Com um sorriso pintado à mão, um robô invade a vivenda de uma pequena. Saído de uma animação infantil dos anos 1990, ele procura ajuda contra um temido inventor que deseja controlar toda e qualquer tecnologia. A protagonista vivida por Millie Bobby Brown suspeita que a proeza possa esclarecer o desaparecimento de seu irmão e os dois embarcam em uma jornada entre o varão e a máquina.
Se olharmos para tudo que a ficção já produziu, veremos que os dilemas entre humanos e seres mecânicos são bastante comuns. Do porvir imaginado em “Blade Runner” ao velho oeste construído em “Westworld”, a perceptibilidade sintético tem aprofundado essa integração avante e detrás das câmeras. A Netflix oferece sua resposta com “The Electric State”.
Para isso, foi necessária outra dupla, que já esteve avante de batalhas pela salvação da humanidade, e muito verba no bolso. Lançado nesta sexta-feira (14), o longa é a aposta mais faceta da história da plataforma, com um orçamento de US$ 320 milhões, e a novidade produção dirigida por Anthony Russo e Joe Russo.
Não é de agora que os cineastas trocaram os projetos da Marvel por títulos escolhidos a dedo, sob o selo do serviço de streaming. Na ressaca de “Vingadores: Ultimato”, quarto incidente que assinaram no universo audiovisual, seus esforços se voltaram à produtora que fundaram em 2017, a AGBO.
A estreia dos Russo no catálogo aconteceu em 2020 com a produção de “Resgate”, filme de ação que põe Chris Hemsworth, o Thor das salas de cinema, para resolver o sequestro do fruto de um criminoso internacional. Eles voltaram à direção em 2022 com o também custoso “Agente Oculto”, que teve seus US$ 200 mi superados por “The Electric State”.
Fundamentado no livro homônimo de Simon Stålenhag, a ficção científica imagina uma distopia em que robôs foram banidos para o “Estado Elétrico”, terreno arrasada onde esperam o término. Para impedir rebeliões, o magnata Ethan Skate, papel de Stanley Tucci, inventa um artefato que permite às pessoas interagirem com corpos robóticos.
Joe explica que o interesse surgiu da vontade de conscientizar seus filhos sobre a sujeição em relação à tecnologia. Ele fala de aplicações da IA e cuidados necessários no processo.
“A perceptibilidade sintético veio para transformar tudo. Mas precisamos lembrar que ela é um extraterrestre. Ela é estranha, pode produzir arte, mas não surgiu para isso. É necessário prometer que permaneça interligada ao varão, porquê qualquer outra utensílio”, diz o diretor.
Além das produções cinematográficas, a trajetória dos Russo ainda é marcada por episódios de sitcoms porquê “Arrested Development” e “Community”. Entre guerras de paintball e capítulos reservados a conflitos pessoais, são seriados de uma temporada marcada por orçamentos menos robustos.
Apesar da intervalo entre a universidade fictícia que revelou Donald Glover e a sociedade maquínica de “The Electric State”, os diretores explicam que o raciocínio para edificar outros mundos permanece o mesmo: eles rascunham, desenham, gravam e assistem ao material num monitor de 8 polegadas ao lado do montador.
Anterior à televisão, os Russo também citam a produção de seu primeiro filme, feito com empréstimos estudantis e muito suor. Lançado em 1997, “Pieces” teve sua estreia em um festival americano e encontrou um fã em privado: o cineasta Steven Soderbergh. O diretor é reconhecido por variar entre projetos experimentais e produções de estúdio com maior garantia de retorno financeiro.
“Soderbergh nos mostrou que não podíamos permanecer restritos a filmes porquê ‘Pieces’. Foi graças a ele que começamos a evoluir de estudantes pretensiosos para profissionais maduros com mais disciplina sobre suas ideias’, afirma Joe em uma masterclass de divulgação para estudantes da FAAP, no Brasil.
Hoje, eles têm na AGBO uma forma de investir em sets ambiciosos e sonhos de novos artistas. Foi ao lado da A24, por exemplo, que a produtora lançou o vencedor do Oscar “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”, que custou US$ 25 milhões.
De certa forma, espelham a narrativa de “The Electric State” ao unir sistemas automatizados e criações artesanais. Inclusive, encorajam os alunos a filmar com celulares.
Nem por isso descartaram a chance de guiar dois novos “Vingadores”, previstos para 2026 e 2027. “A teoria surgiu no momento ideal. Depois da pandemia, estamos ansiosos para sentar nas salas de cinema e talvez reencontrar a euforia que as pessoas sentiram com os últimos filmes”, eles dizem.