Mídia Produzida Por Indígenas Se Torna Ferramenta De Conscientização

Mídia produzida por indígenas se torna ferramenta de conscientização

Brasil

A tarde desta sexta-feira (9) foi um dia letivo dissemelhante para murado de 150 estudantes de escolas públicas de Novidade Iguaçu, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro. Para marcar o Dia Internacional dos Povos Indígenas, festejado nesta sexta-feira, eles deixaram as salas de lição e percorreram aproximadamente 50 quilômetros até o campus Praia Vermelha, da Universidade Federalista do Rio de Janeiro (UFRJ), na capital fluminense.

Os alunos dos Centros Integrados de Ensino Pública (Ciep) São Vicente de Paula e Y Juca Pirama tiveram uma tarde de encontro com cineastas indígenas fundadores do coletivo Mídia Indígena, que produz e divulga teor de interesse voltado à preservação e valorização de povos originários.

Além de conversas, eles assistiram ao filme Somos Guardiões, produzido pelo próprio coletivo Mídia Indígena e que mostra a luta para tutorar o território e a Amazônia.

O documentário, que tem produção também do ator Leonardo DiCaprio, investiga interesses econômicos que incentivam o desmatamento na Amazônia e as consequências ambientais e humanas. A produção acompanha o líder e ativista indígena Puyr Tembé e o guardião florestal Marçal Guajajara na luta para proteger territórios indígenas.

A iniciativa que uniu os estudantes e os produtores indígenas é uma parceria entre o projeto de extensão Metaversidade da UFRJ e o Consulado da Suécia no Rio de Janeiro.

Um dos fundadores do Mídia Indígena é o jornalista Erisvan Guajajara, do território Arariboia, da Povoação Lagoa Quieta, no Maranhão, murado de 600 quilômetros a sudoeste da capital, São Luís. O primo dele, Edivan Guajajara, é um dos diretores do filme.

Rio de Janeiro (RJ), 09/08/2024 - Erisvan Guajajara, fundador do coletivo Mídia Indígena. Estudantes e professores da rede pública de ensino encontram com cineastas fundadores da Mídia Indígena, na Escola de Comunicação da UFRJ,  em encontro promovido em conjunto com o Consulado da Suécia no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 09/08/2024 - Erisvan Guajajara, fundador do coletivo Mídia Indígena. Estudantes e professores da rede pública de ensino encontram com cineastas fundadores da Mídia Indígena, na Escola de Comunicação da UFRJ,  em encontro promovido em conjunto com o Consulado da Suécia no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Rio de Janeiro (RJ), 09/08/2024 – Erisvan Guajajara, fundador do coletivo Mídia Indígena. Estudantes e professores da rede pública de ensino encontram com cineastas fundadores da Mídia Indígena Tânia Rêgo/Sucursal Brasil

O jornalista explicou à Sucursal Brasil que o coletivo visitante universidades e escolas para expor o protagonismo dos povos indígenas em resguardo de territórios.

“A gente usa essa utensílio para mostrar o nosso protagonismo, racontar a nossa história uma vez que realmente deve ser contada e mostrar a versão dos povos indígenas com o olhar indígena”, disse Erisvan,

Ocupar espaços

Ele acrescenta que a informação é uma utensílio de luta e pode ajudar a derrubar preconceitos.

“Estamos ocupando as redes, demarcando as telas, que significa trazer para a visibilidade a verdade dos povos indígenas, desconstruindo estereótipos que muitos ainda alimentam”.

Entre as ideias preconcebidas equivocadas, ele cita a de que “indígena é preguiçoso, não trabalha e só vive no mato”.

“A gente traz esse debate para as universidades para que os alunos cresçam e aprendam que hoje nós temos indígenas jornalistas, advogados, prefeitos, vereadores, ministra e deputados federais”, listou.

Adiante do Ministério dos Povos Indígenas desde janeiro de 2023, Sônia Guajajara é a primeira indígena na história do Brasil a comandar um ministério. 

A estudante Grace Kelly, de 16 anos, foi uma das estudantes que assistiram ao filme. A aluna do 2º ano do ensino médio destacou a valor de saber outras culturas.

“Aprender mais sobre a verdade deles, o que eles estão passando é importante para que as pessoas que têm uma visão negativa sobre eles possam ter uma visão de mais paridade”.

