A juíza Tula Correa de Mello, titular da terceira Vara Criminal do Rio de Janeiro, decretou as prisões preventivas dos cubanos Daniel Sikkema e Alejandro Triana Prevez por homicídio, informou a assessoria do Tribunal de Justiça neste sábado.
A juíza determinou, ainda, que o mandado de prisão de Daniel seja guiado à Divulgação Vermelha da Interpol, por intermédio da Polícia Federalista, já que o criminado se encontra no exterior. Daniel não foi encontrado pela reportagem, que tentou contato telefônico. A resguardo de Prevez, que está recluso no Rio, afirma que seu cliente cometeu o violação. Agora, sua prisão passou de temporária para preventiva.
Daniel é ex-marido do galerista americano Brent Sikkema, morto com 18 facadas, na zona sul do Rio de Janeiro, em sua moradia, no dia 14 de janeiro. Prevez foi recluso quatro dias depois e, num segundo testemunho, confessou a autoria do violação. Ele está retido num presídio da zona oeste do Rio de Janeiro.
Em testemunho com a presença dos advogados, no presídio, Prevez disse que Daniel foi o mandante do homicídio.
Na denúncia da promotoria, consta que Daniel contratou Prevez para matar Brent com a promessa de pagamento de US$ 200 milénio, murado de R$ 1 milhão. Assim, seguindo o projecto, Prevez veio para o Brasil, seguindo as coordenadas oferecidas por Daniel e sendo auxiliado financeiramente por ele.
Na madrugada do dia 14 de janeiro, Prevez, usando chaves enviadas por Daniel, por uma empresa de logística de Novidade York, entrou na moradia, no Jardim Botânico, na zona sul do Rio de Janeiro, e desferiu 18 golpes contra a vítima.
No relato feito à polícia, cujas informações constam em processo judicial, o cubano afirma que Daniel teria dito que o galerista pagava valores baixos de pensão, gastava quantia com drogas, festas e garotos de programa. Ou por outra, tinha receio de que um novo relacionamento de Brent pudesse prejudicar a secretaria dos bens. Daniel e Brent tinham brigas depois o divórcio e o galerista teria confidenciado a amigos que estava novamente enamorado.
Brent Sikkema era coproprietário da galeria Sikkema Jenkins & Co, no bairro nova-iorquino do Chelsea, possessor de uma riqueza, e um dos nomes mais celebrados da cena artística mundial. Ele era marchand do artista Jeffrey Gibson, que representa os Estados Unidos na próxima Bienal de Veneza, em abril.
COMO FOI O CRIME, SEGUNDO A POLÍCIA
Alejandro Triana Prevez, de 30 anos, é cubano e foi recluso por suspeita do homicídio de Brent Sikkema, a facadas, na madrugada de 14 de janeiro, no Rio de Janeiro. A polícia afirma que ele saiu de São Paulo no dia anterior para cometer o violação e retornou ao estado logo depois.
Imagens do pedágio da rodovia Presidente Dutra auxiliaram a polícia a chegar ao paradeiro do suspeito.
O veículo utilizado no violação, um Fiat Palio, de cor prata, ficou estacionado em frente ao sobrado que o americano usava para passar férias no Rio de Janeiro.
As imagens da Dutra mostram o cubano passando pelo pedágio, na profundidade de Paracambi, às 13h20 de sábado, dia 13 de janeiro, vindo de São Paulo, com direção ao sítio do violação. Ele estacionou na rua da vítima às 16h53 do mesmo dia.
Às 22h42, o suspeito desceu do coche e seguiu em direção a um restaurante, retornando logo em seguida. O americano chegou a trespassar de moradia à noite e ficou murado de uma hora e meia fora da residência, retornado sozinho. Nesse período, Prevez permaneceu no coche.
O suspeito saiu do coche novamente às 3h42 da madrugada de domingo, ficando, portanto, dentro do veículo estacionado por murado de 11 horas até entrar na moradia da vítima.
A investigação afirmava que ele utilizou para entrar na residência uma chave micha, instrumento capaz de furar fechaduras. Posteriormente permanecer murado de dez minutos no sítio, ele saiu da residência, entrou no coche e retornou para São Paulo.
Com o rastreamento da placa, a polícia localizou o endereço da proprietária do veículo e solicitou a cooperação da Polícia Social de São Paulo.
Os policiais civis de São Paulo foram até a residência da proprietária, na Granja Monte Feliz, na capital paulista. Lá, encontraram o fruto da dona do veículo que informou aos agentes que o coche estava sendo utilizado por Prevez.
O fruto da proprietária afirmou que a mãe de Prevez era amiga de sua mãe e, por isso, ela emprestou o coche depois ele expor que precisava fazer entregas. O suspeito foi recluso em Minas Gerais e pretendia, segundo a polícia, fugir para a Bolívia.