O Museu de Arte de São Paulo (Masp), cartão-postal da Avenida Paulista, em São Paulo, ficará ainda maior a partir desta sexta-feira (28), quando o público poderá visitar seu novo prédio, o Pietro Maria Bardi.
Localizado ao lado da sua instituição mais conhecida, chamada de Lina Bo Bardi, o novo prédio tem 14 andares, o que ajudou a ampliar a espaço do museu de 10.485 m² para 21.863 m².
Na novidade instituição, o Masp passa a ter:
- Cinco novas galerias para exposições
- Duas áreas multiuso
- Salas de lição
- Laboratório de conservação
- Espaço de guarida de público
- Restaurante e moca
- Depósitos e docas para fardo e descarga de obras de arte.
“Esse novo prédio é uma expansão do Masp, mas também é um Masp totalmente novo, porque é uma outra arquitetura e com outras propostas”, explicou Regina Teixeira de Barros, coordenadora e curadora do ror.
Novas exposições
Para a inauguração do novo prédio, o museu decidiu oferecer ao público cinco novas exposições, cada uma delas instalada em um dissemelhante andejar, que colocam em evidência o próprio ror do Museu.
“São exposições que tratam de temas diferentes: tem vídeo, tem pintura, tem estátua e todas elas partir do nosso ror. Oriente é um início para marcar, privilegiar e honrar a nossa história e o nosso ror”, disse o diretor de experiência e informação do museu, Paulo Vicelli.
Uma delas apresenta o conjunto de obras do ror do museu dedicada ao artista francesismo Pierre-Auguste Renoir (1841–1919). Nesta mostra estão sendo apresentadas 12 pinturas e uma estátua do artista.
“Fazia 23 anos que a gente não conseguia mostrar todos os 13 Renoir juntos. Essa é uma oportunidade rara de vê-los juntos”, ressaltou Vicelli.
Há também uma sala dedicada a refletir sobre o próprio museu. Chamada de Histórias do Masp, a mostra, realizada no sexto andejar, apresenta a história do museu e sua valimento para a constituição de um projeto de museu moderno. Em formato de risca do tempo, a mostra coloca em diálogo 74 obras do ror acompanhada por toda uma documentação formada por fotografias, documentos, cartazes, livros, catálogos, jornais e revistas.
Outra exposição em papeleta foi chamada de Geometrias, instalada no décimo e no quarto andejar. Com mais de 50 obras do ror do museu, incluindo murado de 20 doações recentes, apresenta trabalhos realizados por artistas que empregam diferentes materialidades para fabricar composições geometrizadas. “A grande maioria do ror que foi sendo constituído pelo museu desde o final dos anos 40 é de obras figurativas. Mas essa exposição de geometrias traz um olhar muito mais inusitado para esse ror”, explicou a curadora.
Já no terceiro andejar está a mostra Artes da África, que reúne mais de 40 obras do ror do museu, principalmente do século 20, oriundas da África ocidental. O conjunto abrange estatuetas de Exu e Xangô, objetos cotidianos, bonecas, tambores, mobiliário e máscaras usadas em festividades, rituais de iniciação, celebração ou funerais. Esta é a primeira exposição que procura estabelecer uma leitura sátira e propositiva da coleção de arte africana do museu.
O segundo andejar apresenta uma videoinstalação de Isaac Julien, que trata sobre o legado da arquiteta Lina Bo Bardi, responsável pelo projeto do idoso museu. Inédita no Brasil, a videoinstalação apresenta as atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro interpretando os escritos de Lina e dando voz às suas ideias sobre arte e arquitetura.
Vão livre
Outra novidade que será apresentada ao público a partir desta semana é uma mudança no uso do vão livre do Masp. Agora sob gestão do próprio museu, o vão livre será aproveitado para apresentações culturais e estabelecerá um diálogo maior com as exposições em papeleta no Masp.
Entre esta quinta-feira (27) e domingo (30), por exemplo, a artista ítalo-brasileira Anna Maria Maiolino irá fazer uma performance no vão livre. Chamada de KA, a apresentação é secção da série Entrevidas, criada em 1981 durante a ditadura militar no Brasil. Assim uma vez que na versão original, a artista vai caminhar em meio a ovos espalhados pelo solo em referência à fragilidade da vida em tempos de incerteza.
Agora, além do caminhar, Maiolino está incorporando o gesto das palmas das mãos levantadas, uma vez que sentença de rendição. Isso reflete tanto sobre a história de guerras e conflitos globais quanto com a violência urbana em cidades brasileiras, tornando-se um apelo poético-político por sossego e desarmamento.
“Para nós é muito importante a gente ter a possibilidade de usar esse espaço [o vão livre] para atrair o público para exposições, atividades culturais, oficinas e atividades esportivas. Agora é um momento do vão livre voltar a ser um espaço da cidade, integrado à cidade e oferecendo para a população atividades culturais e atividades artísticas relevantes”, disse Vicelli.
O Masp tem ingressão gratuita às terças-feiras e também entre às 18h e 20h30 de toda sexta-feira. Mais informações sobre as exposições em papeleta no museu e agendamento da visitante podem ser obtidas no site do Museu.