“Everything I Thought It Was”, sexto álbum de estúdio do cantor americano Justin Timberlake, é um disco irregular. Tem algumas boas faixas dançantes ao lado de baladas que decepcionam. Algumas são constrangedoras.
Mas é um trabalho que não pode ser medido unicamente pela qualidade do que se ouve em suas 18 excessivas faixas. O álbum chega num momento em que Timberlake sofre uma pressão midiática que já teria levado ao cancelamento um artista com menos bagagem.
Lançada no ano pretérito, a autobiografia de sua ex, a cantora Britney Spears, levou ao grande público vários episódios de comportamento reprovável por secção do cantor. Entre eles, ter obrigado a mulher a interromper uma gravidez fazendo um perigoso e traumático monstruosidade em vivenda.
Timberlake pediu desculpas publicamente, um pouco que praticamente tem efeito zero nesses casos, e buscou escora na mulher com quem está casado desde 2012, a atriz e produtora Jessica Biel.
A expectativa em torno de “Everything I Thought It Was” era grande. Para a prensa, o disco pode ser uma prova de ininterrupção ou não para sua curso. Uma pomposo curso. Por volta de 2010, fãs mais empolgados desenhavam um porvir para Timberlake numa graduação similar à de Michael Jackson.
Ele tinha lançado dois discos excepcionais na dezena anterior, “Justified” e “Future Sex/Love Songs”, e alternava suas turnês e gravações com atuações no cinema, sob boas avaliações da sátira. No entanto, deu um passo falso em 2013, com um projeto ávido, em duas partes.
O disco “The 20/20 Experience” saiu em março daquele ano, e o segundo, “The 20/20 Experience – 2 of 2”, em setembro. Esse volume de novas músicas não foi muito assimilado pelo público, e muito menos pelos críticos.
Tudo nos discos soa repetitivo, revelando um desgaste em sua fórmula pop. Para piorar a percepção desse trabalho, o segundo álbum do pacote é evidentemente muito subordinado ao primeiro e foi recebido uma vez que um resultado caça-níqueis.
O disco de 2018, “Man of the Woods”, mesmo com os piores resultados de vendagem de sua curso, foi de certa forma um trabalho redentor. É seu disco mais experimental, fora da zona de conforto entre R&B e pop dançante. Em alguns momentos, traz uma inusitada aproximação com a música country.
Agora, depois de seis anos dedicados a trilhas sonoras e investir tempo e moeda em produções de algumas séries de TV, a volta ao disco não demonstra muita força para indemnizar as perturbações enfrentadas por ele nas redes sociais.
Uma filete que deveria ser um dos destaques do álbum, gravada ao lado dos integrantes do ‘N Sync, boy band na qual ele se destacou nos anos 1990, é um equívoco teratológico. “Paradise” soa frouxa, sem vida. Certamente seria vetada pelos produtores do grupo em sua período áurea junto ao público juvenil.
São possíveis duas avaliações óbvias para o disco. Ele poderia ser melhor se fosse lançado somente com umas dez músicas. Com quase uma hora e 20 minutos, tempo preenchido com algumas faixas tapa-buraco, é muito difícil suportar uma audição do início ao término.
Outro problema evidente é que Timberlake ainda tem fôlego e munição para produzir boas faixas para fazer todo mundo dançar, mas as baladas do álbum são pouco inspiradas, para expor o mínimo. “Selfish”, primeiro single lançado, é uma litania sobre coisas ruins pelas quais ele passou, fraca demais.
As “lentas” do repertório são longas, uma vez que nos mais de sete minutos de “Technicolor”, não chegam a lugar qualquer e mostram de maneira mais clara a péssima safra de letras presente no disco. Quando se trata de algumas músicas para rachar assoalho, uma vez que “No Angels” e “My Favorite Drug”, a potente batida dançante encobre um pouco a mesmice dos versos. Porquê nunca antes em sua curso, Timberlake fez praticamente um disco inteiro falando de pegação.
As letras repetem demais o cenário de um face sentindo atração por alguma mulher. É comparável às letras de preocupação sexual que dominam boa secção do funk brasílico. Timberlake canta uma vez que se estivesse excitado em todas as sessões de gravação.
Esse papel de pegador funciona muito em algumas músicas. Mas é pouco para um artista que há menos de 20 anos era medido uma vez que um sujeito que iria inovar o pop mundial.
Enquanto seus primeiros álbuns indicaram caminhos a seguir para inúmeros pretendentes ao estrelato, agora é Justin Timberlake que parece estar procurando alternativas para permanecer relevante.
Ele sempre foi um artista, digamos, colaborativo, trabalhando com muitos produtores e parceiros. Mas em “Everything I Thought It Was” a coisa ganhou uma dimensão absurda. O time de compositores do álbum tem 23 nomes. Algumas faixas foram compostas por sete pessoas, parece um samba enredo de Carnaval. E tanta gente colaborando não consegue produzir alguma coisa dissemelhante.
O álbum chega somente para espessar – mas não muito – a lista de singles de Timberlake, fornecendo arsenal para sua turnê mundial que começa em abril. Será um termômetro mais adequado para medir uma vez que anda sua popularidade nesse período conturbado.