Maestro Marlos Nobre Chega Aos 85 Anos E Recebe Homenagem

Maestro Marlos Nobre chega aos 85 anos e recebe homenagem na Rádio MEC

Brasil

O pianista, maestro e compositor pernambucano Marlos Superior completa 85 anos de idade neste domingo (18). No mesmo dia, a Rádio MEC, que pertence ao sistema de rádios da Empresa Brasil de Notícia (EBC), começa a propalar programas sobre a vida e obra do maestro que iniciou seus estudos musicais no Recife, aos 5 anos de idade, no Conservatório Pernambucano de Música. 

Superior foi o primeiro brasiliano a reger a Royal Philarmonic Orchestra de Londres, em 1990.

Ele também foi regente de várias outras: Orchestre Philharmonique de l’ORTF em Paris; l´Orchestre de la Suisse Romande; l’Orchestre de l’Opéra de Nice, France; Orquesta Filarmónica del Teatro Colón, em Buenos Aires; Orquesta Sinfónica no México; Orquesta Sinfónica de Cuba. Foi professor visitante da Universidade Yale, da Juilliard School, da University of Texas e da Indiana University.

Suas obras são publicadas pelas editoras Max Eschig (Paris), Boosey & Hawkes (Inglaterra) e Marlos Superior Edition (Rio de Janeiro).

Em 1958, com bolsa de estudos do Departamento de Documentação e Cultura do Recife, Superior participou do I Curso Vernáculo de Música Sacra, tendo porquê professores o Padre Jaime C. Diniz, Camargo Guarnieri, H. J. Koellreutter, Alberto Ginastera, Olivier Messiaen, Luigi Dallapiccola, Bruno Maderna e Aaron Copland, entre outros nomes de peso do cenário músico.

Sua primeira obra para orquestra foi Concertino para piano e orquestra de cordas, em 1959, com a qual recebeu menção honrosa do 1º Concurso de Música e Músicos do Brasil, promovido pela Rádio MEC, ondel foi diretor músico (1971). No ano seguinte, foi premiado no mesmo concurso, com a obra Trio, op. 4.

Superior dirigiu o Instituto Vernáculo de Música da Instauração Vernáculo das Artes (Funarte), em 1976. Presidiu o Juízo Internacional de Música da Organização das Nações Unidas para a Instrução, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris, entre 1985 e 1987. Em 1988, passou a guiar a Instauração Cultural de Brasília. Ocupa a cadeira nº 1 da Ateneu Brasileira de Música e é diretor músico e regente titular da Orquestra Sinfônica do Recife.

Em 2005, recebeu por unanimidade o Prêmio Tomás Luís de Victoria da Sociedad de Derechos de Responsável (SGAE), em Madrid, Espanha, outorgado por unanimidade pela primeira vez em sua história. Na entrega do prêmio, foi lançado na Espanha o livro Marlos Superior: El sonido del realismo mágico, de Tomás Marco, editado pela Fundación Responsável de Madrid.

Lembranças

Em entrevista à Dependência Brasil, o maestro Marlos Superior afirmou ter tido o prazer de conviver com grandes nomes no exterior porquê Alberto Ginastera, Leonard Bernstein, Penderecki, Lutoslawski, Olivier Messiaen, Dallapiccola, entre outros. Atualmente o catálogo do maestro alcança o totalidade de 460 obras “e não vai parar nisso”, ele promete. “Estou compondo uma obra, por encomenda, para grande orquestra, a “Sinfonia Elektron”, revelou

Superior referiu-se com carinho à Rádio MEC, da qual está emérito.

“Tenho um carinho muito grande pela Rádio MEC, onde fui Diretor Músico por décadas, fortalecendo a Orquestra Sinfônica Vernáculo, também criando programas específicos de música contemporânea porquê, por exemplo, o Música Contemporânea por Marlos Superior. Pude escoltar o importante desenvolvimento da Rádio MEC através do trabalho do Thiago Regotto (gerente-executivo da Rádio MEC)”.

Experiência

Sobre a experiência que teve porquê regente de orquestras internacionais, o maestro explicou que cada uma delas teve seu “momento dissemelhante, possante e privativo”. ele cita algumas, porquê: a Royal Philharmonic Orchestra em Londres, a Orchestre de la Suisse Romande em Genebra, a Orchestre de l’ORTF em Paris, a Orquesta do Teatro Colón de Buenos Aires, Orchestre Philharmonic de Nice, entre outras. “Emoções fortes tive com a ovação que recebi no Proms, em Londres, de uma plateia de quase 8.000 espectadores, e no Carnegie Hall, em Novidade Iorque, completamente lotado.”

