Troféus conquistados neste sábado (24) fortalecem o longa para a corrida do Oscar 2026, já que o Festival de Cannes é considerado um dos principais termômetros para a premiação americana. Brasil em Cannes: “O agente secreto” leva prêmios de melhor ator e direção
O filme brasílio “O Agente Secreto” fez história neste sábado (24), ao vencer dois prêmios no Festival de Cannes, uma das maiores premiações de cinema do mundo. Wagner Moura levou o troféu de Melhor Ator, e Kleber Mendonça Fruto ganhou o prêmio de Melhor Diretor.
Ambos os troféus fortalecem o longa para a corrida do Oscar 2026, já que o Festival de Cannes é considerado um dos principais termômetros para a premiação americana. A vitória no evento galicismo, no entanto, não é sinônimo de indicação ou estatueta no Oscar.
Entenda a seguir a relação entre o Festival de Cannes e o Oscar, assim uma vez que o potencial de “O Agente Secreto” na premiação.
‘O Agente Secreto’, filme de Kleber Mendonça Fruto com Wagner Moura
Divulgação
O peso de Cannes (e de outras premiações)
Ainda é cedo para manifestar se “O Agente Secreto” concorrerá a qualquer Oscar. Para isso, o filme precisa passar por uma série de processos tanto na Ateneu Brasileira de Cinema quanto na própria Ateneu de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pela premiação.
Mesmo assim, o festival galicismo aumenta a expectativa sobre o desempenho do longa em relação à premiação americana. Isso porque o festival tem um histórico promissor em relação ao Oscar — muitos dos filmes prestigiados e Cannes ganham destaque no Oscar no ano seguinte.
Entre os troféus do Festival de Cannes, aquele com maior peso na corrida do Oscar é a Palma de Ouro, o principal prêmio do evento galicismo. Um exemplo disso é “Anora”, que levou esse prêmio em 2024 e, depois, levou cinco dos seis Oscars a que foi indicado, incluindo o de Melhor Filme.
“O Agente Secreto” não ganhou a Palma de Ouro. Ela foi dada a “A Simple Accident”, de Jafar Panahi.
Isso não significa que o desempenho do filme brasílio em Cannes não tenha nenhuma influência no Oscar. Isso porque festivais renomados têm poderoso impacto no prestígio de um longa.
“Ainda Estou Cá”, por exemplo, levou o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza em 2024. Depois, foi indicado a três Oscars e venceu o de Melhor Filme Internacional.
“O Agente” não vai disputar o prêmio em Veneza porque estreou em Cannes. Mas, ainda pode concorrer ao SAG Awards e ao Orbe de Ouro, que também indicam o potencial de Oscar de uma produção – “Ainda Estou Cá” levou o de Melhor Atriz em Filme de Drama nesse último.
Quem foi o último ator a levar Cannes e Oscar com o mesmo filme
O último ator a lucrar o prêmio de Melhor Ator tanto em Cannes quanto no Oscar foi Adrien Brody, em 2003, por “O Pianista”.
Em 2019, Antonio Banderas levou o prêmio de Melhor Ator no festival galicismo, por “Dor e Glória”. No ano seguinte, o espanhol foi indicado ao Oscar, mas o troféu acabou ficando com Joaquin Phoenix, por “Coringa”.
E quem foi o último diretor?
O último cineasta a lucrar o prêmio de Melhor Direção em Cannes e no Oscar foi Billy Wilder, em 1946, por “Farrapo Humano”.
Em 2018, Paweł Pawlikowski levou o prêmio de Melhor Direção no festival galicismo por “Guerra Fria”. Depois, o polonês foi indicado ao Oscar de Melhor Diretor. O troféu ficou com Bong Joon-ho, por “Sevandija”, que tinha levado a Palma de Ouro.
O Agente Secreto
Ambientado durante a ditadura militar no Brasil, “O Agente Secreto” conta a história de um professor que se muda para o Recife e descobre que está sendo espionado.
“O Agente Secreto” estreou no Festival de Cannes no dia 18 de maio e foi aplaudido por tapume de quinze minutos.
Na prensa internacional, o filme chegou a ser definido uma vez que “thriller maravilhoso”, “obra-prima” e “monumental”.
Essa foi a primeira vez que o Brasil levou dois prêmios em uma mesma edição do Festival de Cannes. “Eu queria mandar um amplexo para todo mundo que está vendo no Brasil, principalmente para Recife e Pernambuco”, disse Kleber ao receber o prêmio de melhor direção.
Manas
Além de “O Agente Secreto”, o cinema pátrio ganhou outras homenagens no Festival de Cannes deste ano. O Brasil foi escolhido uma vez que o país de honra dessa edição.
Marianna Brennand recebeu o prêmio Women in Motion Emerging Talent, que reconhece o primeiro longa de ficção de diretoras estreantes. O troféu foi entregue por “Manas”, produção da Inquietude, em parceria com Orbe Filmes.
O filme conta a história de Tielle (Jamilli Correa), pequena de 13 anos que vive em uma comunidade ribeirinha na Ilhota do Marajó e sofre abusos sexuais dentro e fora de mansão.
Produtora de ‘O Agente Secreto’ celebra os prêmios em Cannes
Fonte G1
