Nicole Kidman, ícone Da Tv E Em Hollywood, Faz O

Nicole Kidman, ícone da TV e em Hollywood, faz o que quer – 10/09/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Poucos dias depois de vencer o prêmio de melhor atriz no Festival de Veneza, na Itália, pelo thriller erótico “Babygirl”, Nicole Kidman viajou para Londres, para o lançamento de “O Parelha Perfeito”, novidade minissérie da Netflix, uma vez que que para reequilibrar o espírito depois de uma performance arriscada.

Em “O Parelha Perfeito”, ela é uma mulher rica e elegante que sofre por ter um péssimo marido, além de enfrentar outros eventos trágicos —um papel com o qual a atriz já está familiarizada desde o sucesso da série “Big Little Lies” e as participações em “The Undoing”, “Expatriadas” ou “Tudo em Família”, também na televisão.

“O Parelha Perfeito”, aliás, tem direção de Susanne Bier, que também dirigiu “The Undoing”, criada por David E. Kelley, o mesmo nome por trás de “Big Little Lies”.

Kidman conquistou a televisão nos últimos anos, mas, de tempos em tempos, retorna aos cinemas com performances arrebatadoras, uma vez que fez em “Babygirl”, para relembrar por que é uma das mais transgressoras e aclamadas estrelas de Hollywood.

“Espero que minhas mãos não estejam tremendo”, disse ela aos jornalistas no Festival de Veneza. A atriz estava bastante nervosa, e não era difícil entender porquê. Em “Babygirl”, ainda sem previsão de lançamento no Brasil, Kidman interpreta Romy, uma superintendente de uma empresa de robótica, casada com um marido enamorado —papel de Antonio Banderas— e mãe de duas adolescentes espertas, além de rica, formosa e poderosa. Mas tem uma vida sexual frustrada e não consegue se satisfazer com o esforço do marido, apesar de pensar em sexo e se masturbar com frequência.

Romy portanto conhece Samuel, jovem estagiário da empresa em que trabalha, interpretado por Harris Dickinson, galã de “Triângulo da Tristeza”, e tudo acontece.

As cenas de sexo não são explícitas, mas corajosas, e ambos exploram juntos seus gostos sadomasoquistas. “Eu abordo tudo artisticamente, portanto não penso em corpos por si só, mas em uma vez que me entregar completamente a esse personagem sem objurgar meu diretor. Não sei fazer de outro jeito. Não entro no cenário preocupada, querendo me proteger”, disse Nicole Kidman.

Sua personagem em “Babygirl” é uma dessas pessoas com subida tolerância para a dor. Ela aparece recebendo injeções de botox no rosto, que deixam marcas roxas, mas rejeita o uso de anestésicos para o procedimento —assim uma vez que para o tormento psíquico de viver um relacionamento proibido enquanto mantém o semblante e a agenda sem muitas alterações para não invocar a atenção.

Em “Parelha Perfeito”, ela também vive uma mulher rica que esconde alguns segredos. Sua personagem, Greer Garrison, é uma escritora famosa e obcecada em manter a teoria de que tem uma família perfeita para a mídia. Ela é casada com Tag Winbury, interpretado por Liev Schreiber, um varão que nasceu em causa de ouro, mas está falido. Eles têm quatro filhos, todos forçados pela mãe a participarem de eventos nos quais simulam uma simetria familiar inexistente.

A trama começa com o luxuoso tálamo de um de seus filhos na ilhéu de Nantucket, no estado americano de Massachusetts, quando a morte repentina da madrinha de tálamo, encontrada afogada na manhã seguinte, dá a largada para uma investigação que, além de buscar um delinquente, encontra as muitas intrigas que existem na família.

É justamente nas complexidades da psique humana que Kidman presta atenção ao escolher seus papéis. “Estou menos interessada em alguma coisa certinho ou muito sentimental, geralmente me afasto disso. Procuro por nuances, sombras, a dualidade humana e o que ela significa”, ela diz, em entrevista por chamada de vídeo.

