Italo Ferreira E Tati Weston Webb Disputam Título Mundial 05/09/2024

Italo Ferreira e Tati Weston-Webb disputam título mundial – 05/09/2024 – Esporte

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Italo Ferreira nunca treinou tanto quanto agora: “Performance, performance, performance”. Tatiana Weston-Webb tem treinado pouco: “Realmente, não foi muita preparação”.

São eles os atletas que tentam manter a sequência de títulos do Brasil no Mundial de surfe. A lanço final, em San Clemente, nos Estados Unidos, que provavelmente ocorrerá nesta sexta-feira (6), a depender das condições do mar, é encarada de maneiras muito diferentes pelos representantes do país vivos na disputa.

O potiguar Italo, 30, goro por não ter obtido classificação para tutelar em Paris a medalha de ouro que recebeu nos Jogos Olímpicos de Tóquio, está sedento por uma conquista. A gaúcha Tatiana 28, prata em Paris-2024, vê sua missão cumprida na temporada e está “ligeiro”, termo que repete a cada duas ou três frases.

“A medalha era um sonho gigante. E, para mim, depois disso, caiu muito a pressão que eu estava sentindo. Estou superleve. Estou me sentindo ótima, esperançado, orgulhosa de mim mesmo”, afirmou Weston-Webb. “Estou superfeliz, não tenho zero a perder cá. Sou a quinta. Só posso lucrar. Estou me sentindo ótima.”

Ela se refere ao próprio ranking e ao formato de disputa da WSL, a Liga Mundial de Surfe, na {sigla} em inglês. Tati obteve a quinta e última vaga feminina no evento WSL Finals, que define os campeões do mundo. Ela precisa desancar em sequência a quarta colocada, a terceira e a segunda para fazer a decisão em melhor de três baterias com a líder do ano, a norte-americana Caitlin Simmers.

A classificação da brasileira ao torneio último só foi obtida na mais recente lanço do Mundial, em Fiji. Já com a medalha de prata olímpica no peito –e em seguida uma série de compromissos comerciais e de relações públicas–, na leveza, praticamente sem treino, chegou à final no oceano Pacífico e subiu da sétima para a quinta posição.

“A gente fez uma preparação incrível para as Olimpíadas, e eu me senti muito muito lá, mas já se passou um mês aí, não treinei tanto. Tive que viajar a Paris [a disputa olímpica foi no Taiti, na Polinésia Francesa], depois teve Fiji, realmente não tive muita preparação física. Mas eu tenho certeza de que é provável e confio no meu corpo para conseguir fazer o trabalho”, disse.

Italo Ferreira, na disputa masculina, também só conseguiu sua vaga no Finals na última chance. Vencedor de duas das últimas quatro etapas classificatórias, deu um salto na tábua, beliscou o quinto lugar e realizou uma preparação física quase maníaca para a decisão em San Clemente, nas ondas californianas de Lower Trestles.

“Eu realmente tenho me devotado bastante nessa secção, é uma das minhas prioridades. Porque surfar eu já surfo desde garoto. Portanto, o importante é preparar o corpo e preparar a mente para esse repto, para esse grande dia, que é um tiro só. Eu vou encetar às oito e meia da manhã, e o campeonato vai até umas três e meia da tarde”, afirmou, manifesto de que estará no torneio do primícias ao término.

Uma vez que Tatiana, Italo precisa desancar o quarto disposto, o terceiro e o segundo para disputar o troféu com o primeiro, o havaiano John John Florence. No Finals de 2022, ele traçou caminho semelhante até as batalhas decisivas com o compatriota Filipe Toledo, que triunfou. Apesar da roteiro, disse ter entendido muito o formato.

“São até seis baterias no dia. Isso realmente exige pujança do seu corpo, por isso treinei muito em São Paulo. Era ateneu de manhã, piscina [de ondas artificiais] à tarde; piscina de manhã, ateneu à tarde. Isso me dá muita crédito, sei que meu corpo está pronto para retirar o meu supremo. Estou mais possante mentalmente e fisicamente”, declarou.

Ferreira precisará mesmo de bom preparo para manter a ora ameaçada supremacia do Brasil no rodeio masculino. A “Brazilian Storm”, “tempestade brasileira” que tomou conta da modalidade nos últimos dez anos, fez todos os campeões desde a temporada 2018 –em 2019, com o próprio Italo.

De 2014 para cá, a série só foi quebrada em 2016 e 2017, com o bicampeonato de John John, que novamente aparece uma vez que ameaço. Atual bicampeão, Filipe Toledo se afastou do rodeio neste ano por questões de saúde mental. Yago Dora e o tricampeão Gabriel Medina cresceram na secção final da temporada, porém ficaram fora do Finals –Medina foi bronze nos Jogos Olímpicos.

Na disputa feminina, o Brasil ainda procura seu primeiro título. Tatiana foi vice em 2021, perdendo por muito pouco a final para a norte-americana Carissa Moore, e adoraria finalmente ser campeã mundial, porém não se sente pressionada. “Uma vez que falei, não tenho zero a perder, só a lucrar. Vou com esse pensamento.”

Folha

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