Lollapalooza: Como Foi 2º Dia, Com Kings Of Leon E

Lollapalooza: Como foi 2º dia, com Kings of Leon e Titãs – 24/03/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

O clima no Lollapalooza, que ocorre no Autódromo de Interlagos, zona sul de São Paulo, estava pouco convidativo neste sábado (23), com lamaçal, uma chuva fraca e incessante e um vento insensível que não deu trégua.

Os artistas desse segundo dia do festival encontraram uma plateia embrulhada em capas de chuva, entre cenas de tênis e botas inteiramente marrons, cobertos de terreno molhada, escorregando entre um show e outro.

Além da locomoção, o dia também foi marcado pelo principal duelo dessa edição —o headliner Kings of Leon subiu ao palco Budwiser, o principal do evento, com a difícil missão de tapar o buraco deixado pelo cancelamento por motivos misteriosos do Paramore. O resultado passou longe do ideal, com alguns fãs entusiasmados, mas pouco vigor que valesse o espaço e o horário que ocuparam na programação.

Em contraste, os Titãs, que fecharam a noite no palco Samsung Galaxy, mostraram uma vez que suas canções estão enraizadas na memória brasileira, e foram ovacionados, num show de muro de duas horas, encerrando a turnê “Encontro”, que rodou o país em mais de 40 apresentações.

Houve ainda shows do Thirty Seconds to Mars e do Limp Bizkit, em um dia que, embora tivesse mais atrações dedicadas ao rock, também teve apresentações de brasileiros de diversos gêneros, uma vez que a do rapper Xamã, do funkeiro Kevin o Chris e da cantora Manu Gavassi.

Kings of Leon

O headliner reuniu um público menor que qualquer outro show equivalente nos últimos anos do festival. Era fácil chegar muito perto do palco sem grandes esforços, ao contrário do que aconteceu na noite de sexta, 22, enquanto o Blink-182 tocava.

Na última passagem pelo festival, em 2019, a margem também mostrou seu rock comportadinho em um dia de poderoso chuva e também estava escalada para o palco principal do evento. Não era difícil prever que o efeito seria exatamente o mesmo da idade, senão maior.

Para tentar contornar a situação ingrata de tocar para um público que não pagou para vê-lo, o quarteto preferiu se destinar à segmento mais queridinha de sua trajetória.

Apareceram no setlist, por exemplo, canções antigas uma vez que “Manhattan”, “Radioactive”, “Find Me”, “Supersoaker” “Molly’s Chambers”, lançadas entre 2003 e 2016.

Mas foi só com seus maiores sucessos, “Use Somebody” e “Sex on Fire”, do álbum que alavancou a curso do grupo em 2008, “Only by the Night”, que o Kings of Leon conseguiu lembrar por alguns minutos o porquê de estar em uma posição uma vez que a de hoje.

Titãs

Depois da segunda música, o público já gritava o nome dos Titãs no show da margem na edição deste ano do Lollapalooza Brasil. A margem de rock levou ao festival o show da turnê “Encontro”, que passou por estádios em capitais do país nos últimos meses.

A prática se repetiu ao longo de toda apresentação, que aconteceu depois do Kings of Leon, atração principal deste sábado (23) no festival. Bastava um meneio ao público para que o coro com o nome da margem voltasse a repetir.

A primeira segmento foi toda dedicada à período punk e anárquica, incluindo “Diversão”, “Lugar Nenhum” e “Varão Primata”, entre outras. Antes de “Tô Cansado”, Branco Mello se dirigiu à plateia para falar sobre a felicidade de poder estar no palco do Lollapalooza depois superar um cancro.

A sensação que ficou é de que o cancioneiro dos Titãs está tão incrustado na música popular brasileira que nem quem não é fã passa imune. Até os vendedores ambulantes deram uma pausa no trabalho para pular e trovar junto com a margem na sequência de “Flores” e “Televisão”.

Se faltava à turnê de reunião uma provação fora de seu público mais cativo, os Titãs tiveram um bom termômetro de popularidade e alcance no Lollapalooza. Em termos de animação e engajamento, esteve adiante inclusive do headliner do dia, o Kings of Leon.

Limp Bizkit

Foi difícil compreender o palco em que tocou a margem Limp Bizkit no Lollapalooza em razão do lamaçal causado pela chuva que caiu o dia inteiro em São Paulo.

Representante do metal mútuo, a margem Limp Bizkit tentou deixar a programação deste sábado mais roqueira. Fazendo o público sovar cabeça desde o início do show, com “Break Stuff”, o vocalista Fred Durst chegou dizendo que era um prazer estar de volta ao Brasil. O grupo tocou no país pela última vez há oito anos.

A performance da música “My Way”, lançada em 2000, foi uma das mais celebradas pela plateia. Os fãs foram ainda mais arrebatados em seguida com “Behind Blue Eyes” (2003), um dos hits do grupo. O show foi sustentado pela nostalgia de uma margem que fez sucesso nas décadas passadas.

O Limp Bizkit encerrou sua apresentação sem outros pontos altos, mas de forma correta. Parece ter sido bom o suficiente para os fãs, que cantavam empolgados, mas não para prender o resto do público, que saiu mais cedo que o de praxe para enfrentar a limo e presenciar o Kings of Leon em outro palco.

Thirty Seconds to Mars

A margem de rock criada no termo dos anos 1990 foi escalada para a programação do festival depois seis anos sem vir ao Brasil. E, ainda que não seja muito popular hoje em dia, havia demanda pelo show —na plateia, enxurro até o fundo, pessoas comentavam sobre a nostalgia que sentiam ao ouvi-los.

