As vitrines, passarelas e tapetes vermelhos parecem ter elegido o marrom uma vez que cor básica da vez. Nos últimos meses, uma sutil mudança tem submetido os looks —o marrom tomou a tendência de assalto, desafiando o consenso de que o preto é o coringa fashion.
Em maio, a influenciadora Emma Chamberlain apresentou o Met Gala com um vestido rendado marrom. Ela usou uma peça da coleção de alta-costura da primavera de 2003 de Jean Paul Gaultier, que sintetiza os anos 2000 —de onde os mais jovens têm bebido influências—, com um lado gótico e sensual.
Taika Waititi, Barry Kheogan, Donald Glover, Lizzo e Lana Del Rey também usaram roupas com detalhes ou completamente marrons no dança. No Festival de Cannes, Bella Hadid desfilou looks na cor, e atrizes também chamaram a atenção pelos tons terrosos.
Mas o sucesso do marrom não se resume a um evento. Sofie Richie e Hailey Bieber já tinham oferecido a letra da tendência no primícias do ano, em looks mais casuais.
A estilista e criadora da marca Reptilia, Heloisa Strobel, diz que o preto uma vez que preferência absoluta vem sendo substituído nos últimos anos. “Vimos a preferência pelo branco voltar a crescer, inclusive nas nossas lojas a demanda foi enorme, e passamos a ter mais peças brancas do que pretas nas coleções.”
Com o termo do domínio do preto, o marrom chega para assumir o posto de neutro do momento. É uma cor que “emplaca por ser muito versátil”. “Tem diversas tonalidades, podendo ir do mais avermelhado e quente ao mais cinza e insensível, passando pelos médios, oferecendo uma ampla gama de opções”, afirma ela.
“Quando uma cor é eleita o ‘novo preto’, ganha um endosso social uma vez que sendo uma cor versátil, relevante e que se pode usar sem grandes problemas ou erros. É uma vez que expor que ela ‘vai com tudo'”, completa a consultora de tendência Ana Vaz.
Esse movimento não é mera coincidência. Ele vem na esteira de uma tendência global que procura um consumo responsável e cadeias de produção mais sustentáveis.
“O marrom faz uma conexão simbólica direta com a terreno, a natureza, estar ao ar livre. É uma cor menos urbana, menos impessoal que o preto e o cinza”, diz Vaz.
A conexão com a proposta de natureza e a cor já é visível há qualquer tempo, com tons terrosos e outras cores naturais em subida por vários anos, aparecendo em diversas coleções, explica a consultora de tendência. “Isso dialoga tanto com consumidores que escolhem marcas com propostas de consumo responsável, quanto com aqueles que unicamente querem se conectar com essa teoria”, completa.
Mas Vaz afirma que ainda vemos ambiguidades no setor, apesar da teoria de organicidade da cor, ela é absorvida por lojas de fast fashion e ultra fast fashion —produção em tamanho de roupas de grave dispêndio e com rápida rotatividade.
O marrom era popular nos anos 1990 e sua volta dá sinais do funcionamento do ciclo de tendências no mundo da tendência. Nas coleções de inverno atuais, vem uma vez que escolha aos tons usados durante a pandemia, uma vez que cinza, preto e terrosos claros, afirma Vaz.
“Dissemelhante do que se pregava nos anos 1990, agora o marrom pode sim vir combinado com o preto”, afirma Strobel. Na idade, “era quase proibido unir essas duas cores, ou você usava preto, ou você usava marrom”.
É uma cor que comunica sobriedade e minimalismo, que sintetiza elegância no mundo da tendência. Para substanciar essa sensação, o marrom pode ser coordenado com outros neutros escuros, uma vez que preto, oceânico e grafite, resultando em misturas sérias e sofisticadas. Essa combinação acentua um visual mais tradicional e formal.
“Pensando na cor uma vez que ponto de partida, podemos produzir combinações descoladas e modernas”, afirma Vaz. De calças de epiderme, estampas até calças de alfaiataria, é provável explorar looks monocromáticos ou usar o marrom em itens específicos.
“Marrom pode ser usada com tênis ou botas e um moletom, quebrando a seriedade do marrom. Tecidos de tramas mais abertas, uma vez que telas e tricôs, também trazem uma sensação mais casual”, diz.
Ela explica também que a combinação de cores e formas é necessário para ajustar o marrom a diferentes estilos. “Pode ser modernizado com o uso de prata, criando um contraste interessante entre o quente do marrom e o insensível do prata, e entre a natureza e a tecnologia.”
Atualmente, o marrom está em subida nas coleções de outono/inverno, sendo uma cor versátil. Vaz afirma que os principais tons de marrom desta temporada variam dos mais quentes e avermelhados aos próximos ao preto, uma vez que chocolate e moca, que são mais frios. Essas tonalidades funcionam muito em diferentes contextos, reforçando a popularidade da cor nas últimas estações.
Porquê segmento da iniciativa Todas, a Folha presenteia mulheres com três meses de assinatura do dedo gratuito .