Idosos Lgbtqia+ Encontram Acolhimento Na Internet: 'também Temos Direito De

Idosos LGBTQIA+ encontram acolhimento na internet: 'Também temos direito de ser felizes'

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Vídeos com relatos sobre a vivência LGBTQIA+ na melhor idade viralizam no TikTok. Marcio Guerra e o marido Flávio Galone, personagens de série que conta a história de idosos LGBTIA+
Reprodução/LGBT+60
Ana Carolina Apocalypse é uma influenciadora do dedo de 66 anos com mais de 150 milénio seguidores em seu perfil no TikTok. Na rede social, ela relata sua experiência porquê uma mulher transgênero idosa. Segundo ela, a internet mudou a vida dela.
“A cada vídeo que eu publicava eu recebia uma interação tão linda das pessoas que me motivava a continuar.”
A curso do dedo de Ana Carolina começou posteriormente um vídeo sobre sua transição tardia viralizar, em 2020. Desde lá, Ana publica regularmente conteúdos do seu dia a dia e fala sobre conscientização e visibilidade trans.
Nos comentários das publicações de Ana carolina, é fácil encontrar mensagens de suporte e incentivo: “Você se tornou uma figura materna para mim, te adoro, diva”; “sua simpatia é tanta que parece que te conheço a anos!”, são alguns dos recados deixados pelos seguidores.
“Essa visibilidade que a rede dá é muito importante para provar que nós somos capazes, que nós LGBTs também temos o recta de ser felizes”, afirma. “Não é porque a gente já atingiu uma certa idade na nossa vida que já passou o tempo de ser feliz.”
A história da Ana Carolina é uma das retratadas na série “LGBT+60: Corpos que resistem”, de Yuri Alves Fernandes, jornalista especializado em variedade. Aos 30 anos, ele começou a se questionar sobre seu horizonte porquê um varão gay. Publicado no veículo Projeto #Colabora, a iniciativa viralizou no TikTok e já possui mais de 4,2 milhões de visualizações.
“Sinto que o vestuário das pessoas LGBT+ não terem muita representatividade na vetustez cria um mistério entre nosso presente e o horizonte. Se a gente não consegue se ver na terceira idade, porquê vamos imaginá-la? Ou até mesmo crer que vamos chegar lá, sobretudo para pessoas trans que têm expectativa de vida muito baixa no Brasil?”, diz ele ao g1.
Outro personagem do projeto, Márcio Guerra é jornalista e, aos 62 anos, adotou uma gaiato de 12 anos junto de seu companheiro, à quadra com 50 anos.
Ao g1, Márcio conta que, depois da série, recebeu mensagens de casais LGBTQIA+ mais velhos que tinham desistido de tentar adotar. “Acredito que nossa experiência ajuda a quebrar alguns tabus. Fico feliz que nossa história tenha tido esse impacto.”
Para o idealizador do projeto, Yuri Fernandes, o sucesso dos vídeos nas redes é um revérbero de uma maior legalização por histórias sobre variedade. “Fico ainda mais feliz em ver os resultados: sinal que muitas pessoas de novas gerações estão tendo entrada a história da comunidade LGBT+ e podem agora reconhecer quem lutou e ainda luta pelos nossos direitos.”
Inspiração de fora
Fora do Brasil, outros influenciadores LGBT’S também viralizaram no TikTok mostrando suas rotinas com ativismo e bom humor.
É o caso do The Old Gays, perfil dos Estados Unidos comandado por um grupo de homens gays idosos e que se tornou um fenômeno na plataforma de vídeos, com mais de 11 milhões de seguidores.
Ajuda e suporte
Grupo de amigos formado por idosos LGBTQIA+ somam milhões de seguidores no Tiktok
Reprodução/Tiktok:@oldgays
Estudo publicado em 2023 por pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de São Caetano do Sul mostrou que pessoas com mais de 50 anos que pertencem à comunidade LGBTQIA+ têm atendimento de saúde pior do que a parcela de mesma tira etária que não faz segmento desse grupo.
Para além da dificuldade que muitos podem ter enfrentado ao mourejar com a sexualidade quando jovens por conta da quadra, idosos LBGTQIA+ ainda hoje lidam com tabu e preconceito.
“A comunidade LBGTQIA+ idosa é formada por pessoas oriundas de uma verdade muito dissemelhante da de hoje, e que já sofreu questões muito sérias de homofobia. E, aliás, que sofre com a repudiação em atendimentos de saúde por conta de sua identidade”, diz ao g1 Luis Baron, presidente da Associação EternamenteSou, ONG de São Paulo que atende pessoas LBGTQIA+ supra dos 60 anos e pessoas trans e travestis supra dos 40 anos em situação de vulnerabilidade social.
“O etarismo e a LGBTfobia andam de mão dadas.”
Em funcionamento desde 2028, a organização atua distribuindo cestas básicas, encaminhando os idosos para centros de saúde e promovendo eventos de sociabilização para nascente grupo. Para Luis, projetos para a ampliação da visibilidade deste grupo são essenciais para a garantia de direitos e de uma vida mais digna para a comunidade.
“Existe um apagamento da questão da sexualidade nas pessoas idosas. As pessoas chegam aos 60 anos e não se fala mais nisso. Ela é destituída dessa particularidade. Mas existe, sim, sexualidade divergente e é importante que a gente conheça essas histórias.”

Fonte G1

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