O indumento de ser herói da II Guerra Mundial, onde participou de 94 missões porquê piloto de caça com o avião P-47, contra a média de 35 ações de um piloto norte-americano no mesmo conflito, não livrou o brigadeiro Rui Moreira Lima de ser recluso três vezes durante o regime militar e cassado pelo AI-1. Até hoje não foi anistiado pelo Estado brasílio, segundo relata à Sucursal Brasil o fruto dele, o economista Pedro Luiz Moreira Lima.
O Ato Institucional número 1, assinado em 9 de abril de 1964 pela junta militar, composta pelo general do Tropa Artur da Costa e Silva, tenente-brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo e vice-almirante Augusto Hamann Rademaker Grünewald, suspendia por dez anos os direitos políticos de todos os cidadãos vistos porquê opositores ao regime, entre congressistas, militares e governadores. Nesse período, surgiu a ameaço de cassações, prisões, enquadramento porquê subversivos e eventual expulsão do país. O AI-1 foi o embrião da Lei de Segurança Pátrio, publicada em 3 de Março de 1967.
Culpado de ser comunista, uma contravenção grave na era, Rui Moreira Lima recusou-se a entregar a Base Aérea de Santa Cruz, que comandava, no Rio de Janeiro, foi posto na suplente e recluso pela primeira vez. Foram cassadas licenças de voo de oficiais da Aviação, entre elas a de Rui. Sua carteira de voo foi recuperada somente em 1979, quando, devido à idade, não tinha mais condições de executar pilotar. Pedro Luiz contou que o pai foi um dos milhares de militares, dentre os quais muro de 2 milénio oficiais, atingidos pela ditadura que não poderiam recorrer à Justiça generalidade para reaver seus direitos, de convenção com o Item 181 da Constituição de 1967.
Ato de força
O item 181 dizia que “ficam aprovados e excluídos de opinião judicial os atos praticados pelo Comando Supremo da Revolução de 31 de março de 1964, assim porquê os atos do governo federalista, com base nos Atos Institucionais e nos Atos Complementares e seus efeitos, muito porquê todos os atos dos ministros militares e seus efeitos, quando no tirocínio temporário da Presidência da República”. Pedro Luiz definiu: “foi um ato de força. Foi com nascente item que o pai abandonou sua luta pelo recta de voar e sua promoção. Somente na Constituição de 88 esse item foi derrubado e, sem incerteza, graças ao pai”.
O economista conta que a ditadura queria expulsar o pai das Forças Armadas. “Teve gente que pensou em até varar todos os oficias cassados. Em 1988, ele entrou na Justiça generalidade e chegou, em 1992, ao posto de major-brigadeiro”. Rui Moreira Lima morreu, entretanto, em 13 de agosto de 2013, aos 94 anos, sem conseguir obter a mais subida patente da Aviação em tempos de tranquilidade, que é a de tenente-brigadeiro-do-ar. Sem cumprir o pedido para que expulsassem o brigadeiro Rui Moreira Lima da Força Aérea, o presidente Fortaleza Branco, que o conhecia desde jovem, acabou reformando-o porquê coronel e não porquê major-brigadeiro, contrariando as leis militares, que justificavam o posto pelo tempo de serviço prestado e pelas ações na II Guerra Mundial.
Pedro Luiz contou que, anos depois, em decisão assinada em 24 de maio de 2016, o portanto presidente Michel Temer concedeu promoção post mortem a tenente-brigadeiro-do-ar a Rui Moreira Lima, publicada no Quotidiano Solene, mas cassada em 2019 pela Advocacia Universal da União (AGU), com assinatura do presidente Jair Bolsonaro. O argumento era que Moreira Lima não era piloto. “Era engenheiro e engenheiro não chega ao posto de quatro estrelas de tenente-brigadeiro”, relatou Pedro Luiz.
Prisões
Na primeira vez que foi recluso, Rui Moreira Lima foi disposto no porão do navio de tropa Barroso Pereira, próximo à Ilhota Fiscal, onde sofreu tortura psicológica e conviveu com ratos, percevejos e baratas. Não havia sanitário. As necessidades fisiológicas eram feitas em um buraco no pavimento. Fez greve de míngua. Três dias depois, o comandante do Grupo de Caça na Itália e ex-ministro da Aviação, Nero Moura, telefonou para o presidente Fortaleza Branco relatando as condições que seu comandado estava sofrendo e ele foi transferido para o navio Princesa Leopoldina, onde permaneceu 49 dias recluso.
