Peruviano também foi prestigiado com os prêmios Cervantes, Príncipe de Astúrias das Letras, Livraria Breve, o da Sátira Espanhola, o Prêmio Pátrio de Romance do Peru e o Rómulo Gallegos. Suas obras foram traduzidas para 30 idiomas. Mario Vargas Llosa assume cadeira na Liceu Francesa
Emmanuel Dunand/AFP
O plumitivo Mario Vargas Llosa, vencedor do Nobel da Literatura em 2010, morreu neste domingo (13), em Lima, no Peru. A morte foi anunciada pelo rebento, Álvaro. A razão não foi informada.
“É com profundo tarar que anunciamos que nosso pai, Mario Vargas Llosa, faleceu hoje em Lima, sitiado pacificamente por sua família”, escreveu nas redes sociais.
“Sua partida entristece seus parentes, amigos e seus leitores ao volta do mundo, mas nos consola saber que ele teve uma vida longa, múltipla e frutífera, e deixa detrás de si uma obra que o sobreviverá.”
“Agradecemos de coração o carinho e o suporte recebidos e pedimos que sejam respeitadas nossas instruções. Não haverá nenhuma cerimônia pública. No momento da despedida final, nossos pensamentos estarão com todos que o leram e o admiraram. Em seguida o adeus em família, seus sobras, conforme sua vontade, serão cremados.”
Initial plugin text
Jornalista universal a partir da complexa verdade peruana, Vargas Llosa fez secção do chamado “boom” latino-americano junto com outros grandes uma vez que o colombiano Gabriel García Márquez, o prateado Julio Cortázar e os mexicanos Carlos Fuentes e Juan Rulfo.
Admirado por sua descrição das realidades sociais em obras-primas da literatura uma vez que “A Cidade e os Cachorros”, ou “A Sarau do Cabrão”, no projecto político seus posicionamentos liberais provocaram hostilidade em um meio intelectual que geralmente tende à esquerda.
“Nós, latino-americanos, somos sonhadores por natureza e temos problemas para diferenciar o mundo real e a ficção. É por isso que temos ótimos músicos, poetas, pintores e escritores, e também governantes tão horríveis e medíocres”, disse pouco antes de receber o Nobel em 2010.
Nascido na cidade de Arequipa, no sul do Peru, em 28 de março de 1936 em uma família de classe média, foi educado por sua mãe e seus avós maternos em Cochabamba (Bolívia) e depois no Peru.
Em seguida seus estudos na Liceu Militar de Lima, obteve uma licenciatura em letras e, ainda muito jovem, deu seus primeiros passos no jornalismo.
Instalou-se em 1959 em Paris, onde se casou com sua tia Julia Urquidi, 10 anos mais velha, e exerceu várias profissões: tradutor, professor de espanhol e jornalista da Agence France-Presse.
Anos depois, separou-se de Urquidi e se casou com sua prima-irmã e sobrinha de sua ex-esposa, Patricia Llosa, com quem teve três filhos e 50 anos de relação.
Vargas Llosa se divorciou de Patricia em seguida iniciar em 2015, com quase 80 anos, um romance com uma figura conhecida do mundo madrilenho, Isabel Preysler, ex-mulher do cantor Julio Iglesias.
Prolífica curso literária
Sua longa curso literária decolou em 1959, quando publicou seu primeiro livro de relatos, “Os Chefes”, com o qual obteve o Prêmio Leopoldo Alas. Depois, ganhou notoriedade com a publicação de “A Cidade e Os Cachorros”, em 1963, seguida três anos depois por “A Vivenda Verdejante”. Seu prestígio se consolidou com “Conversa no Catedral” (1969).
Naquela quadra, o responsável peruviano já afirmava que queria continuar escrevendo até o último dia de sua vida e cumpriu sua vocábulo com a publicação de obras uma vez que “O Herói simples”, ou “Tempos Ásperos”, sobre a agitada história recente da Guatemala, que lhe rendeu o Prêmio Francisco Umbral de Romance.
Com suas obras traduzidas para 30 idiomas, Vargas Llosa foi prestigiado com os prêmios Cervantes, Príncipe de Astúrias das Letras, Livraria Breve, o da Sátira Espanhola, o Prêmio Pátrio de Romance do Peru e o Rómulo Gallegos. Obteve a nacionalidade espanhola em 1993.
Em 2010, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura por sua “cartografia das estruturas de poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e guia individual”, justificou a real Liceu sueca.
“Acredito estar recebendo nascente prêmio por minha obra mais do que por minhas opiniões políticas. Mas se minhas opiniões em resguardo da liberdade foram levadas em conta, isso me alegra muito”, disse.
O peruviano, logo com 74 anos, disse que gostaria de ser lembrado, antes de tudo, uma vez que um plumitivo. “Quando escrevo, a política é sempre secundária, a literatura é um pouco maior.”
Vargas Llosa foi o primeiro plumitivo a entrar na Liceu Francesa sem nunca ter escrito zero em gálico. Eleito pelos “Imortais” da Liceu em novembro de 2021, o plumitivo hispano-peruano assume sua cadeira de número 18 dois anos depois.
Vargas Llosa foi aceito quase que por unanimidade pelos acadêmicos e foi recebido em sua posse pelo “protetor” da Liceu, o presidente gálico, Emmanuel Macron. O plumitivo também era membro da Real Liceu Espanhola, assim uma vez que da peruana e sócio-correspondente da Liceu Brasileira de Letras (ABL).
Milênio: Vargas Llosa, um dos maiores escritores da América Latina no século 20
Jornalista premiado… polêmico na política
Quando jovem, Vargas Llosa se sentiu seduzido por Fidel Castro, mas em 1971 rompeu com a Revolução Cubana por razão do caso do poeta Heberto Padilla, forçado pelo regime a fazer uma vexatório “autocrítica” pública.
Foi candidato à presidência do Peru em 1990. Era o predilecto até brotar o logo incógnito agrônomo Alberto Fujimori, que foi eleito. Depois de seu fracasso eleitoral, voltou às letras, de onde — disse o plumitivo — nunca deveria ter saído.
Nos últimos anos, atacava o populismo, “a doença da democracia”, que inclui o chavismo e o castrismo, a extrema direita e a esquerda radical europeia e o nacionalismo independente.
Teve uma estreita amizade com Gabriel García Márquez, que terminou abruptamente em um incidente confuso que ambos preferiram não tocar. “Deixe que os biógrafos cuidem desse tópico”, disse Vargas Llosa certa vez.
* Com informações da filial France Presse.
Fonte G1
