Ney Latorraca Será Velado No Theatro Municipal Nesta Sexta

Ney Latorraca será velado no Theatro Municipal nesta sexta

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Artista estava internado na Clínica São Vicente, depois agravamento do quadro de cancro de próstata, e morreu em decorrência de sepse pulmonar. Ao longo da curso, ele se destacou por vários personagens uma vez que o Vlad, de ‘Vamp’, e o Barbosa, em ‘TV Pirata’. Ney Latorraca, ator de ‘Vamp’, ‘TV Pirata’ e outros papéis marcantes, morre no Rio
O ator e diretor Ney Latorraca, de 80 anos, será velado nesta sexta-feira (27), no Theatro Municipal ( Rossio Floriano Peixoto, Núcleo, Rio de Janeiro), das 10h30 às 13h30, em cerimônia ocasião ao público. A cremação será reservada aos amigos e família.
Ney morreu na manhã desta quinta-feira (26) no Rio. Ele estava internado desde o dia 20 de dezembro na Clínica São Vicente, na Gávea, por conta de um cancro de próstata e morreu em decorrência de uma sepse pulmonar.
O cancro foi diagnosticado em 2019. Na idade, Ney foi operado e retirou a próstata. A doença voltou em agosto deste ano, já com metástase.
Ele deixa o marido, o ator Edi Botelho, com quem era casado há 30 anos. O corpo do ator será velado nesta sexta (27) no foyer do Theatro Municipal do Rio. A despedida será ocasião ao público das 10h30 às 13h30. Em seguida, o corpo vai para cremação, em cerimônia restrita à família.
O artista estreou na Orbe em 1975 na romance “Escalada” e, ao longo da curso, se destacou em novelas e programas humorísticos, uma vez que Quequé, em “Rabo de saia” (1984), o vampiro Vlad, em “Vamp” (1991) e Barbosa, em “TV Pirata”.
“Ator já nasce ator. Aprendi desde pequeno que precisava simbolizar para sobreviver. Sempre fui uma rapaz dissemelhante das outras: às vezes, eu tinha que dormir cedo porque não havia o que consumir em moradia. Logo, até hoje, para mim, estou no lucro”, disse o ator em testemunho ao Memória Orbe.
Ney Latorraca em ‘Vamp’
Ror TV Orbe
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Puerícia e curso
Ney Latorraca
Fernando Lemos / Arte Memória Orbe
Ney Latorraca nasceu em Santos (SP) no dia 25 de julho de 1944. Era rebento de artistas. O pai, Alfredo, era cantor e crooner de boates, e a mãe, Tomaza, corista.
Na puerícia, morou em São Paulo e no Rio de Janeiro, até voltar para Santos e prestar inspecção no Instituto de Instrução Canadá, escola onde formou, com um grupo de amigos que lá estudavam, a filarmónica Eldorado.
Pouco tempo depois, já em São Paulo, o ator participou da peça “Reportagem de um tempo mau”, com direção de Plínio Marcos, no Teatro Estádio. O trabalho não chegou a entrar em edital por ter sido censurado pelo governo militar – alguns atores da peça foram, inclusive, presos.
Assumiu a função de líder e cantor do grupo. Sua estreia no teatro aconteceu em 1964, em uma peça de escola chamada “Pluft, o fantasminha”. Na idade, ele tinha 19 anos. O sucesso fez com que a peça ganhasse glória fora dos muros do Instituto de Instrução Canadá.
“Fiquei completamente devastado, queria me matar. Voltei para Santos”, disse Ney sobre a ocasião.
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Em seu retorno à sua cidade natal, Ney Latorraca estudou na Escola de Arte Dramática, atuou em algumas peças locais e, no ano de 1969, finalmente estreou na televisão em “Super plá”, na TV Tupi, e no cinema em “Audácia, a fúria dos trópicos”.
Em seguida, trabalhou na TV Cultura e na TV Record, antes de estrear de vez na Rede Orbe em 1975, na romance “Escalada”, de Lauro César Muniz, dos quais elenco contava ainda com Tarcísio Meira e Susana Vieira.
Com Vera Fischer, interpretou uma cena de estupro em “Coração alado” (1980), a primeira em uma romance das oito. No folhetim, dividiu as atenções com atores uma vez que Tarcísio Meira, Débora Duarte e Walmor Chagas.
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Ney Latorraca em Coração Alado, 1980
Nelson di Rago / Orbe
Em 1990, trabalhou no SBT na romance “Brasileiras e brasileiros”. No ano seguinte, voltou para a TV Orbe e viveu um de seus personagens mais famosos: Vlad, na romance “Vamp” (1991). Outras atuações marcantes de Latorraca foram a de Barbosa, em “TV Pirata” (1988), do italiano Ernesto Gattai na minissérie “Anarquistas, graças a Deus” (1984) e do travesti Anabela em “Um sonho a mais” (1985). Na trama, aliás, fez seis papéis.
“Pensei que fosse enlouquecer. Virei o versátil da Orbe. Com essa história de versátil é que dancei mesmo. Comecei a fazer de tudo: sapatear, plantar bananeira, subir, descer, fazer árvore, jacaré, vampiro. Mas é bom ser versátil. Você não fica carimbado”, afirmou.
O ator também é lembrado por seu papel na romance “Estúpido cupido”, exibida entre 1976 e 1977, na qual viveu Mederiquis, fã de Elvis Presley e líder da filarmónica de rock Personélitis Bóis. A princípio, ele não queria o papel.
Ney Latorraca interpretando Barbosa, na TV Pirata
Ror Orbe
“Eu estava com 33 anos e interpretava um face de 17. Queria ceder, não ia mais fazer. Me botaram de peruca, todo maquiado. Quando me vi caracterizado uma vez que o personagem, falei: ‘Estou parecendo um macaco’. Falei que ficava com uma quesito: ‘Quero escolher meu figurino’. Me vesti todo de preto, sem maquiagem alguma, e pedi uma lambreta preta. Batizei-a de Brigite”, contou. “Virou um grande sucesso, estourou mesmo. Fizeram história em quadrinhos, chiclete, figurinha – e eu era uma das figurinhas mais difíceis”.
Entre seus vários trabalhos para a Rede Orbe, Ney Latorraca atuou em 18 novelas, seis minisséries e oito seriados. Tem ainda em seu currículo 23 longa-metragens e 13 peças. Sua última participação na Rede Orbe foi no seriado “A Grande Família”, em 2011.
Ao lado de Marco Nanini, ficou 11 anos em edital com a peça “O Mistério da Irma Vap”, dirigida por Marília Pêra.
Ney Latorraca em ‘Vamp’
Ror TV Orbe

Fonte G1

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