No Rio, Clube Do Ccbb Debate Literatura Feminina Negra

No Rio, Clube do CCBB debate literatura feminina negra

Brasil

O Clube de Leitura do Núcleo Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB RJ) inicia suas atividades anuais, no próximo dia 13, no Salão de Leitura da Livraria, a partir das 17h30, tendo porquê tema de estreia, em menção ao mês da mulher, a literatura negra feminina no Brasil.

“Na verdade, nos reunimos em torno de uma pergunta: Literatura tem gênero e cor?”, disse à Sucursal Brasil a curadora do clube, Suzana Vargas, poeta, ensaísta, escritora, professora e rabi em teoria literária pela Universidade Federalista do Rio de Janeiro (UFRJ).

As rodas de conversa ficarão gravadas e serão disponibilizadas no conduto do Banco do Brasil no YouTube, na semana seguinte ao evento.

Para o encontro de exórdio, foram convidadas duas escritoras negras: Marilene Felinto, autora da obra As Mulheres de Tijucopapo, escrita na dez de 1980 e que foi definida porquê uma bandeira do feminismo, e a escritora contemporânea Eliana Alves Cruz, com o livro O Delito do Cais do Valongo, que aborda a questão da negritude, tendo porquê tecido de fundo a história do Brasil escravocrata.

O debate conta com participação peculiar da poeta e filósofa Viviane Mosé. Nele serão levantadas, entre outras questões, se uma mulher pode redigir porquê varão ou um varão pode redigir porquê mulher; e quais são as marcas de que uma literatura é feminina ou negra, informou Suzana Vargas.

Os dois livros que serão discutidos foram escolhidos por votação popular entre os participantes do Clube no X (vetusto Twitter), logo depois do carnaval. Foram sugeridos ao público dois livros de cada autora convidada.

Autoras

Marilene Felinto é pernambucana, jornalista e escritora, graduada em letras. É também tradutora, romancista e historiador. Seu primeiro livro, As mulheres de Tijucopapo, ganhou o Prêmio da União Brasileira dos Escritores (1981) e o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, em 1982.

“É sempre surpreendente que o romance As Mulheres de Tijucopapo, publicado 42 anos detrás, escrito quando eu tinha 22 anos, desperte a atenção de gerações mais jovens, porquê acontece hoje”, destacou Marilene. Eliana Alves Cruz é escritora, roteirista, jornalista e apresentadora. Ganhou o Prêmio Jabuti de contos, em 2022.

A obra As Mulheres de Tijucopapo narra a viagem de retorno da narradora Rísia a Tijucopapo, sítio imaginário de promanação de sua mãe, evocando a história real do sítio, em Pernambuco.

No século 17, a cidade foi palco de uma guerra entre mulheres da região e holandeses interessados em saquear o estado. Nas entrelinhas, As Mulheres de Tijucopapo revelam as contradições inerentes à sociedade e à cultura multirracial brasileira.

O violação do Cais do Valongo é um romance histórico policial que começa em Moçambique e se estende até o Cais do Valongo, que foi porta de ingresso de tapume de um milhão de escravizados entre 1811 e 1831 no Rio de Janeiro e reconhecido porquê patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Ensino, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 2017.

Tema contemporâneo

Na avaliação de Suzana Vargas, a literatura feminina negra é um tema muito contemporâneo, que precisa de reflexão. “Tanto para quem faz literatura, porquê para quem é leitor. Porque o Brasil está vivendo um momento em que as questões da negritude, as questões da mulher, a pluralidade, estão muito presentes hoje na produção literária contemporânea. Assim porquê a literatura indígena”.

Por isso, a curadora acredita que o Clube de Leitura vem trazendo um modo de formar e informar os seus leitores sobre as questões principais da literatura produzida no Brasil atual. “Acho que, de traje, é uma discussão urgente e importante nesse dia, com as duas autoras e personagens que a gente vai poder facultar o público, e com a literatura que elas produzem”. Nascente será o quarto ano do Clube de Leitura do CCBB RJ.

Calendário

O Clube de Leitura do CCBB RJ terá dez encontros nascente ano, cada um com duração de uma hora e meia. Até o próximo mês de julho, já estão definidos os temas e convidados que participarão das atividades. A retirada dos ingressos é feita a partir das 9h do dia do evento na bilheteria física ou no site.

Em abril, o clube terá porquê tema caminhos e descaminhos indígenas. Participarão a autora Eliane Potiguara e a jornalista, escritora e documentarista Eliane Brum. O convidado peculiar será Anapuaka Tupinambá, participador e entusiasta da cultura do dedo indígena. É fundador e presidente-executivo (CEO) da Rádio Yandê, primeira rádio indígena do Brasil.

Em maio, o clube vai tratar do repórter clássico brasílio Lima Barreto. Quem falará sobre ele é Lilia Schwarcz, historiadora e antropóloga brasileira, e Beatriz Resende, pesquisadora e professora titular de letras da Universidade Federalista do Rio de Janeiro (UFRJ). Suzana Vargas será a mediadora.

Em junho, o tema de debate será a escritora Clarice Lispector e seu livro A Paixão Segundo G.H. O cineasta Luiz Fernando Roble, que está lançando um filme sobre essa obra, conversará com o público, além da biógrafa da escritora, Nádia Gotlib, e a roteirista Melina Dalboni. Haverá participação peculiar da atriz Maria Fernanda Cândido, por vídeo conferência, que fez o papel de Clarice Lispector no filme.

Para o encontro de julho, o tema escolhido é As 7 Cores da Vocábulo, Literatura e Pluralidade. Já estão confirmadas as presenças de Guilherme Terreri Lima Pereira, mais sabido pelo nome artístico Rita von Hunty, que é professor, ator, youtber, comediante, palestrante e drag queen brasílio, e Tom Grito, artista trans que defende a tradição da trova falada. A programação do segundo semestre ainda está sendo elaborada.

No ano pretérito, 1.243 pessoas participaram presencialmente do Clube, que recebeu os escritores Paula Tavares; Milton Hatoum; Gonçalo Tavares; Gregório Duvivier; Cida Pedrosa; Eliakin Rufino; José Eduardo Agualusa; Luiz Fernando Roble e Ítalo Moriconi; Conceição Evaristo; Mia Couto; e Antonio Torres. 

Fonte EBC

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