Kate Winslet é Ditadora Cômica Em 'o Regime' 29/02/2024

Kate Winslet é ditadora cômica em ‘O Regime’ – 29/02/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Uma ditadora furiosa e hipocondríaca é capaz de cometer atrocidades para ser adorada. Sua atenção é dividida entre medir obsessivamente a umidade do ar que respira, para evitar possíveis infecções pulmonares, e ditar os rumos de um país imaginário na Europa atual.

Quem dá vida à déspota neurótica é ninguém menos que Kate Winslet, veterana de Hollywood que encarna sua terceira protagonista em uma série da HBO, agora numa novidade mansão, a plataforma de streaming Max, antiga HBO Max.

É nela que está “O Regime”, a partir deste domingo, dia 3, ao lado de títulos uma vez que “Succession”, que abocanhou as principais categorias do último Emmy, e “True Detective: Terreno Noturna”, que retomou a franquia icônica, agora com Jodie Foster uma vez que investigadora.

Eternizada no cinema pelos seus papéis em “Titanic”, “O Leitor”, que lhe rendeu um Oscar, e “Fulgor Eterno de uma Mente sem Lembranças”, foi também uma vez que detetive que Kate Winslet conquistou o seu segundo Emmy, há três anos, por “Mare of Easttown”, depois de ser consagrada em 2011 por “Mildred Pierce”. Na produção, ela era uma investigadora introspectiva e durona, que enfrentava traumas pessoais enquanto indagava sobre um assassínio no pacato interno da Pensilvânia.

Muito dissemelhante dos personagens dramáticos que conduziram sua curso, Elena, a ditadora encarnada em “O Regime”, é cômica. Depois de chegar ao poder e exilar o ex-governante do país —que ela categoriza uma vez que “esquerdista” e “neomarxista”—, ela zanza pelo enorme palácio e transita entre decisões pertencentes a campos políticos opostos, uma vez que permitir a exploração americana dos minérios de seu país ou fazer uma reforma agrária. Com frequência, ela faz visitas ao sucumbido de seu pai, impoluto em uma sala, para esfregar na face do morto as suas conquistas.

“Nunca interpretei um tanto assim antes, porque nunca achei uma produção de comédia que funcionasse”, diz Kate Winslet em conversa com jornalistas, gesticulando com empolgação. “Mas quando li o roteiro, pensei, ‘meu Deus, quem é essa mulher?’. Ela é terrível, engraçada, vulnerável, insegura, furiosa, emocionalmente fraturada por uma estranha puerícia e está na menopausa.”

Apesar de a narrativa rodopiar em torno da personagem de Winslet, a série começa quando Zubak, um soldado de origem camponesa com requintes para a violência, é contratado para protegê-la. Ele a idolatra, e é sob sua influência que Elena passa a proteger fantasias nacionalistas, uma vez que o doutrinado às tradições seculares, o isolamento do resto do mundo e até a invasão de uma região vizinha. O seu desespero por popularidade é o torcida para uma série de absurdos hilários.

Qualquer semelhança com o mundo de hoje não é mera coincidência. “A série fala sobre populismo, extrema direita e ditadores em um momento em que esses problemas estão em subida novamente”, diz Jessica Hobbs, que dirige “O Regime” ao lado de Stephen Frears, depois de trabalhar em “The Crown”.

Curiosamente, Frears também traçou sua curso no cinema, e foi indicado a duas estatuetas do Oscar, pela direção de “Os Imorais” e “A Rainha”, antes de se destinar à produções para a televisão britânica na dezena de 2010. “Quando eu era jovem, o cinema era medial em nossas vidas”, diz ele, aos 82 anos. “Hoje, a televisão está no núcleo.”

Kate Winslet, celebrada a cada novidade produção serializada, diz que patroa trabalhar com o formato e que não vê diferenças na rotina do trabalho ou no tamanho das equipes. O que muda, conta, é o tempo devotado aos personagens, que nas séries dão ao ator mais tempo para submergir no trabalho.

“É uma vez que fazer um filme de seis horas. Tem mais história para narrar e mais personagem para encarnar”, diz, referindo-se aos seis episódios de 50 minutos cada de “O Regime”.

Porquê ditadora, detetive, paleontóloga lésbica no século 19, que ela vivenciou em “Ammonite”, fazendo par com Saoirse Ronan, ou ainda encarnando uma correspondente de guerra, na cinebiografia sobre Lee Miller que deve estrear mundialmente em setembro, é por papéis de mulheres complexas que Winslet se interessa. Personagens que, para alguém que observou de perto as mudanças em Hollywood nas últimas duas décadas, finalmente encontram os holofotes nos dias de hoje.

“Antes, as personagens femininas eram a pequena linda que vivia na vizinhança, com quem o face tinha um caso. Até a forma uma vez que os homens se referem às mulheres nos filmes mudou. Estamos vivenciando as narrativas de forma muito dissemelhante do que sempre foi, e temos histórias que queremos narrar e ouvir”, diz a atriz.

A renome veio cedo com “Titanic”, quando ela tinha unicamente 23 anos e, uma vez que afirmou em entrevistas recentes, precisou conviver com pressões constantes sobre seu comportamento enquanto mocinha de Hollywood. “Aprendi cedo que não há uma vez que forçar as pessoas a gostarem de você, é perda de tempo. Eu só tento ser uma pessoa decente”, rebate.

Winslet cita o MeToo uma vez que um divisor de águas para as mulheres na indústria cinematográfica. “A sociedade vem mudando. Agora as pessoas ouvem, e podemos narrar nossas histórias. Podemos ser nós mesmas, e somos falhas também. Eu acho que é um momento muito interessante para ser atriz.”

Folha

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