes de uma igreja mórmon, as irmãs Barnes (Sophie Baxter, de “Boogeyman”) e Paxton (Chloe East, de “Os Fabelmans”), que têm a missão de conseguir mais fiéis na cidade onde vivem. Sua missão as leva até a mansão do Sr. Reed (Hugh Grant), que se mostra bastante simpático e interessado em discutir a religião das duas.
Só que, aos poucos, as jovens percebem que seu anfitrião quer mantê-las presas na mansão. Em troca da liberdade, elas se veem forçadas a participar de um jogo psicológico que procura testar os limites da fé. Desesperadas para conseguir evadir, ambas passam por situações inusitadas e assustadoras, arquitetadas pelo psicótico possuinte da mansão. As atividades podem não só custar as crenças delas, mas também as vidas de cada uma.
Jogos diabólicos
Um dos elementos mais fascinantes de “Herético” está no roteiro, assinado por Scott Beck e Bryan Woods, que se tornaram conhecidos por terem escrito “Um Lugar Soturno”, sucesso dirigido por John Krasinski. O texto se mostra bastante agudo ao fazer questionamentos sobre credos religiosos e suas origens.
Através do Sr. Reed, que se mostra um grande estudioso não só sobre religião, mas também de questões culturais, o filme cria um grande labirinto de fé para mostrar que, tanto as missionárias quanto o público, serão testados sobre o que realmente acreditam nos planos místico e físico.
As missionárias Barnes (Sophie Thatcher) e Paxton (Chloe East) são vítimas do Sr. Reed (Hugh Grant, de costas)
Divulgação
Cada prova que o personagem de Grant realiza com as moças traz um proporção de perversidade que aumenta à medida que a trama avança. Os dois cineastas (que antes tinham realizado o fracassado “65 – Ameaço Pré-Histórica”) conseguem a proeza de ocasionar susto ao misturar, por exemplo, cristianismo, o hit “Creep” do Radiohead e o jogo “Monopoly” (cá no Brasil sabido uma vez que “Banco Imobiliário”). O resultado, além de inusitado, é muito eficiente para ocasionar um clima de desconforto e susto, que o público compartilha com as protagonistas.
O único porém é que, na secção final, o longa não mantém o supino nível atingido nos dois primeiros terços de sua história. Algumas soluções encontradas pelos diretores-roteiristas não alcançam um resultado satisfatório e soam meio apelativas — e por que não proferir “mundanas”?.
Embora o desfecho seja bastante duvidoso, o que vai fazer muita gente discutir sobre o que acontece no termo da trama, ele também carrega elementos que já foram usados à exaustão em outros filmes do gênero e que acabam caindo no lugar geral. Uma pena, pois isso enfraquece a produção num todo.
Hugh Grant se destaca no terror ‘Herético’ uma vez que o misterioso Sr. Reed
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Gênio do mal
“Herético” também labareda a atenção por descrever com um elenco muito seco, porém muito muito entrosado com a proposta do filme. Isso é bom, já que ninguém se destaca de forma negativa — ao contrário de algumas produções do gênero.
A iniciar, obviamente, por Hugh Grant, que usa sua simpatia e carisma característicos para dar a sentimento inicial de que o Sr. Reed é um varão estudioso, bom de papo e inofensivo. Mas, aos poucos, o personagem vai revelando as camadas de sua personalidade doentia e se torna uma pessoa cada vez mais perigosa e mortífero.
A maneira com que Grant constrói seu protagonista é impressionante e, certamente, uma das melhores (se não, a melhor) interpretações de sua curso. O jeito que ele observa as vítimas e o modo que ele explica descobertas e regras dos jogos deixam as jovens missionárias (e também o público) ainda mais desconfortáveis. Sua performance no longa deveria ser observada com mais atenção, sobretudo em temporadas de premiações.
Sophie Thatcher interpreta uma missionária em transe no filme ‘Herético’
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Além de Grant, vale primar as ótimas atuações de Sophie Baxter e Chloe East, uma vez que as jovens que acabam caindo na embuste montada pelo Sr. Reed. Baxter, que já tinha trabalhado com os diretores em “Boogeyman”, transmite muito a tormento de sua personagem para trespassar do cativeiro e não se render à manipulação do captor.
Já East convence no início da história, ao se mostrar uma jovem mais singelo do que a amiga, além de mudar à medida que a angústia cresce e ela precisa ser mais poderoso para sobreviver. Há outros atores no elenco, mas suas participações são tão pequenas que não fazem muita diferença.
“Herético” também conta com uma interessante cenografia e direção de arte, que ajudam a gerar um clima mais sinistro para o filme, principalmente nas cenas em que as jovens buscam a saída da mansão e encontram outros cômodos que complicam ainda mais a luta pela sobrevivência. Os sustos são elaborados, fogem do estilo “jump scares” (aqueles que fazem o testemunha pular da cadeira).
Aliás, o longa traz reflexões marcantes, levantadas pelo vilão de Grant, artista que agora pode se aventurar em outros estilos cinematográficos e proferir que, sim, é um ator com muito mais versatilidade do que se pensava.
Cartela resenha sátira g1
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Fonte G1

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