Mostra De Sp: Filmes Indianos Rompem Modelo De Bollywood

Mostra de SP: Filmes indianos rompem modelo de Bollywood – 30/10/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Seguindo a homenagem ao diretor Satyajit Ray, na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, diferentes cineastas indianos tiveram obras selecionadas pelo festival para criar um cenário de perspectivas sobre o país a partir do audiovisual.

Dissemelhante do que muitos podem pensar, a cena independente do cinema indiano divide espaço com Bollywood, indústria cinematográfica da Índia de maior alcance. Suas produções são conhecidas pelos orçamentos robustos, pela associação a gêneros uma vez que a ação e o músico e pelo excesso nas narrativas.

É o caso do sucesso de 2023 “RRR”, disponível na Netflix, que conquistou a sátira e o público. Ainda que os blockbusters indianos também representem o país, a seleção da Mostra prioriza trajetórias mais humanizadas.

“Os filmes de Bollywood costumam reproduzir fórmulas que já foram aplicadas muitas vezes. Eles oferecem um entretenimento que pouco mudou com o tempo. Por outro lado, os cineastas independentes estão batalhando para edificar histórias autênticas, com o menor orçamento verosímil. Eles enfrentam muitos desafios pela falta de plataformas dedicadas a exibir o seu trabalho”, diz Ramesh Yanthra, diretor de “O Trator”, que teve a sua estreia mundial em São Paulo.

O filme segue Muthu, um pequeno quinteiro premiado com um trator depois se envolver em um esquema mercantil. Não morosidade muito para que o entendimento passe a arruinar sua vida. A teoria de Yanthra era explorar o incremento cada vez maior da desigualdade social.

“Temas uma vez que esse estão se tornando cada vez mais naturais na filmografia de diretores independentes. Mas muitas vezes eles pendem ao simplismo de procurar respostas. É um duelo que muitos de nós atravessamos. Encontrar maneiras de retratar realidades que não aceitam soluções simples.”

Proposta semelhante é explorada por “Segunda Chance”, longa de estreia de Subhadra Mahajan. A produção se mantém no espaço rústico, mas escolha a região do Himalaia para seguir o encontro de três gerações de uma família produtora de tapeçarias. Quando a jovem Nina, atormentada pelo traumatismo de um monstro ilícito, retorna a sua antiga lar de veraneio, ela se reconecta com a avó e com o pequeno fruto do zelador da propriedade.

“Do gênero à identidade, da justiça social à complexidades pessoais em diferentes partes do país, o cinema indiano independente tem explorado muitos assuntos. Filmes uma vez que ‘Segunda Chance’ revelam as diferenças e semelhanças entre a tradição e a modernidade”, afirma o produtor Shyam Bora. Ele explica que a forma uma vez que esses temas são explorados se deve às condições de produção, geralmente guiadas por recursos reduzidos.

Já “Roubado”, de Karan Tejpal, contempla a colisão entre uma Índia muito rica e privilegiada com outra pobre e discriminada. O filme segue a história de três pessoas, uma mãe, um fotógrafo e seu irmão, que se aproximam depois o sequestro de um bebê de cinco meses. Na procura pelo recém-nascido, são forçados a encarar um lado obscuro da sociedade, com o qual nunca tiveram contato.

Esfera semelhante é revelada por “Celestina & Lawrence”, ainda que não da mesma forma. Se “Roubado” aposta em sequências mais diretas, onde a violência aparece em frente à câmera, o filme do estreante Vikram Kumar contorna os conflitos pelo promanação de uma história de paixão.

O longa acompanha dois jovens de uma comunidade tribal. Celestina se vê presa ao namorado, líder de um esquema de tráfico humano. Lawrence se vê forçado a trabalhar uma vez que guarda-noturno de uma construção, precisa deixar seu lar e é menosprezado pela companheira.

Vikram explica que o projeto surgiu de um longo estudo da vida em uma região tribal, no estado de Jharkhand. As filmagens traziam vários riscos e duraram tapume de três meses. O diretor destaca a revolução do dedo uma vez que uma das responsáveis por facilitar a produção de filmes independentes.

“Isso nos permite ter muitos realizadores do nosso lado. É dissemelhante de alguém que está no sistema de Bollywood, quando a sua intenção é fazer quantia. Ou quando você pretende produzir todas as histórias possíveis das grandes cidades Índia. Essa é uma visão muito cosmopolita e dependente do mercado. Fiz esse filme uma vez que uma espécie de revolução. Queria fazer justiça à minha língua, à região onde eu vivo, aos personagens que estou criando. Eles devem parecer reais e vivos.”

Essa espontaneidade também surge em “Tudo Que Imaginamos Uma vez que Luz”, de Payal Kapadia. O filme se passa na cidade de Mumbai, onde duas enfermeiras tentam encontrar sentido em suas rotinas. Prabha lida com a carência do marido, que vive no exterior. Anu passa as noites escondida com o seu namorado. Uma viagem em conjunto permite a elas aprenderem umas com as outras.

Vencedor do grande prêmio do júri no Festival de Cannes deste ano, o longa promove o encontro entre mulheres de diferentes gerações e discute o papel feminino na sociedade indiana. O filme prioriza a individualidade das personagens e a forma uma vez que os seus sonhos e desejos interferem no espaço urbano. É próximo da forma uma vez que o diretor Sandeep Kumar acompanha o seu protagonista em “Happy”, longa feito em Viena, na Áustria, que segue um imigrante indiano ilícito forçado a enfrentar a chance de ser deportado.

O personagem-título balanceia a rotina pesada e o relacionamento com a filha pequena, que procura se manter feliz a qualquer dispêndio. Vemos diversos dilemas relacionados à imigração a partir de sua perspectiva. “Eu queria que as pessoas entrassem no mundo interno de Happy imediatamente. Eles deveriam permanecer com ele. Deveriam entender o que está acontecendo dentro de sua mente e com os seus sentimentos”, diz Sandeep.

Folha

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *