Meu Amigo Pinguim: Conheça História Real Por Trás Do Filme

Meu Amigo Pinguim: Conheça história real por trás do filme – 11/09/2024 – Ambiente

Celebridades Cultura

Ainda que o imaginário generalidade indique que os pinguins vivem no gelo, a maior segmento das espécies existentes hoje procura regiões mais quentes no inverno. Nessa rota, está o litoral fluminense, que tem sido palco de aparições constantes do pinguins-de-Magalhães, da espécie Spheniscus magellanicus.

As colônias reprodutivas da espécie ocorrem na região da Patagônia, no Chile e na Argentina. É de lá que os animais partem em uma fluente oceânica quente, e muitos chegam às praias do Rio de Janeiro.

Acontece que um desses pinguins que chegou à praia de Provetá, em Ilhota Grande, na região de Baía dos Reis, no inverno de 2011, continuou fazendo esse trajeto durante oito anos seguidos. É o que relata o pescador João Pereira de Souza, 80. Ele diz ter pretérito a receber, ano depois ano, a visitante do mesmo bicho, que recebeu o nome de Dindim.

O pinguim viaja muro de 8.000 km da Patagônia até o quintal de João, onde fica em meio a outros animais da mansão, porquê cachorro e galinhas. Outro quina peculiar para o Dindim é no banheiro. “Ele gosta de tomar banho de chuveiro”, diz o pescador. “Tenho paixão por ele porquê por um fruto.”

Uma amizade improvável que parece, e é, enredo de filme. A história é contada pelo cineasta brasílio David Schurmann no longa de produção americana “Meu Companheiro Pinguim”. O filme estreou nos Estados Unidos em 16 de agosto e chega aos cinemas brasileiros nesta quinta (12).

“Com ‘Meu Companheiro Pinguim’, vamos além da história do pescador que salva o pinguim. Mostramos porquê um pinguim pode resgatar um varão”, afirmou Schurmann.

O longa, com 90% do elenco e equipe brasileiros, foi gravado em Ubatuba (SP) e Paraty (RJ). As cenas complementares foram rodadas na Argentina.

“Para além das nossas paisagens e personagens nacionais, queria levar ao público uma história tocante, singela, de relações puras e profundas, de conexão do ser humano com a natureza”, disse Schurmann.

No filme, Dindim é interpretado por dez pinguins diferentes, que se revezaram de negócio com a personalidade ideal para cada cena. Nas filmagens, os animais foram acompanhados por profissionais do Aquário de Ubatuba e do Oceanic Aquarium, em Balneário Camboriú (SC), com pedestal do Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha —que treinou as aves antes das gravações.

A relação de João e Dindim começou quando o pescador salvou o pinguim depois de ter encontrado o bicho muito debilitado, tapado de óleo na praia.

João cuidou da ave por uma semana e a soltou de volta no mar para que pudesse retomar o caminho de mansão. Mas o pinguim quis permanecer com o pescador —e permaneceu com ele por mais 11 meses. Segundo João, Dindim volta em junho, com variação de alguns dias, e fica até fevereiro.

Durante cinco anos, o pinguim voltou à Provetá anualmente, chegando a passar oito meses com João e somente quatro no mar, até que, em fevereiro de 2018, “depois da troca de penas”, ele se foi e não voltou mais.

Em 2022, outro pinguim apareceu na mesma praia onde o pescador conheceu Dindim. O bicho buscou a companhia de João e permitiu aproximação e carinho, o que não era verificado com outras pessoas curiosas que se aproximavam, dando a confiar que se tratava do camarada do pescador.

Apesar dos relatos, não é verosímil declarar que se trata da mesma ave. O pinguim estava sem a identificação que os profissionais do Aquário de Ubatuba colocaram em Dindim, quando surgiu em 2011. Na ocasião, a ave foi examinada e os veterinários constataram que era um masculino.

Mesmo sem a confirmação, João afirma confiar que o pinguim que o visitou em 2022 seja Dindim.

“Pode ser que seja, sim, mas não há porquê prometer. Os pinguins juvenis ou sub adultos ficam no mar, só voltando para a terreno para fazer a muda das penas. A partir de 5 anos de idade, eles já estão aptos a se reproduzirem e assim eles voltam para as colônias para essa finalidade”, explica a médica veterinária Paula Baldassin.

Baldassin é vice-presidente da ONG Instituto BW, que atua na reparação de animais silvestres na região dos Lagos e no setentrião fluminense. Recentemente, participou da soltura de 19 pinguins da espécie Magalhães que tinham encalhado no litoral do Rio de Janeiro.


“Esse ano estamos vendo uma aparição maior de pinguins e lobos-marinhos”, observa. “Mas não quer proferir que o ano que vem vai ser desse mesmo jeito”, pondera, afirmando que os ciclos não são constantes.

De negócio com a veterinária, em Cabo Insensível (RJ), existem sambaquis com ossos de pinguins que demonstram que “eles já frequentam as nossas praias muito antes de os portugueses chegarem”, ressalta.

Pesquisadora de pinguins há mais de 20 anos, Baldassin explica que o bicho vindo da Patagônia argentina e chilena é de clima temperado, ou seja, não é um pinguim polar. Por isso, quando encontrado, deve ser aquecido.

“Os pinguins que encalham nas praias brasileiras, geralmente estão muito magros sem a classe normal de gordura. P or isso, chegam até nós hipotérmicos, além de muito caquéticos e com parasitas. Alguns não conseguem sustentar o corpo e não ficam de pé quando chegam. A reparação deles é desafiadora”, conta.


Uma vez que ajudar no resgate de pinguins

  • Não o coloque de volta na chuva nem no freezer ou gelo, ele está com insensível
  • O bicho deve ser alocado em uma caixa de papelão ou envolvido numa toalha
  • Chame o projeto de monitoramento de praias da sua região; essas entidades possuem centros especializados para receber os animais
  • Caso não tenha o contato de um projeto especializado, chame as autoridades locais, para que direcionem o bicho ao atendimento correto

Manadeira: ONG Instituto BW

Folha

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