Katy Perry No Rock In Rio Tem Nostalgia Millennial

Katy Perry no Rock in Rio tem nostalgia millennial – 21/09/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Nesta sexta-feira, 20, não por eventualidade o dia que escolheu para lançar seu álbum “143” —quatro anos posteriormente o último—, Katy Perry subiu ao palco principal do Rock in Rio para se provar para um de seus públicos mais fiéis depois de alguns maus bocados recentes.

Não dá para expor que ela não tentou, nem que não deu notório. Desde que chegou ao Brasil, se submeteu com um sorriso no rosto às enrascadas oferecidas pelo programa da Mundo “Estrelas da Vivenda”, distribuiu pizzas para seu público na porta do hotel, fez uma audição do álbum com fãs e influenciadores, visitou o Cristo Redentor.

No palco, em um dia de ingressos esgotados e com a melhor sequência de shows do festival até agora, cumpriu a promessa de fazer um espetáculo novo, pensado exclusivamente para hoje, e que não se repetiria —apesar do som atipicamente reles do palco Mundo, que oscilou ao longo da apresentação.

Perry surgiu no palco com uma roupa meio robótica e cantando deitada, pendurada em cabos que saíam de uma mariposa ao som de “Woman’s World”, fita lançada em julho em que diz que todo mundo tem sorte de viver em um mundo de mulheres.

Apesar da estética dedicada ao futurismo, a artista havia oferecido indícios de que continuava a olhar para trás nos últimos tempos, e a música foi um sinal. O novo trabalho veio com dedo de Dr. Luke, indiciado de assédio e outras coisas por Kesha, e o oração feminista deste primeiro single foi considerado fundamental e datado pela maior segmento do público.

Mas ela se empoderou, uma vez que manda na música, e cantou mesmo assim. Tirando isso da frente, resolveu mostrar a melhor segmento de seu currículo.

Daí veio uma sequência que enlouqueceu a plateia millennial. “California Gurls” e “Teenage Dream”, hits de seu segundo e gigante álbum “Teenage Dream”, de 2010, fez lembrar de tempos mais simples, em que valia a promessa cantada na segunda música, que dizia que todos seriam jovens para sempre.

“Eu poderia ter escolhido qualquer dia para lançar levante disco, mas queria que fosse hoje, no Brasil”, disse, antes de trovar “Part of Me”, misturar “Dark Horse” à novidade música “Gimme Gimme” e passar pela épica “ET”, prejudicada pelo som reles.

Em “Swish Swish”, chamou um fã para o palco, ensinando a coreografia da música para o público. Depois da lição de aeróbica e hits do pretérito, o futurismo voltou brevemente na segunda segmento do show.

Começou com “Gorgeous”, também do novo álbum, e seguiu com conjunto reservado a canções menos prestigiadas, uma vez que a fita título de “Smile” e “Never Really Over”, também do álbum de 2020 que passou longe de decolar.

Em um dia pleno de dobradinhas nos palcos do Rock in Rio, a artista convidou Cyndi Lauper, que fez um show comemorado mais cedo, para trovar “Time After Time”, um belo e histórico dueto, que começou a partir de um diálogo meio desastrado.

Depois, foi vez de “The One That Got Away”, que ganhou uma emocionante versão acústica, feita com a bandeira do Brasil no pescoço da artista. Ela lembrou que cantou essa música no Rock in Rio de 2015 e que havia sido um momento privativo.

A relação da americana com o festival carioca é mesmo antiga, com outro show por cá em 2011, e mais velha ainda com os fãs brasileiros.

Quando tocou no festival das últimas vezes, suas músicas tocavam sem parar nas rádios, seus clipes passavam toda hora na MTV brasileira e Perry era vista uma vez que provocativa —com letras que debochavam de caras e falavam sobre pegar amigas— o suficiente para grudar num público que começava a testar as delícias da juventude.

Sua fórmula músico era certeira nas mãos de produtores que na quadra transformavam tudo em ouro, uma vez que Dr. Luke e Max Martin, que com ela criaram faixas que se debruçaram sobre um pop punk —que hoje ecoa em novas cantoras uma vez que Olivia Rodrigo— e, mais tarde, tinham a EDM uma vez que influência.

A californiana passou os anos 2000 e boa segmento dos 2010 sendo uma das mais relevantes caras da música pop mundial, marcando verões e festas, até que a mistura desandou e ela foi atropelada por outras novidades, com muita dificuldade para escoltar a mudança dos tempos.

A nostalgia que impera na música pop desde a pandemia, portanto, serviu muito a Katy Perry, e certamente foi um dos motivos que a trouxeram novamente ao Rock in Rio. Nesta noite, ela encontrou um público saudoso e generoso, que sabia de cor todos os seus vários hits e a celebrou de verdade.

O penúltimo conjunto de músicas da noite, com “Hot N’ Cold”, “Last Friday Night (T.G.I.F) e “Roar”, por exemplo, retomou o gás da apresentação que desanimou em alguns momentos, com Perry pegando a guitarra para seu momento pop punk.

“I Kissed a Girl”, música de “One of the Boys”, álbum de estreia de 2008 que até hoje é seu maior hit, foi tocada em versão mais roqueira, e naturalmente foi a mais comemorada. Depois ainda veio “Wide Awake” e a novidade “Lifetimes”.

“Firework”, a escolhida para fechar a apresentação, evidentemente veio acompanhada de celulares para o cima e chuvas de fogos de artifício que saíram do palco.

O show não sana a incerteza que impera no atual momento da curso de Katy Perry —a de se o futurismo que dominou o cenário na noite de hoje vai se revelar um prognóstico ou unicamente um treino de otimismo de uma artista que talvez passe a viver oficialmente da nostalgia de seus tempos áureos.

Provou, no entanto, que ela continua cá, tentando se reinventar de jeitos mais ou menos muito sucedidos, assim uma vez que o público que a acompanha. E talvez isso ainda seja o suficiente.


A jornalista viajou a invitação da Natureza

Folha

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