Musical celebra trajetória dos paralamas do sucesso em sp

Musical celebra trajetória dos Paralamas do Sucesso em SP – 08/05/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Em 2000, quando estavam perto de completar duas décadas de existência, os Paralamas do Sucesso planejaram uma pausa de seis meses, até logo inédita. A amizade continuava inabalável, mas o grupo sentia a urgência de repensar os caminhos artísticos.

“Estava no momento de reavaliar. Aí veio o acidente e teve uma reaproximação originário. Vimos o que podíamos fazer pelo Herbert”, lembra o baixista Bi Ribeiro. “Com a gente ele tinha exalo, e a memória foi voltando.”

A queda de ultraleve em Mangaratiba (RJ), em fevereiro de 2001, que deixou o cantor Herbert Vianna paraplégico, marcou o maduração da orquestra e selou a união dos músicos, juntos há mais de quatro décadas. Lucy Needham Vianna, mulher do cantor, morreu no sítio do acidente.

A partilha entre o antes e o depois aparece nos dois atos do espetáculo “Vital – O Músico dos Paralamas”, uma biografia da orquestra em edital no Teatro Sabesp Frei Caneca, em São Paulo, posteriormente temporada no Rio de Janeiro.

No primeiro ato, Herbert, Bi, o baterista João Barone e o empresário José Fortes, tratado uma vez que quarto paralama, são jovens, divertidos e descobrem o sucesso a partir das lendárias apresentações no Circo Voante, no verão de 1983, e na primeira edição do Rock in Rio, em 1985.

A segunda secção, mais densa, mostra que as dores, os amores e os desamores marcaram a trajetória do quarteto. A dramaturga Patrícia Andrade optou por um fluxo narrativo não cronológico, a partir da memória de Herbert, principalmente no período em que ele ficou internado no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília.

Bi Ribeiro labareda o companheiro de “jukebox ambulante”, tamanha é a bagagem músico do vocalista. Quando a memória do cantor começou a voltar, surgiram as letras e as harmonias de um repertório espaçoso que inclui, por exemplo, as letras do Legião Urbana.

“A peça tem essa asserção da força do Herbert, da recuperação dele, da fé na vida”, afirma o diretor Pedro Brício. Ele temia que o espetáculo provocasse saudosismo, mas compreendeu que a força dos Paralamas é uma potência do presente —o público canta, com os atores, as canções mais marcantes da orquestra, apresentadas em formato de show.

Os músicos são interpretados por Rodrigo Salva (Herbert Vianna), Franco Kuster (João Barone) e Gabriel Manita (Bi Ribeiro), além de Hamilton Dias uma vez que o empresário José Fortes.

O músico recria apresentações históricas, com os atores acompanhados por uma orquestra ao vivo. Músicas uma vez que “Óculos”, “Meu Erro”, “Alagados”, “Lanterna dos Afogados” e “Romance Ideal” contam a trajetória do grupo, homenageiam o rock brasiliano e comovem as gerações que cresceram com essa trilha sonora.

No caso dos Paralamas, é rock, mas é também reggae, ska, ritmos latinos e africanos, música nordestina, guitarras do Setentrião e um repertório marcado pela variedade brasileira, um tanto que vai das letras sociais às canções românticas.

“Os Paralamas, mais do que qualquer outra orquestra, foram os que mais marcaram a minha vida”, diz o produtor Gustavo Nunes, da Turbilhão de Ideias, idealizador do espetáculo junto com Marcelo Pires, da sucursal Teoria da Silva. “Tenho um prazer muito grande em fabricar projetos brasileiros. A grande satisfação é essa”.

Bi, Barone e Fortes gostaram do que assistiram no palco —Herbert ainda não viu, mas foi representado pelos filhos. “Foi muito emocionante, uma sensação dissemelhante”, descreve Bi.

Depois da peça, o baixista foi rodeado pelos atores e músicos, em uma espécie de entrevista. Queriam saber as opiniões dele, ouvir sobre o que era preciso mudar ou avultar. Bi não fez reparos. “Fiquei surpreso ao me emocionar desde o início do músico, a história foi muito muito adaptada para o formato”, disse Barone.

A reação do empresário foi ainda mais emocional —ele chorou muito. É de Fortes, segundo Bi, grande secção da responsabilidade pela longevidade da orquestra. O empresário está com os Paralamas desde o início e concentra as demandas burocráticas e financeiras.

“Ele cuida totalmente do negócio. Portanto, ficamos só com a arte”, diz o baixista. “Se não fosse ele, talvez a gente não estivesse cá até agora. Ele une todo mundo. Não só os três, uma vez que toda a equipe. Sabe mourejar com todos, tem uma paciência danada”.

Uma pessoa com deficiência, o ator Herberth Vital faz secção do elenco e aparece principalmente na temporada de recuperação de Herbert, em um processo impulsionado pela memória músico. Por coincidência, ele tem esse nome em homenagem a Herbert e ao músico Vital Dias, primeiro baterista dos Paralamas, que inspirou a melodia “Vital e sua Moto”, do disco “Cinema Mudo”.

Bi se lembra do dia em que ouviu, pela primeira vez, “Vital e Sua Moto” tocar na Fluminense FM, emissora de Niterói conhecida uma vez que “maldita” e famosa na dezena de 1980 por revelar diversas bandas de rock brasileiras. Naquele momento, ele sentiu que o trio havia, de indumentária, chegado ao mundo.

Vital Dias, que era engenheiro mecânico, saiu do grupo antes do auge, posteriormente faltar a um show. Ele morreu em 2015, aos 55 anos, vítima de um cancro no tripa.

O músico mostra os Paralamas celebrando o show no Circo Voante, em rombo de apresentação de Lulu Santos, e apavorados ao chegar ao palco imenso do Rock in Rio —uma conquista que foi fruto da insistência de Fortes. Ali, ao tocar para uma plateia imensa, a orquestra de estudantes universitários conheceu o sucesso que já dura 40 anos.

Folha

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