Alguns fãs mais sortudos conseguiram chegar pertinho dos ídolos. Antes de repercutir “Rescue Me”, o vocalista Jared Leto convidou cinco pessoas da plateia para subir ao palco com ele e o irmão. Enquanto os escolhidos tentavam compreender o tribuna, o cantor fez piada com a vocábulo “açaí”, em português mesmo.

Mas o momento mais curioso do show viria em seguida. Vestindo camiseta da seleção brasileira de futebol, Leto deu boas-vindas ao jogador Marcelo Vieira, do Fluminense. O brasiliano tocou com a dupla a música “Stuck”, do disco “It’s the End of the World But It’s a Beautiful Day”, lançado no ano pretérito.

O show terminou com a vigor no sobranceiro ao som de “Close to the Edge”. A julgar pela empolgação do público, o Thirty Seconds to Mars tem muito a oferecer para a curso de Jared Leto —talvez mais do que Hollywood tem oferecido a ele nos últimos tempos.

Kevin o Chris

Quando Kevin o Chris subiu no palco do Lollapalooza pela primeira vez, há cinco anos, ele era uma das grandes novidades da música brasileira. Na ocasião, o funkeiro foi convidado do trapper americano Post Malone e causou um alvoroço.

Em 2019, o funk 150 BPM, ou batidas por minuto, do qual Kevin é um dos maiores expoentes, estava no auge. Na noite deste sábado (23), quando ele subiu ao palco Mútuo do Lollapalooza, tanto ele quanto seu estilo de música são uma veras estabelecida na música popular brasileira.

Kevin levou um show completo, esteticamente repaginado, ao festival. Emendou hits, uma vez que “Evoluiu”, embalando as músicas originalmente eletrônicas com riffs de guitarra, além de um teclado e um grave.

Ainda que por vezes faça muitas concessões em relação à estética que o consagrou, o show de Kevin pode simbolizar um caminho para o funk entrar cada vez mais no radar dos grandes festivais. As músicas estavam na boca do público, e um espetáculo completo e dinâmico uma vez que o dele tem o apelo de transfixar os olhos de curadores mais conservadores em relação ao funk país afora.

Xamã

Xamã reuniu uma plateia numerosa para um show de meio da tarde, geralmente vazios, ainda mais no caso de chuva. Mas dava para notar também que muita gente, em próprio no fundo da plateia, não conhecia o catálogo do artista —olhavam para o palco com curiosidade, sem trovar nem dançar.

O público se animou mais quando Xamã cantou “Malvadão 3”, seu maior hit, que viralizou no TikTok por justificação da dancinha. Foi a partir dessa música que Xamã furou a bolha do rap, ficando mais divulgado entre artistas e fãs de outros gêneros musicais.

Chamou a atenção de Marília Mendonça, por exemplo, e com ela fez “Leão”. Foi levante um dos melhores momentos do show, com Xamã dedicando a música à rainha da sofrência, morta em 2021.

Manu Gavassi

Manu Gavassi subir ao palco Mútuo do com quase vinte minutos de tardança para um show muito executado, com covers de Rita Lee, hits adolescentes e algumas lágrimas.

Ela começou a apresentação ao som de “Pronta pra Desgostar”, música com pegada jazzística lançada em 2023, e seguiu com um apanhado de sua curso que misturou singles e faixas de trabalhos uma vez que “Gracinha”, seu álbum de 2021 e “Vício”, EP de 2015.

Seu show começou a esquentar mesmo quando, em “Bossa Novidade”, um áudio que Rita Lee mandou a elogiando fez o público vibrar. Gavassi, que já fez apresentações dedicadas a Lee e a tem uma vez que uma de suas maiores referências, emendou “Esse tal de Roque Enrow” e “Agora Só Falta Você”, sucessos da artista que morreu no ano pretérito.

Mas foi quando colocou óculos escuros e soltou um “bem-vindos à minha mocidade” que Gavassi capturou a maioria do público reunido ali, que esperavam para ouvir num festival de música canções que fizeram segmento de suas vidas há mais de uma dezena.

“Caminho de Volta”, “Garoto Inexacto” e “Planos Impossíveis”, a maior música dela, ganharam coros e elogios da plateia que fizeram a artista chorar.

BK

BK lamentou a situação meteorológica, mas tocou seu show com a mestria de uso. Dos mais habilidosos rimadores de sua geração, ele foi de “Castelos e Ruínas”, álbum de 2016 que o projetou, com “Amores, Vícios e Obsessões”, “Caminhos”, a “Icarus”, trabalho mais recente, de 2022, com “Amanhecer” e “Se Eu Não Lembrar”, entre outras. Passou por “Gigantes”, disco de 2018, com “Julius”, e “O Líder em Movimento”, de 2020, com “Universo”.

Sem margem, só com um DJ, BK contou com outras quatro pessoas no palco fazendo dobras e harmonias de voz para adornar os instrumentais. Ainda chamou o parceiro Luccas Carlos para uma sequência de sucessos românticos, com “Planos” e “Músicas de Paixão Nunca Mais”, além da filosófica “Quadros”.

Porquê presenciar aos shows de morada

As principais apresentações podem ser vistas de morada pelo público. O ducto Multishow transmite os shows dos palcos Budweiser e Samsung Galaxy, a partir das 14h30. O ducto Bis, por sua vez, exibe as apresentações dos palcos Perry’s by Johnnie Walker e Mútuo. Quem não tiver chegada a uma televisão poderá presenciar às transmissões via Globoplay.

Veja a programação de shows

Folha

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