Jeff tweedy, do wilco, lança livro sobre compor músicas

Jeff Tweedy, do Wilco, lança livro sobre compor músicas – 22/05/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Às vésperas dos shows do Wilco no Brasil, onde se apresenta neste domingo (25), em São Paulo, no C6 Fest, o vocalista Jeff Tweedy desembarca também nas livrarias do país. Acaba de ser lançada a versão traduzida de “Uma vez que Redigir uma Música”, livro em que o músico americano compartilha seu processo de formação —segmento memória, segmento manual de desbloqueio criativo.

“Redigir uma música não tem a ver com sublimidade, mas com se permitir sentir e encontrar sua própria voz,” diz Tweedy sobre suas motivações para conceber.

Nascido em Belleville, no estado americano de Illinois, e radicado em Chicago, Tweedy lidera uma das bandas mais celebradas do indie rock desde os anos 1990. Ao longo de mais de três décadas de curso, tornou-se referência não unicamente pela sonoridade único do Wilco, mas também pela sensibilidade e abordagem introspectiva de suas letras.

Além da extensa discografia, Tweedy já havia se aventurado pela literatura com a autobiografia “Vamos Nessa (para Podermos Voltar): Memórias de Discos e Discórdias com o Wilco etc.”.

Agora, em “Uma vez que Redigir uma Música”, ele mira um objetivo mais modesto, mas não menos cobiçoso: ajudar o leitor a ortografar uma única música. Só isso. “A teoria de ortografar só uma música é libertadora”, escreve. “Não se trata de mudar o mundo, mas de mudar o seu dia.”

Apesar do título sugestivo, o livro não é exatamente um guia técnico. Longe das fórmulas de sucesso ou listas de acordes, Tweedy foca mais na experiência pessoal da geração, dividindo inseguranças, exercícios, hábitos e pequenas epifanias que surgem quando se insiste na prática.

Para fãs da orquestra, a obra pode oferecer uma chave para compreender o promanação de faixas porquê “Jesus, Etc.” ou “Impossible Germany”, por exemplo.

Questionado se ortografar um livro —formato longo, menos delimitado que a cantiga— teria desafiado a teoria de que limitação é uma forma de liberdade, Tweedy responde que “as limitações vêm em muitas formas”. “A duração de uma música, minha voz, minhas habilidades. Zero disso importa tanto quanto a originalidade e o libido de se orar.”

A prática criativa diária, que ele defende várias vezes ao longo do livro, segue moldando sua produção. “Esse processo tira o ego da jogada. Permite que uma versão mais profunda do seu inconsciente emerja. Isso é imprevisível, e é isso que me encanta.”

Mais do que um livro sobre música, a obra se insere numa leva recente de títulos que exploram a geração artística a partir da experiência pessoal, assinados por nomes porquê Nick Cave, Patti Smith e Jarvis Cocker.

Para além do público com aspirações musicais, o guia de Tweedy pode interessar a qualquer pessoa envolvida com práticas criativas —ou mesmo a quem procura reencontrar alguma espontaneidade no cotidiano. “Gerar é um jeito de manifestar a si mesmo que você está vivo”, afirma ele.

Ao refletir sobre a relação entre formação e performance, Tweedy afirma que ortografar canções exige solidão, mas é no palco que encontra a completude. “Sabor de ser a primeira audiência das minhas músicas. Mas só fazem sentido porque posso levá-las ao mundo e testar a teoria de que não sou tão dissemelhante dos outros.”

Mesmo com décadas de curso e uma base de fãs global, Tweedy diz não conseguir conceber a noção de “audiência” porquê um pouco uniforme. “Tento sempre me conectar com uma pessoa por vez, uma consciência de cada vez. É tudo o que você pode fazer porquê artista.”

O lançamento brasílio de “Uma vez que Redigir uma Música” coincide com o retorno do Wilco ao país, que não se apresenta por cá há nove anos. Tweedy acredita que os fãs brasileiros podem ter uma leitura principalmente empolgada da obra. “Espero que eles leiam o livro com o mesmo exaltação sincero e a mente ensejo que demonstram nos shows.”

Para ele, a vontade que os fãs transmitem no palco pode se transformar em uma experiência de leitura também intensa e envolvente. “A vocábulo que me vem à cabeça é ‘vontade’ —espero que sejam leitores energéticos.”

A julgar por esse exaltação, ortografar uma cantiga talvez não seja só para quem vive da música —mas para quem vive de sentir.

Folha

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