A certeza de Kidman encontra repercussão no que Jane Campion, diretora de “Retrato de uma Mulher”, disse sobre a atriz, que interpretou a protagonista de seu filme, no início do ano. Segundo a cineasta, ela tem a habilidade de moderar a dor em uma mistura complexa de desprazer, tristeza e humilhação que são, ao mesmo tempo, tenras ou excitantes, com muitas doses de sensualidade quando isso se faz necessário.

Talvez tenha sido essa a capacidade que catapultou a atriz australiana de corpo esculpido por anos de balé clássico para Hollywood, há 25 anos, quando fez o thriller “Calma de Morte”. Pouco antes, ela havia deixado uma indústria cinematográfica em crise na Austrália, onde nasceu, para perseguir o sonho de atuar.

Em “Dias de Trovão”, conheceu Tom Cruise, com quem se casaria depois, em uma relação que foi tema recorrente do noticiário de celebridades. Em vez de se contentar com o lugar de coadjuvante glamorosa, Kidman traçou seus próprios caminhos, com alguns erros, uma vez que a mocinha de “Batman Eternamente”, e acertos que se acumulam em uma longa lista de performances arrebatadoras e audaciosas, passando também por “Um Sonho Sem Limites”, de Gus Van Sant, um retrato da sede profissional de mulheres sexualmente livres, e “De Olhos Muito Fechados”, dirigido por Stanley Kubrick.

Possivelmente, Kidman é a única atriz a terminar um filme de Kubrick desejando que o processo tivesse durado mais tempo. As cenas de nudez foram um negócio em generalidade. Elas deveriam fazer sentido para a narrativa, e ela deveria estar confortável.

Mas foi uma relação do diretor Baz Luhrmann que mudaria sua vida, quando ele a elegeu uma vez que a protagonista de “Moulin Rouge!”, lançado em 2001. Um ano depois, Kidman venceria o Oscar de melhor atriz por interpretar Virginia Woolf em “As Horas” e, nas décadas seguintes, estaria em longas ousados de Lars Von Trier e Yorgos Lanthimos, em dramas premiados uma vez que “Reencontrando a Felicidade” e até em blockbusters e filmes infantis, caso de “Aquaman” e “Paddington”.

Há sete anos, Kidman conquistou também a televisão, uma vez que atriz e produtora de um dos melhores elencos femininos de séries, com “Big Little Lies”, ao lado de Reese Witherspoon, quando se comprometeu a tirar produções com protagonistas feministas complexas do papel.

Curiosamente, foi durante uma conversa com Witherspoon, no pausa das gravações da série, que Kidman soltou uma frase que virou inspiração para o filme “Barbie”, de Greta Gerwig. “Você já pensa na morte, Reese? Porque eu penso nisso o tempo todo.”

Se a preocupação existe, ela está longe de diminuir seu ritmo de trabalho. Só na última dez, Kidman esteve envolvida em 30 produções, equiparável a Cate Blanchett e Kate Winslet, que também avançam na TV depois invadir o pódio no cinema.

Agora, Kidman conta sete projetos em prenhez, entre eles a terceira temporada de “Big Little Lies” e uma adaptação dos livros da personagem Kay Scarpetta, médicalegista que protagoniza romances de Patricia Cornwell. Ela disse ainda que adoraria fazer um filme de terror, daqueles em que testemunhar de olhos abertos é quase impossível.

Seu libido é continuar se jogando de cabeça nas coisas, e pensar que ainda não atingiu o trabalho criativo que queria é uma motivação para continuar. Ao mesmo tempo, a atriz atingiu um patamar em Hollywood em que pode admitir participar de séries mais voltadas ao entretenimento, por diversão, uma vez que é o caso de “O Parelha Perfeito”.

“Uma vez que atriz, é recreativo ter papéis tão diferentes, e trabalhar na televisão e no cinema ao mesmo tempo é incrível”, afirma a atriz. “É um momento animador para atuar. Às vezes, parece uma serra russa, e preciso segurar filme, mas é um sonho uma vez que atriz fazer personagens dramaticamente opostos.”

Folha

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