O jornalista Paulo Totti morreu nesta sexta-feira (26) em Salvador aos 85 anos. A informação foi confirmada à Dependência Brasil pelo fruto Iuri Totti. Paulo estava internado na capital baiana havia dez dias, em razão de problemas pulmonares. O corpo está sendo velado no Jardim da Saudade, onde será cremado às 17h. Totti faria 86 anos no próximo dia 10. Deixa três filhos, seis netos e a mulher, a também jornalista Ana Maria Mandim.
Paulo Totti trabalhou na Dependência Brasil em 2015 e 2016, quando ocupou o posto de gerente executivo de Agências na Empresa Brasil de Informação (EBC). O missão fazia secção da portanto recém-criada Superintendência Executiva de Agências e Teor Do dedo, que tinha por objetivo integrar o trabalho das equipes das agências de texto, rádio e retrato e das equipes de web e redes sociais.
Ao contrário da maioria dos gerentes, não gostava de permanecer em sua sala – preferia estar na redação, sempre com uma boa prosa, dando uma olhada nos textos em edição e sugerindo mudanças. Foi na gestão de Totti que a Dependência Brasil contou com um programa de correspondentes, com repórteres em Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte, Porto Feliz e Maceió, além das três atuais praças – Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.
Depoimentos
Coordenadora de edição da Dependência Brasil, a jornalista Lílian Beraldo se lembra com carinho de diversos momentos vividos com Paulo Totti na redação de Brasília. “Totti era uma pessoa satisfeito, divertida, gentil no trato e rigoroso com o texto. Um jornalista excelso.”
A jornalista Lana Cristina, que trabalhou com Totti uma vez que gerente da Dependência Brasil à estação, descreve o companheiro uma vez que a pessoa mais gulosice e meigo que conheceu.
“De um humor refinado e ácido, quando tinha que ser. Me ensinou tanto sem ser professoral, ensinava com paixão, paciência, humanidade. Contava tantos casos interessantes que, se eu fosse racontar, ia dar muitas laudas, só pra usar um termo de épocas dele e minhas também.”
“Histórias de uma vez que ele teve que fazer entrevistas irrelevantes quando estava num projeto de entrevistas tipo páginas amarelas e tinha que, a mando da chefia, conversar com alguma notoriedade tipo revista Caras. Teve também uma de quando ele foi recluso na ditadura e, na prisão, encontrou uma mocinha meio tímida num cantinho. A mocinha era Dilma Rousseff. E tantas outras histórias e trocas ricas. Ele era uma enciclopédia, sem a chatice de uma enciclopédia. Uma perda dolorosa essa!”
Nas redes sociais, o companheiro e também jornalista Marcelo Beraba postou uma homenagem a Totti, a quem se refere uma vez que gaúcho bem-humorado e referto de vida. “Foi um grande companheiro. Companheiro mesmo. E imenso. Ao longo dos meus 50 anos em redações, convivi com poucos jornalistas tão completos uma vez que ele. Apuração, texto, edição, moral, honestidade intelectual – um jornalista uma vez que poucos.”
“Ajudou a formar gerações de ótimos profissionais”, escreveu. “A vida toda – desde o movimento estudantil em Porto Feliz, durante a ditadura militar, até os últimos dias, retraído em Salvador com a sua grande companheira nesta marcha, Ana Maria Mandim – foi inconformado com esse país desigual, com essa escol política e econômica insensível. Faria 86 anos agora, em 10 de maio. Uma tristeza, uma imensa tristeza. Descanse em silêncio, companheiro.”
Biografia
Nascido em Veranópolis (RS), Paulo Totti começou a curso aos 14 anos uma vez que redator de notícias da rádio municipal de Passo Fundo (RS). Aos 19 anos e estudante de recta, foi eleito vice-presidente da União Vernáculo dos Estudantes (UNE) e foi para o Rio de Janeiro, onde começou a curso de repórter no Última Hora. De lá, transferiu-se para a redação do jornal em Porto Feliz.
Trabalhou também na Rádio Guaíba de Porto Feliz e, em 1968, participou da equipe de Mino Epístola que fundou a revista Veja. Foi encarregado da sucursal da Editora Abril em Porto Feliz até 1973, quando se transferiu para a editoria de Brasil na redação de Veja em São Paulo. Ainda em Porto Feliz, antes da transferência para São Paulo, foi recluso por atividade considerada subversiva à estação. Em 1976, trabalhou no jornal O Orbe do Rio de Janeiro, onde foi editor de política e vernáculo.
Em 1978, assumiu a direção da sucursal da Publicação Mercantil no Rio de Janeiro, onde trabalhou por dez anos, até ser transferido para Buenos Aires, uma vez que correspondente do jornal na América Latina. Lá, cobriu a guerra das Malvinas em 1982 e a geração do Mercosul em 1990. Em 1992, foi enviado para Washington, onde permaneceu por dois anos e meio. Cobriu, na estação, a renegociação da dívida brasileira.
Em 1995, voltou ao Brasil e, posteriormente breve passagem pela redação da Publicação Mercantil em São Paulo, foi para o Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro, uma vez que editor executivo. Em 1999, voltou à Publicação, desta vez, uma vez que correspondente na Cidade do México. Em 2000, já em São Paulo, assumiu a edição da primeira página da Publicação Mercantil e, em 2003, foi assessor de prensa da presidência do Banco Vernáculo de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em seguida, atuou uma vez que repórter próprio do Valor Econômico, em São Paulo, onde participou da cobertura das eleições presidenciais. Depois sua passagem pela EBC, Totti também trabalhou no Recomendação Vernáculo de Justiça (CNJ).
*Com informações da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).