Manto Tupinambá: Cerimônia é Adiada Em Meio A Conflitos

Manto tupinambá: Cerimônia é adiada em meio a conflitos – 27/08/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

A cerimônia de celebração do retorno do véu tupinambá ao Brasil foi adiada e ainda não tem uma novidade data marcada pelo Museu Vernáculo do Rio de Janeiro, que tem a tutela da relíquia indígena. O evento estava marcado para esta semana, de quinta (29) a sábado (31).

O procrastinação acontece em meio a conflitos entre a governo do museu e lideranças tupinambás, que formam um grupo de trabalho responsável pela repatriação do véu, que aconteceu no início de julho.

Em nota, a assessoria de prelo do museu informou está participando de reuniões para que a data seja definida. A instituição, ligada a UFRJ (Universidade Federalista do Rio de Janeiro), nega que haja conflito entre as partes.

Mas no dia 19 o Parecer Indígena do Povo Tupinambá de Olivença (Cito) publicou um vídeo em sua página no Instagram no qual mostra um desentendimento entre o diretor do museu, Alexander Kellner, e os caciques, durante uma reunião na Bahia.

O gestor foi interrompido por indígenas posteriormente negar a asseveração de que o povo tupinambá teria sido informado sobre a chegada do véu, via WhatsApp, quatro dias depois da repatriação. Kellner teve o microfone tirado de suas mãos, conforme mostra o vídeo aquém.

A cacica Jamopoty Tupinambá (Maria Valdelice Amaral de Jesus), de 62 anos, afirmou à Folha que o harmonia com os indígenas seria receber o véu ainda no aeroporto, mas que a chegada da peça aconteceu de forma sigilosa e só foi informada depois.

Em outra postagem na semana passada, o Cito mencionou “violência místico”, em meio a fotos da reunião com a direção do museu na povoado tupinambá. “A violência místico é uma forma insidiosa e profunda de agressão, que atinge a núcleo do ser humano, sua espírito e sua conexão com o sagrado. Dissemelhante das formas físicas ou psicológicas de violência, a violência místico procura minar ou destruir a fé, as crenças, e a identidade místico de uma pessoa ou de uma comunidade”, afirma a postagem.

Por outro lado, o Museu Vernáculo diz que enviou a todos os integrantes do grupo de trabalho, inclusive aos indígenas, um email sobre a chegada do véu. A instituição afirma ainda que o enviado foi impresso e mostrado aos tupinambás.

“A direção do Museu Vernáculo/UFRJ nega que haja qualquer conflito com lideranças indígenas do povo tupinambá. A versão do vídeo ao qual a Folha se refere não é correta e é apresentada totalmente fora de contexto”, diz o museu em uma nota de sua assessoria de prelo.

“É importante substanciar que, em momento qualquer, o diretor do museu, Alexander Kellner, classificou qualquer integrante do povo tupinambá porquê mentiroso. Ele unicamente esclareceu que não é verdade que os indígenas tenham sido informados pela direção do Museu Vernáculo, sobre a chegada do Véu Tupinambá, via mensagem pelo aplicativo WhatsApp.”

Véu tupinambá

O véu, uma peça de murado de 1,20 metro de profundeza por 80 centímetros de largura, é considerado uma entidade sagrada pelos indígenas tupinambás. Ele teria sido levado à Europa por holandeses, por volta de 1644.

Confeccionado em sua maioria com penas de guarás, mas também com plumas de papagaios, araras-azuis e amarelas, a peça foi doada pelo Museu Vernáculo da Dinamarca, que detém desde 1689 outras quatro peças porquê essa.

Embora existam registrados 11 mantos espalhados pelo mundo, esta é a primeira vez que a peça fará secção do ror de um museu brasiliano.

De harmonia com a pesquisadora Amy Buono, professora de história da arte da Universidade de Chapman, nos Estados Unidos, além da peça que agora está sob posse do Brasil, todas as demais estão na Europa, conforme a lista aquém.

  • Copenhague, no Museu Vernáculo da Dinamarca, tem 4 mantos;

  • Florença (Itália), no Museu de História Oriundo de Florença, tem 2 mantos;

  • Basileia (Suíça), no Museu das Culturas, tem 1 véu;

  • Bruxelas (Bélgica), no Museu Real de Arte e História, tem 1 véu;

  • Paris (França), no Museu das Artes e Civilizações da África, Ásia, Oceania e Américas, tem 1 véu;

  • Milão (Itália), na Livraria Ambrosiana, tem 1 véu.

Folha

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