Rio de Janeiro
Juliana Martins interpretou Bella, a primeira protagonista da romance teen “Malhação”, em 1995. Ela também foi Suely em um dos clássicos mais assistidos da Orbe dez anos antes, “A Gata Comeu”. Agora, prestes a completar 40 anos de curso, a atriz está de volta à teledramaturgia.
“Estava morrendo de saudades de fazer uma romance inteira”, diz a atriz, que entra em “Dona de Mim” nos próximos capítulos. Na trama de Rosane Svartman, ela vai dar vida a Patrícia, uma mulher sensual e inteligente, mas de caráter duvidoso.
Juliana também vibra ao detalhar o solilóquio que vem apresentando pelo Brasil afora, sobre a liberdade da mulher. “Vivi um tálamo monogâmico dos 20 aos 39 anos e, quando me separei, resolvi viver todas as experiências que não tinha vivido até logo”, diz. “Me meti em muitas roubadas, e todas elas viraram histórias da peça.”
Aos 51 anos, ela diz que agora está solteira. “Estou sempre pulando de uma paixão para outra. Sempre apaixonada —e exausta. A paixão cansa, né? Eu precisava ter mais tranquilidade, e está gostoso. Estou aprendendo a permanecer sozinha”, explica. Confira inferior a entrevista com a atriz.
Juliana, você foi a primeira protagonista de “Malhação”, há 30 anos, sendo que dez anos antes foi a sua estreia na romance “A Gata Comeu”. Agora vem um invitação para trabalhar em “Dona de Mim”. Você gosta dessas datas fechadas?
Acho que é tramontana mesmo (risos). Ano pretérito, eu fiz uma oficina na Orbe para jovens galãs e éramos três atrizes que contracenavam que esses rapazes selecionados para aumentar o montão de elenco. Foi uma experiência muito bacana e, aí, o Giovani Barros [produtor de elenco] me fez o invitação. Lógico que aceitei. Estava morrendo de saudades de fazer uma romance inteira [a última personagem sem ser participação foi em “Geração Brasil” (2014)].
Quem é a sua personagem na romance de Rosane Svartman?
Patrícia é mana do Ricardo, interpretado por Marcos Pasquim. Ela é um mulher charmosa, sensual, inteligente e que chega na fábrica de lingerie Boaz para confundir as contas, atrapalhar o setor financeiro da empresa. Não é uma pessoa moral, vai se gostar pelo Jaques (Marcello Novaes) e o que acontecerá mais pra frente ainda vou desvendar.
Você também está com um solilóquio no teatro, pode recontar um pouco sobre ele?
Sim, ele se labareda “O Prazer é Todo Nosso” e fala sobre a liberdade da mulher. O texto não é meu, mas tudo ali faz segmento da minha vivência. Vivi um tálamo monogâmico dos 20 aos 39 anos e, quando me separei, resolvi viver todas as experiências que eu não tinha vivido até logo. Me meti em muitas roubadas e todas elas viraram histórias que, costuradas com as narrativas de algumas amigas, formaram o texto da peça.
E uma vez que está o seu status de relacionamento agora?
Estou solteira e muito em tranquilidade. Na verdade, eu sou casamenteira, palato da vida a dois e estou sempre pulando de uma paixão para outra. Sempre apaixonada e exausta. A paixão cansa, né? Eu precisava ter mais tranquilidade e está gostoso. Estou aprendendo a permanecer sozinha.
Ser a primeira protagonista da “Malhação” mexeu com a sua cabeça na quadra?
Não. Eu tinha 20 anos e era uma pessoa trabalhada na terapia desde os 11 anos. O que mudou para mim foi o volume de trabalho. Tinha também a responsabilidade, mas todo trabalho tem uma preço gigante na minha vida. Me realizo, me divirto, me esforço e sou feliz trabalhando. Evidente que tinha e ainda tenho outros fatores para cuidar uma vez que filha, pais, paixão, saúde e bem-estar. Essa coisa tensa e carregada de ser protagonista nunca me pegou.
Mas o que aconteceu que depois você começou a fazer várias participações, mas nunca uma romance inteira. Foi uma opção sua? O que aconteceu?
Não sei. Acho que a minha vida se conduziu dessa maneira, e está tudo muito. Não foi uma opção minha. O tramontana, a vida, a maneira que as águas foram indo. Fiz muitas peças teatrais e comecei a trabalhar também em séries. Virei produtora, fui fazer a faculdade de teatro. A vida seguiu.
Estava com saudades de fazer TV?
Muita. Eu me sinto em moradia porque eu sou cria da TV. Tenho muita unidade com a linguagem televisiva e com as câmeras. A TV, para mim, é aquela amiga que você não vê há um tempão, mas quando vê, nem parece que existiu esse gap.