Jerry Seinfeld: Não Podemos Ser Ultrassensíveis No Humor 02/05/2024

Jerry Seinfeld: Não podemos ser ultrassensíveis no humor – 02/05/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Foi rindo, com certa sobrançaria, que Jerry Seinfeld apareceu na tela do computador para falar do filme que lança nesta semana pela Netflix, que teve piadas concebidas com a ajuda dos “deuses da comédia”, uma vez que disse, sem muito esforço.

Notoriamente avesso a jornalistas –ficou famosa sua irritação com uma pergunta de Larry King na TV americana, há duas décadas, na qual botou panos quentes nas próprias páginas deste jornal–, a mente por trás do hit “Seinfeld” não tinha uma vez que fugir, porém.

Além de ter escrito o roteiro de “A Guerra do Biscoito Pop-Tart”, ou “Unfrosted”, no mais contido título original, ele ainda dirigiu, produziu e protagonizou o longa, um projeto que orbita, portanto, a sua própria figura.

“Se você fizer o seu trabalho muito e sem prepotência, os deuses vão te proporcionar e o público vai rir. Mas você precisa pensar uma vez que um servo, não uma vez que um recipiente de glória”, afirmou, ao ser questionado sobre as raízes de seu humor e sobre uma vez que concebeu as piadas da trama, uma empreitada que causou uma disputa de lances de várias plataformas de streaming que a queriam em seu catálogo.

Tudo começou com uma piada contada ao se lançar na noite de stand-up nova-iorquina, posteriormente as nove temporadas de “Seinfeld”. Ele tirou sarro de uma secção importante do moca da manhã de seus compatriotas, as tortinhas pré-assadas recheadas de geleia que dão nome ao filme –”tão nutritivas quanto as caixas de papel nas quais as embalam”, dizia no número.

Distante da mesa dos brasileiros, as Pop-Tarts começaram a ser produzidas pela Kellogg’s, gigante do setor nutritivo, em 1964. A empresa precisava variar seu catálogo de cereais matinais e, posteriormente anos de pesquisa, conseguiu meter um recheio de frutas não perecível numa tamanho pensada para as torradeiras.

É o primeiro grande projeto de Seinfeld em anos. Desde o sucesso arrebatador de sua série, ele colecionou créditos de maneira espaçada, sem despovoar os clubes de comédia de Novidade York. Apareceu uma vez que convidado privativo em programas uma vez que “30 Rock”, “Inside Amy Schumer” e “Segura a Vaga” –ou “Curb Your Enthusiasm”.

Assinou, ainda, sucessos de menor avidez para alguém com seu histórico, uma vez que o talk show “Comedians in Cars Getting Coffee” e o stand-up “23 Hours to Kill”. Lançado em 2020, foi seu primeiro trabalho do tipo em duas décadas, secção de um convenção com a Netflix, com quem parece viver uma lua de mel.

No terreno da ficção, porém, o americano se limitou, depois de “Seinfeld”, a grafar o filme de animação “Bee Movie: A História de uma Abelhão”, numa empreitada pouco convencional sobre uma zangão que processa seres humanos por consumirem seu mel.

É um tipo de humor nonsense que corre nas veias de Seinfeld e se repete em “A Guerra do Biscoito Pop-Tart”. Mas muita coisa mudou no jeito de fazer comédia desde portanto, o que não o preocupa tanto. É o que ele diz, meio a contragosto, ao ser confrontado com as ameaças da ronda cibernética e da cultura do cancelamento.

“Comediantes não controlam para onde a cultura vai, nós estamos lá exclusivamente para refleti-la de alguma forma”, diz. “Você não pode ser ultrassensível enquanto comediante. Se não quer rir de algumas questões culturais e estereótipos, tudo muito. Mas precisamos saber, na comédia, onde está o limite [do que é ofensivo ou não] e uma vez que galhofar com ele.”

É uma enunciação que custou a transpor de sua boca. Seinfeld reclamou que a reportagem estaria supostamente tentando politizar a entrevista, apesar de ele não ser do tipo que se esquiva de assuntos políticos –recentemente, viajou a Israel e reiterou seu suporte ao país em meio à espinhosa guerra travada com o Hamas.

Ele não viu problema, no entanto, em abordar o tópico com um podcast da revista americana The New Yorker, ao qual disse ver a “extrema esquerda”, “o lixo do politicamente correto” e “as pessoas se preocupando demais em não ofender os outros” uma vez que ameaças à comédia.

Assim, há em “A Guerra do Biscoito Pop-Tart” cenas que podem incomodar a turba da internet, uma vez que um latino-americano que é traficante de “açúcar”, numa alu são à cocaína, e dois homens afetadíssimos que até o final da trama vão se desenredar gays e fabricar um fruto juntos.

“A cultura nos fornece uma estrutura na qual podemos trabalhar, enquanto humoristas. Sempre foi assim, desde o final dos anos 1980, pelo menos”, diz Spike Feresten, corroteirista de “A Guerra do Biscoito Pop-Tart” e também de “Seinfeld”, mais amigável posteriormente ouvir o questionamento.

“Em outras palavras, o que é socialmente plausível está sempre mudando, mas é nosso trabalho resolver uma vez que surfar nessa vaga, pensando sempre em fazer rir. Se há um tanto novo que as pessoas consideram ofensivo, zero muda para nós. Essa conversa sempre existiu.”

Outra face sensível de “A Guerra do Biscoito Pop-Tart” é sua relação com a veras. Há muita liberdade artística no roteiro, e não houve envolvimento da Kellogg’s na produção, uma vez que foi o caso da Mattel com “Barbie”.

Isso exigiu do departamento jurídico da Netflix atenção privativo às frases e imagens que poderiam incomodar a trabalhador dos Sucrilhos do Tigre Tony –a mascote, interpretada por um Hugh Grant abobalhado, precisou de um visual levemente dissemelhante daquele que tinha nos anos 1960, já distante dos dias de hoje.

Seinfeld é o isca do elenco, dando vida ao responsável pelo setor de inovação e novos produtos da empresa. No comando dela está Jim Gaffigan, que vive um romance secreto, à la “Romeu e Julieta”, com a chefona da concorrente Post, interpretada por Amy Schumer.

As duas companhias tentam fabricar um resultado nos moldes do Pop-Tart e, por isso, dão início a uma guerra que envolve espionagem e sabotagem, sempre de forma exagerada e absurda. No elenco também estão Melissa McCarthy, Christian Slater, Bobby Moynihan e James Marsden.

“A teoria de que duas empresas estavam batalhando para fabricar um moca da manhã retangular nos fez rir. Acho que o filme vai concluir gerando publicidade, mas isso nunca foi um tanto em que pensamos”, diz Feresten. “O que queríamos era reunir pessoas engraçadas e racontar uma história boba. O filme, para mim, é uma vez que um incidente de ‘Seinfeld’, mas com um orçamento muito maior.”

Folha

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