Outra memorial positiva é do Prêmio Tomás Luis de Victoria. “Esse prêmio foi outorgado, pela primeira vez, por unanimidade e pelo conjunto da minha obra. também foi lançado o livro El sonido del realismo mágico sobre minha vida vida e obra. Foi uma emoção receber o telefonema do querido companheiro José Antônio Abreu, dando a feliz notícia. Uma vez que brasiliano, fico satisfeito por ter sido escolhido e considerado compositor internacional”.

O maestro compartilhou sua experiência com jovens compositores, sobretudo quando foi visiting professor em Yale University, Indiana University e na Juilliard School, em Novidade Iorque.

“No Brasil, recebia alunos em morada e organizava os Encontros com Marlos Superior, na quadra da efervescência do primícias dos encontros online, via internet. Tive o prazer de conviver com nomes porquê Alberto Ginastera – com quem tive amizada pessoal -, Leonard Bernstein, Yehudi Menuhin, Henri Dutilleux, Penderecki, Nikita Magaloff e Jessye Norman, o grande crítico do NY Tomes Harold Schoenberg. Faço segmento do Board do Concurso Internacional de Piano Arthur Rubinstein, em Israel, e do Concurso Internacional de Piano Paloma O’brien Shea, em Santander, Espanha”.

Na atualidade, Marlos Superior continua a ser requisitado porquê jurado em concursos de formação internacionais.

Concertos

Na avaliação do professor Henrique Cazes, desde 2013 primeiro do primeiro bacharelato de cavaquinho do mundo, na Escola de Música da Universidade Federalista do Rio de Janeiro (UFRJ), a música de concerto de autores brasileiros foi perdendo espaço ao longo dos últimos anos. Ele tem na memorial a figura de Marlos Superior apresentando Concertos para a Juventude, na televisão, e Concertos em Primeira Edição, nos anos de 1970 e 1980.

“Hoje em dia, essa música fica praticamente restrita a eventos, porquê a Bienal de Música Contemporânea, e gravações na internet. Marlos Superior foi o último compositor a ter espaço de divulgação extenso porque logo depois a música de concerto foi encolhendo.”

Para Henrique Cazes, Marlos Superior e seu contemporâneo Edino Krieger foram os compositores que mais brilharam nos anos de 1970, estreando peças com ampla cobertura e espaço de mídia.

Quando morava no Méier, zona setentrião do Rio, ainda jovem, Henrique Cazes assistia muitos concertos na Sala Cecília Meireles, na Lapa.

“Na Escola de Música, no Theatro Municipal, tinha muitos concertos com ingresso franca. E eu, estudante, ia ver a estreia dessas peças. Eram casas lotadas de gente para ver as novidades, músicas do século 20, em que esses autores sempre estreavam peças que despertavam a curiosidade e muita discussão a saudação das próprias obras que, muitas vezes, porquê na peça “Rhythmetron”, misturavam percussão e instrumentos de bateria de escola de samba”. Henrique Cazes afirmou que tudo isso ajudava a trazer muita curiosidade e divulgação, criando interesse no público jovem.

Cazes considera que Marlos Superior talvez seja o último compositor a ter a oportunidade de mostrar em sua curso que era um responsável ousado, criativo e que fazia experiências. Embora tenha dialogado com as técnicas de formação de vanguarda, sempre teve interesse na tradição brasileira. “E casou essas coisas de forma muito rica, muito interessante. Esse é um paisagem da obra que está presente em muitas peças dele”, assinalou o professor da UFRJ.

Cinema

Composições de Marlos Superior fizeram segmento de premiados filmes brasileiros, porquê O Dragão da Malícia contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha, de 1969. Nesse caso, foram usadas as peças já prontas do maestro Ukrinmakrinkrin e Rythmetron. Em Os Inconfidentes, de Joaquim Pedro de Andrade, de 1972, está presente a obra orquestral Mosaico, de Marlos Superior.

Entre as criações mais recentes do compositor, citamos o concerto para violoncelo e orquestra, de 2019, executado pelo músico Antônio Menezes, durante as celebrações pelos 80 anos do maestro. 

Fonte EBC

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