Rio de Janeiro
Desde que “No Rancho Fundo”, há menos de um mês, Marcelo Gouveia já iludiu Quinota (Larissa Bocchino) para levá-la para a leito, fugiu da fictícia Lapão da Beirada para não ser morto pelos irmãos dela e, posteriormente deslindar que a família da mocinha ficou rica, tentou reatar com ela. E ele ainda deve aprontar muito tentando desmanchar o namoro dela com seu melhor colega, Artur (Túlio Starling).
Trata-se de um clássico vilão de romance das seis da Orbe. Ou melhor, um “vilãozinho, e não um malvadão”, uma vez que define seu tradutor, José Loreto. “Ele tem um ramal de caráter, mas também é muito carismático, muito sedutor e muito envolvente, sabe?”, diz o ator. “Ele é prazenteiro e perigoso, tudo o que ele faz é de forma ligeiro, logo as pessoas vão estar rindo e, de repente, lembrar que não gostam muito do que ele está aprontando. Está sendo muito saboroso de fazer.”
Expert em personagens sedutores, Loreto diz que essa é uma particularidade procedente para ele. “Eu tenho essa tendência de seduzir, faço isso com minha filha para conseguir coisa, com a minha mãe, com minhas irmãs”, conta. “Eu sou o caçula, entendeu? Tenho duas irmãs mais velhas, tive que me especificar em seduzir.”
Já com relação ao personagem, ele tem uma hipótese sobre de onde veio essa particularidade. “Eu acho que seduzir os outros foi uma arma, uma muleta, para ele conseguir se dar muito na vida e ser o bon vivant que ele acha que merece ser”, comenta.
Nesse sentido, Quinota acabou “entrando no bolo” uma vez que um duelo a ser vencido. “Ele se apaixona por ela e a seduz, assim uma vez que seduz todas as pessoas, mas acaba perdendo o interesse. Só que depois quer reconquistá-la —e geralmente é assim mesmo, quando a gente perde é que dá valor, né?”
Para Loreto, é aí que a vilania de Marcelo entra ainda mais em ação. “Ele vai usar ainda mais essas armas de sedução depois que ela já não o quer mais”, conta. “Ele faz de um tudo, é muito manipulador e finge ser bom caráter para conseguir o que quer.”
No entanto, o ator acredita que o vestimenta de o personagem ter um pretérito triste e conturbado foi o que tornou Marcelo uma pessoa com princípios morais duvidosos. “Toda a vilania dele, ele justifica com o pretérito preterido dele, com o vestimenta de ter oferecido muito contratempo nas coisas e de ter desenvolvido em um orfanato, sem ser adotado”, afirma. “Ele sempre foi preterido.”
Loreto revela que a direção chegou a ter dúvidas sobre sua escalação porque Marcelo poderia tanger próximo a Lui Lorenzo, o cantor-celebridade que também usava a sedução em muitos aspectos de “Vai na Fé” (2023). “O Alan [Fitterman, diretor artístico da novela] ficava com muito pânico e dizia: ‘Você acabou de fazer um personagem muito potente, será que não vão descobrir parecido?’. E eu falei: ‘De jeito nenhum, vão até olvidar que eu fiz o Lui’.”
“E tenho trabalhado muito para isso”, completa. “É lícito poder fazer coisas com a mesma textura, só que com cores totalmente diferentes. O Lui era um pavão, para fora e multicolorido. Já o Marcelo Gouveia é mais minusioso, mais inteligente, mais sabido. O mundo dos dois é completamente dissemelhante, é outro universo”, compara o ator.
Por falar em universo, o da novidade romance teve que ser bastante estudado pelo carioca. Enfim, a romance se passa em um lugar não especificado da região Nordeste. “Foi um trabalho difícil, de muita pesquisa, muita leitura, muitos filmes”, descreve. “Também temos uma grande secção do elenco que é do Nordeste, e troquei muito com eles.”
Entre os que passam dicas para ele estão os repentistas Juzé e Lukete, que aparecem ao final dos capítulos fazendo versos sobre o que vem por aí. “Às vezes eu mando mensagem pedindo: ‘Me arruma uma trova só de galanteio’. E eles me mandam. Estou bebendo muito dessa manadeira para quando chegar em cena eu poder olvidar toda a preparação e ser o mais procedente provável.”
Loreto também destaca a dupla meio gato e rato que Marcelo faz com Blandina, personagem de Luisa Arraes, que é tão trambiqueira quanto ele. “A Blandina é um espelho do Marcelo, ela é uma versão mulher dele, assim uma vez que ele é a versão varão da Blandina”, avalia. “A gente reconhece muito um no outro.”
E a conexão com a parceira de cena, segundo ele, não poderia ser melhor. “A gente se conectou lindamente”, afirma. “As nossas cenas estão lindas, divertidas e sensuais. Tem cenas dos dois que já dá um queimação, um calafrio. A gente está numa química muito incrível, assim uma vez que com a Larissa [Bocchino].”
Apesar de estar emendando um trabalho no outro desde “Pantanal” (2022), com três novelas em dois anos, além de ter sido jurado fixo do Masked Singer Brasil no meio, Loreto conta que não tem mais contrato fixo com a Orbe e tem aproveitado para fazer coisas fora da emissora quando dá tempo. Ele já gravou, por exemplo, a série “Vida de Jogador”, que deve estrear em 2025 na Disney.
“Eu faço o protagonista, que é um jogador de futebol”, antecipa. “É incrível, um baita personagem. E totalmente dissemelhante dos últimos que fiz. Essa é minha missão, fazer coisas diferentes. Estou trabalhando muito com coisas muito boas. Hoje posso manifestar que estou trabalhando com o que eu quero, fazendo o personagem que eu quero com a equipe que eu quero.”
“Acho que isso é fruto de um trabalho longo. De, uma vez que diz a minha mãe, ir martelando, andando com um pezinho detrás do outro, sem dar uma passada grande demais. Estou em um momento profissional muito gostoso mesmo”, resume.
O jornalista viajou a invitação da Orbe