Documentário de john lennon e yoko é destaque grátis em

Lennon e Ono veem queda de sonho em documentário potente – 12/06/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Em setembro de 1971, John Lennon e Yoko Ono mudaram-se para Novidade York. Independentemente de valer uma procura por novos ares,, ou um retorno de Ono à cidade em que se formou porquê artista, era uma maneira de tomar contato com a efervescência social e política do outro lado do Atlântico, com um oceano a separá-los dos fantasmas dos Beatles.

O documentário “One to One: John & Yoko”, de Kevin MacDonald e Sam Rice-Edwards, procura juntar um grande manancial de imagens de registo para dar conta de porquê o parelha logo se inteirou das lutas políticas do novo mundo na era, o que incluiu cerrar fileiras com os Panteras Negras, com ativistas e militantes, e lutar contra o presidente dos EUA Richard Nixon e a perenidade abjeta da Guerra do Vietnã. A produção integra a programação do In-Edit Brasil, festival de documentários musicais em edital em São Paulo.

O que vemos durante boa secção do filme é o que os músicos viam pela TV naqueles tempos: as forças da ordem procurando emudecer os jovens, reclames comerciais de diversos produtos, programas de entrevistas e seriados da era, numa alternância atordoante, que imita o remoinhar do seletor de canais dos televisores antigos.

Vemos ainda trechos de shows que fizeram na era, incluindo o One to One Concert que dá nome ao filme, entrevistas que deram a programas de TV, encontros com lideranças políticas e militantes, entre outras manifestações culturais daquele cenário perturbador.

Yoko Ono devia estar acostumada ao bombardeio de produtos à venda, mas para um inglês porquê Lennon o consumismo norte-americano parecia um pouco terrífico em meio aos inúmeros miseráveis do mundo.

Parecia uma guerra perdida, a guerra contra o fascismo e o verba numa era em que as utopias dos anos 1960 pareciam sucumbir. Mas John e Yoko acreditavam ter qualquer poder de mudar o mundo. E se houvesse alguém com esse poder, certamente eram eles. E foi lá que John e Yoko continuaram a revolução de costumes que haviam ajudado a principiar.

Muitos historiadores dizem que a contracultura e o ideário hippie morreu no Festival de Altamont, em dezembro de 1969, na Costa Oeste americana, quando um jovem preto foi assassinado por um integrante dos Hell’s Angels, no meio de um show dos Rolling Stones.

Está documentado no filme “Gimme Shelter”, 1970, de Albert Maysles. Mick Jagger rebolava no palco enquanto os Hell’s Angels lhe lançavam olhares de ódio e intolerância. A chave já havia virado. A atmosfera era de tensão e horror. Sabia-se que um pouco trágico iria suceder.

Poucos meses depois de Woodstock e do reinado da tranquilidade e do paixão, o sonho de um mundo melhor estava praticamente desmoronando com Altamont, mais ou menos ao mesmo tempo em que os Beatles se separavam.

Resistir era necessário, mas havia a consciência de que seria ainda mais difícil lutar contra as injustiças do mundo naqueles primeiros anos da dezena de 1970. A euforia dava lugar ao desencanto. Esse sentimento era muito perceptível nas artes, principalmente nas mais populares: música e cinema.

Um pouco antes da chegada de John e Yoko em Novidade York, houve uma grande rebelião no presídio de Attica, causando mais de 30 mortes e chamando a atenção para as más condições de vida da população carcerária. “Attica State”, composta pelo parelha, é uma das canções presentes nos shows da era e no disco “Some Time in New York City”, lançado por John e Yoko em 1972.

Uma das diversas ideias humanistas de Lennon era lapidar: fazer uma série de shows e levantar verba o suficiente para libertar da prisão os marginalizados, majoritariamente negros, que não tinham verba para remunerar as fianças e trespassar em liberdade.

Num dos momentos mais terríveis do documentário, John e Yoko ficam sabendo das precárias, sub-humanas instalações de Willowbrook, que na era era a maior instituição para doentes mentais em todo o mundo. Crianças comiam em péssimas condições, andavam sujas, pegavam doenças.

Muito comovidos com o que viram, John e Yoko decidiram fazer um show beneficente para as crianças de Willowbrook. Esse show seria intitulado “One to One”. Um momento histórico que daria nome ao filme sobre a jornada do parelha no período.

O texto político das músicas que eles tocavam nessa era era evidente já nos títulos: “Woman is the Nigger of the World”, “Give Peace a Chance”, “Power to the People”, “Cold Turkey”, “Attica State”, “Born in a Prison”, “John Sinclair”, em homenagem ao poeta e ativista recluso injustamente. Ou ficavam evidentes nas letras: “Imagine”, “Instant Karma” e “Mother” são exemplos marcantes.

“One to One”, desse modo, coloca-se porquê um ótimo documento de uma era de protestos e se alinha a documentários políticos recentes porquê o indicado ao Oscar “Trilha Sonora para um Golpe de Estado”, ou às obras mais diretamente políticas de Chris Marker. Contundente, pela recusa a um estado de coisas e pela música.

Folha

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