'mulheres Asiáticas' Debate Empatia Entre Nipo Brasileiras 05/08/2024 Ilustrada

‘Mulheres Asiáticas’ debate empatia entre nipo-brasileiras – 05/08/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Trabalhar com contrastes entre personagens, na visão da roteirista Janaína Tokitaka, costuma ser positivo, porque possibilita o diálogo. Dessa forma, reunir duas mulheres brasileiras com progénie nipônica pioneiras em seus ofícios tem boas razões para fornecer uma conversa produtiva.

“Mesmo se você traz universos tão distantes quanto o de uma atriz e uma cervejeira, elas vão ter experiências comuns, pontos de encontro”, afirma Tokitaka. “E o que elas têm de dissemelhante também é enriquecedor, uma escuta e aprende com a outra.”

É uma vez que o encontro de Danni Suzuki e Maíra Kimura, cofundadora da Japas Cervejaria, no primeiro incidente do programa “Mulheres Asiáticas”, que estreou no meio E! Entertainment nesta quinta-feira (1º).

Idealizado e apresentado por Jacqueline Sato, o programa de entrevistas propõe uma roda de discussões sobre as trajetórias pessoais e profissionais de mulheres descendentes de imigrações de países asiáticos. Nesta primeira temporada, o holofote é para descendentes de japoneses.

“Falta um imaginário coletivo que esteja em contato com referências reais em vez daquelas que foram criadas pela indústria cultural ao longo do tempo e, muitas vezes, pela visão de um varão branco. É preciso trazer a nossa própria voz”, afirma Sato.

O projeto surgiu de uma inquietação de Sato que, na curso de atriz, aguardava papéis menos estereotipados —por exemplo, sem precisar forçar um sotaque, vestir kimonos, consumir sushi ou ter toda a sua narrativa relacionada à sua requisito de pessoa racializada.

“Aos poucos, comecei a ver que, para que isso acontecesse de forma genuína, ia ser muito necessário que pessoas pertencentes a esse recorte estivessem detrás das câmeras também”, diz ela, que fez novelas uma vez que “Sol Nascente” e “Orgulho e Paixão”.

Por isso, a equipe técnica de “Mulheres Asiáticas” é, em sua maioria, feminina e amarela —uma vez que são autointitulados os descendentes de imigrantes do Leste Asiático no Brasil.

Para as diretoras Denise Takeuchi e Aya Matsusaki, conduzir o projeto foi gratificante do ponto de vista de reencontro com a ancestralidade. Por outro lado, também havia uma fardo de responsabilidade grande sobre uma vez que simbolizar essas narrativas sem pender para caricaturas.

“O estereótipo vem dessa leitura externa do nosso fenótipo. Talvez agora a gente esteja começando a falar sobre essa memória, que é o que fica dentro de mansão, é mais multíplice, mas mais belo também”, afirma Matsusaki.

A primeira secção do programa é dedicada à biografia das convidadas, durante a entrevista com Sato, ao lado de depoimentos de familiares e amigos.

Essa tentativa de aproximar o público com as histórias foi principal para as diretoras. “Tem história de dor, desde o período da imigração, de violências —uma vez que a de não poder falar a própria língua durante a Segunda Guerra Mundial”, diz Takeuchi. “Mas não adianta a gente fazer um milhão de denúncias se o público não tiver uma conexão afetiva com aquilo. A gente só vai se transformar se formos tocados por um tanto.”

Ao mesmo tempo, a valor de abordar a discriminação racial sofrida pelo grupo também foi secção fundamental de todos os episódios. Para Sato, é uma cicatriz coletiva que precisa ser revisitada para que o debate antirracista seja fortalecido. “Nossas vivências, transformações e superações ainda foram pouco faladas”, afirma.

“Se os nipo-brasileiros não conseguem nem se saber enquanto uma minoria, nem reconhecer a sua história e seu trajeto num coletivo, quem dirá reconhecer outras minorias e suas dores”, diz Matsusaki.

No último quadro do programa, a teoria é que as convidadas coloquem a mão na tamanho e troquem experiências. No caso de Danni Suzuki e Maíra Kimura, a proposta foi a de que a atriz produzisse sua própria cerveja e a empresária estrelasse um mercantil de TV.

“O programa não é sobre uma vez que ser bem-sucedida, mas sobre a jornada de cada ser humano e uma vez que a gente, através de uma conexão genuína, pode ensinar e viver um tanto pela primeira vez”, diz Sato.

Entre outras duplas da temporada, composta de seis episódios, estão a cantora Fernanda Takai e a ceramista Hideko Honma e a atriz Ana Hikari e a chef Telma Shiraishi. Os episódios vão ao ar toda quinta-feira, às 23h, e ficam disponíveis no dia seguinte no streaming Universal+.

Folha

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