Jovens Do Sul Global Ganham Voz Ao Terem Delegação Na

Jovens do Sul Global ganham voz ao terem delegação na COP 29

Brasil

Assim porquê outras organizações de resguardo dos direitos humanos, o Instituto Alana participa da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024 (COP 29) com uma comitiva com a parcela da população a quem direciona ações há três décadas: crianças e adolescentes. O grupo é formado por quatro ativistas, todos membros do Children For Nature Fellowship, programa do instituto voltado à garantia de participação de pessoas do Sul Global em plataformas regionais e mundiais.

Com o objetivo de certificar que as crianças e os adolescentes possam participar dos debates com o mesmo nível de reverência e escuta dispensado aos adultos, o Alana programou o ato batizado de Kids’ Corner (Quina das Crianças, em tradução livre). O nome foi pensado para relembrar o Speaker’s Corner, um esquina localizado no Hyde Park, em Londres, reservado a qualquer pessoa que deseje se manifestar publicamente e ser ouvida quanto ao que apresenta. No Kids’ Corner, é posicionado um caixote, que representa um púlpito, no qual as crianças e adolescentes sobem para reclamar direitos ou se pronunciar sobre qualquer tópico. 

Ativismo

A delegação enviada pelo Alana à capital do Azerbaijão, Baku, conta com um mexicano de 13 anos, um colombiano de 15 anos e duas brasileiras. A estudante Catarina Lourenço, de 17 anos, que vive na Bahia, vem de uma família em que o ativismo orienta muito das vidas ali conectadas pelo laço sanguíneo e que acaba desenhando o compartilhamento de ideais. Sua família, relata ela, sempre comprou combate com o mercado imobiliário que “quer destruir” o Parque Ecológico do Vale Seduzido, que tem murado de 100 hectares e mais de 200 espécies arbóreas.

Aos 7 anos de idade, já acompanhava os pais a idas à prefeitura, onde deixavam cartas e manifestos. Aos 9 anos, guiava grupos em trilhas e ficou irreversivelmente impactada ao observar o declínio de corais, uma das principais referências no mundo dos ambientalistas para determinar desequilíbrios em ecossistemas, biomas e na biodiversidade.

“O coral estava enroupado de pontos brancos, mas o que estava mais estranho era a temperatura da chuva”, conta ela, que reclama aos jovens e às crianças um espaço no meio das discussões e negociações, que se justifica, inclusive, segundo ela, porque são eles quem estão tendo que mourejar com falhas das gerações passadas. 

Com uma entrega ainda maior, aos 12 anos, Catarina assinou uma petição com outras crianças. Não se tratava de qualquer petição, mas sim uma subscrita pela ativista Greta Thunberg, que ficou conhecida em seguida retirar uma greve em escolas para reivindicar medidas para combater a mudança climática. 

“Foi a primeira vez que crianças utilizaram um mecanismo da ONU [Organização das Nações Unidas] para fazer uma denúncia internacional a países. E foi por justificação dessa petição que a ONU oficialmente reconheceu que os direitos das crianças são violados pela falta de ação climática”, explica a estudante brasileira, cuja empolgação com a luta pela justiça climática resultou na geração do Clube Virente, que desenvolve atividades com as turmas.

A outra representante do Brasil na COP 29, a amazonense Taissa Kambeba, de 14 anos, também se tornou uma líder na comunidade à qual pertence e tem orgulho disso. Ela divide a opinião com a companheira de delegação e considera que os mais velhos tinham que ter buscado com mais esforço soluções para que a degradação do planeta não fosse porquê é hoje.

“Estou lutando bastante porque quem sofre é a gente, é essa geração”, afirma.

“Desde sempre eu, antes de viver tudo isso, eu falei [sobre mudança climática e meio ambiente] dentro da minha comunidade, de outros lugares, dei exemplos de outros lugares. Sabia que uma hora ou outra isso ia ocorrer, pelo traje de minha comunidade ser indígena.”

A líder kambeba declara, ainda, que é uma estável ter que enfrentar o ceticismo dos adultos. “Se a gente está cá hoje, se está lutando por isso, é porque a gente sabe alguma coisa, procura saber de alguma coisa. E a gente procura ter um horizonte melhor do que hoje”, acrescenta ela, que observa a falta de resoluções e medidas mais concretas durante a conferência da ONU. 

Mais um relatório da catástrofe

O relatório Mudanças Climáticas e seus Impactos na Sobrevivência Infantil, produzido pela Instalação Abrinq, divulgado neste mês, traz comparações importantes para o debate. Embora para segmento das pessoas o aumento de 1ºC ou 2ºC possa parecer coisa insignificante, ambientalistas fazem, há muito tempo, alertas, compartilhando projeções de cenários bastante complicados. 

Conforme destaca a entidade, de 2011 a 2020, a temperatura global já aumentou 1,1ºC, porquê resultado do estilo de vida da população, que, traduzindo, quer proferir consumo desregrado, ritmo de produção depressa e uso exagerado da terreno e de robustez. Com um aumento de 4ºC, metade das espécies marinhas tropicais deixa de subsistir, mudanças de bioma são observadas em 35% da extensão terrestre global e murado de 4 bilhões de pessoas vivem com chuva em escassez. Mas, não é preciso ir muito longe na tragédia. A soma de 1,5ºC já representa o risco de extinção de 3% a 14% para diversas espécies nos ecossistemas terrestres, a perda de 70% a 90% dos recifes de coral e perda ou mesmo termo de geleiras pequenas e de baixa altitude em todo o mundo. 

“A 2ºC, estima-se que doenças de nutrição e subnutrição se intensificarão por problemas de disponibilidade de mantimentos, enquanto a disponibilidade de chuva em sistemas hídricos dependentes do degelo pode diminuir em até 20%. A 3ºC, podemos pensar em impactos sistêmicos generalizados e mudanças irreversíveis, porquê o risco de extinção para espécies ampliado pelo menos dez vezes em conferência com o aumento de 1,5°C”, descreve o relatório. 

A instauração assinala que crianças e adolescentes herdam “todos os problemas sociais, econômicos e políticos” e que jovens ativistas têm realçado a incoerência de governos que reiteram discursos de proteção à puerícia e, ao mesmo tempo, pouco ou zero fazem de prático. A publicação pontua, ainda, que, apesar de todas as crianças estarem expostas às consequências da mudança climática, agravada pela emissão de gases de efeito estufa, há diferentes graus de vulnerabilidade, que são determinados pela desigualdade social. 

Contexto do Brasil 

A Instalação Abrinq registra que o Brasil ocupa a 70ª colocação de um ranking de 163 posições que avalia o risco climatológico para crianças. O país soma uma pontuação de 7,3, a mesma do Irã. Há, atualmente, 40 milhões de crianças e adolescentes expostos aos riscos climáticos. 

Sobre o país, o relatório ainda faz um lembrete: o Brasil é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo, ocupando a sexta posição no ranking. “Exclusivamente em 2022, foi responsável pela emissão de 1,31 giga toneladas de GEE. Grande segmento dessas emissões são provenientes de LULUCF (uso da terreno, mudança no uso da terreno e florestas/silvicultura), principalmente pelo desmatamento da Amazônia. As emissões do setor agrícola aumentaram em 100% entre 1990 e 2019 e a expansão é um dos principais motores do desmatamento nos biomas Amazônia e Obstruído”, dimensiona. 

“Outrossim, a poluição do ar no Brasil é agravada por queimadas e pela queima de combustíveis fósseis. Estima-se que murado de 49 milénio brasileiros morrem a cada ano porquê consequência da poluição, sendo mais da metade devido à má qualidade do ar. Apesar desse cenário, o país detém um grande potencial de mitigar os efeitos da crise climática, visto que abriga em seu território 60% da floresta amazônica, se optar por preservá-la.”

Fonte EBC

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