Rio de Janeiro (RJ), 09/08/2024 - Grace Kelly, estudante do ensino público. Estudantes e professores da rede pública de ensino encontram com cineastas fundadores da Mídia Indígena, na Escola de Comunicação da UFRJ,  em encontro promovido em conjunto com o Consulado da Suécia no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 09/08/2024 - Grace Kelly, estudante do ensino público. Estudantes e professores da rede pública de ensino encontram com cineastas fundadores da Mídia Indígena, na Escola de Comunicação da UFRJ,  em encontro promovido em conjunto com o Consulado da Suécia no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Rio de Janeiro (RJ), 09/08/2024 – Grace Kelly participou de encontro com cineastas fundadores da Mídia Indígena – Tânia Rêgo/Sucursal Brasil

Juan Santos, de 17 anos, do 1º ano do ensino médio, admite que não conhecia muito sobre povos indígenas e que a atividade deste Dia Internacional dos Povos Indígenas é importante para “saber realidades e entender a valor de preservar as tradições”.  

A diretora do Ciep São Vicente de Paula, Natália Menezes, considera que o contato dos estudantes com a mídia produzida por indígenas pode ser trabalhado com um duplo viés. De um lado, a instrução ambiental: “visão da natureza não só uma vez que recurso, mas uma vez que alguma coisa a ser preservado”. O outro é levar para eles a verdade dos povos indígenas.

“A gente fica muito recluso ao que é dito só nas mídias, e eles não escutam esse lado dos indígenas. Logo é dar voz de fala a esses povos indígenas e que os estudantes possam saber essa verdade para também lutar em prol dela”, salienta.

Novos horizontes

Para a diretora, outros benefícios da atividade são a mudança de rotina e o contato com a universidade.

“Eles estão encantados, primeiro por trespassar da verdade de Novidade Iguaçu, saber outras realidades em termos de espaço”, observa.

“É ideal que a gente possa, já no ensino médio, encetar a estreitar esses laços que eles podem ter com a universidade, porque, para muitos, é alguma coisa que não é palpável, é alguma coisa muito distante. Logo é bom estreitar esses laços com a universidade para que eles possam compreender que eles podem ocupar também esses espaços”, diz a professora à Sucursal Brasil.

Os dois colégios que participaram do encontro fazem secção do projeto Escolas Interculturais Brasil-Suécia, da Secretaria de Ensino do Estado do Rio de Janeiro, que propõe intercâmbio de conhecimento entre os países.

Antes da exibição do filme produzido pelos indígenas, os alunos acompanharam uma apresentação promovida pelo Consulado-Universal da Suécia no Rio de Janeiro. Os estudantes puderam aprender sobre os Sami, povo originário da secção mais ao setentrião dos países nórdicos, também conhecida uma vez que Lapônia.

Atualmente o grupo étnico é formado por murado de 20 milénio pessoas na Suécia, 50 milénio na Noruega, 8 milénio na Finlândia e 2 milénio na Rússia. Na Suécia, eles são reconhecidos oficialmente pelo governo, têm língua, bandeira e até um Parlamento para tratar de questões pertinentes ao próprio território. Eles desenvolveram técnicas para mourejar com o insensível, que ultrapassa -20º Celsius perto do Polo Ártico.

“Não sabia que existiam. Vinte graus negativos, surreal”, se surpreende Grace.

“É importante os jovens aprenderem que o mundo é grande, entender outros países, culturas, histórias”, disse o cônsul-geral honorário da Suécia no Rio de Janeiro, Jan Lomholdt.

Rio de Janeiro (RJ), 09/08/2024 - Jan Lomholdt, cônsul-geral da Suécia. Estudantes e professores da rede pública de ensino encontram com cineastas fundadores da Mídia Indígena, na Escola de Comunicação da UFRJ,  em encontro promovido em conjunto com o Consulado da Suécia no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 09/08/2024 - Jan Lomholdt, cônsul-geral da Suécia. Estudantes e professores da rede pública de ensino encontram com cineastas fundadores da Mídia Indígena, na Escola de Comunicação da UFRJ,  em encontro promovido em conjunto com o Consulado da Suécia no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Rio de Janeiro (RJ), 09/08/2024 – Jan Lomholdt, cônsul-geral da Suécia. Estudantes e professores da rede pública de ensino encontram com cineastas fundadores da Mídia Indígena – Tânia Rêgo/Sucursal Brasil



Fonte EBC

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