Quatro meses depois, foi recluso novamente e levado para o quartel da 3ª Zona Aérea, sob o comando do brigadeiro João Adil de Oliveira. Ficou 90 dias estagnado, respondendo ao interrogatório de Santa Cruz, porquê ficou divulgado, dirigido pelo brigadeiro Manoel José Vinhaes mas, principalmente, por seu assistente, coronel João Paulo Moreira Burnier. “Esse Sindicância foi terrível, sendo dirigido praticamente pelo Burnier. Ambos –Vinhaes e Burnier – não procuravam apurar a verdade, mas comprometer-me porquê subversivo”. A asserção é do próprio brigadeiro Rui Moreira Lima, em entrevista concedida para o projeto História Vocal do Tropa e das Forças Irmãs na Revolução de 1964, publicado em 2003.
Libertado e cassado, começou novidade curso porquê social, aos 49 anos, no mercado de ações incentivadas, porquê sócio da empresa Jacel Jambock. Na última prisão, em 1970, o fruto de Rui, Pedro Luiz, foi estagnado porquê forma de o governo ditatorial chegar até o portanto coronel Moreira Lima, dentro de sua empresa. O brigadeiro foi sequestrado, encapuçado e levado para o 15º Regimento de Cavalaria Mecanizado (RC Mec), situado na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, comandado pelo coronel Mário Orlando Ribeiro Sampaio. Leste era idoso comandado de Rui no Recomendação de Segurança e no curso que fizeram na Alemanha Ocidental. Ali, o brigadeiro ficou incomunicável durante três dias, em uma espécie de masmorra, onde não conseguia deitar nem dormir, pois a leito tinha somente três pernas. Se precisasse ir ao banheiro, deveria invocar um dos vigias para acompanhá-lo. Até que, por ordem do General Sizeno Sarmento, foi libertado. “O pai achava que a intenção era sua morte e desaparecimento”, disse Pedro Luiz.
As perseguições não pararam, entretanto, depois da última prisão. A família recebia ameaças e xingamentos pelo telefone, vigias à paisana eram vistos rondando a rua e tinha sempre um órgão que implicava com o funcionamento da empresa do brigadeiro.
Senta a Púa!
Rui Barbosa Moreira Lima, ou brigadeiro Rui Moreira Lima, porquê era chamado, nasceu na cidade de Colinas, no Maranhão, em 12 de junho de 1919. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1938 para cursar a Escola Militar, vindo a se formar aviador na primeira turma da Escola da Aviação. Tornou-se um dos primeiros membros da Força Aérea Brasileira (FAB). Inscreveu-se porquê voluntário para a II Guerra Mundial na Itália pelo 1º Grupo de Aviação de Caça, do qual foi o fundador do lema Senta a Púa. Esse também foi o título do primeiro livro que publicou sobre a atuação do 1º Grupo de Aviação de Caça na guerra. “Foram 55 milénio livros na primeira edição”, revelou Pedro Luiz. A obra já está na quarta edição. “São histórias humanas que aconteceram, com depoimentos de vários companheiros do brigadeiro”.
Posteriormente a buraco da democracia, ele lançou Quotidiano de Guerra, contando as missões que efetuou nos céus da Itália, sendo a primeira em 6 de novembro de 1944 e a última em 1º de maio de 1945. Foi atingido pela artilharia antiaérea alemã em nove ocasiões, das quais saiu sem ferimento. Seu embarque para a guerra ocorreu quando sua esposa, Júlia Moreira Lima, estava pejada da primeira filha, aos 18 anos. Os três filhos do solene são Claudia, Sonia e Pedro Luiz.
De espírito inquieto, se tornou ativista pela buraco e pela redemocratização do país, com atuação plena na Constituinte, pelas questões nacionalistas, pela retomada de direitos civis e militares dos brasileiros atingidos pelos golpes de Estado, e pela valorização da história do Brasil e da FAB.
Em 2021, a Editora Topbooks lançou Adelphi! Voando por Justiça e Liberdade, livro biográfico escrito pela museóloga Elisa Colepicolo e por Pedro Luiz Moreira Lima, contando a história do brigadeiro. “Meu pai era um historiador. Tudo que ele escrevia, ele guardava”. A base do livro foram os escritos deixados por Rui, que totalizaram 8 milénio documentos, 6 milénio fotos e algumas gravações que o solene deixou. O termo Adelphi é uma saudação peculiar, destinada a reverenciar os pilotos de caça da Força Aérea Brasileira que pereceram nos céus da Itália, além de ser usado também para marcar eventos relevantes para a aviação de caça ou para a Força Aérea Brasileira.