Brady Corbet dirige e escreve história de resiliência que nem parece tão longa quanto de vestuário é. Com dez indicações ao Oscar, filme estreia no Brasil nesta quinta-feira (20). Por desculpa de experiências desagradáveis ou desnecessárias do pretérito, é fácil torcer o nariz para um filme com duração de 3h35 – ou 3h20, com um pausa de 15 minutos – uma vez que “O brutalista”.
Não se deixe enganar. A direção certeira de Brady Corbet (“Vox lux”) e a atuação magnética e irretocável de Adrien Brody (“O pianista”) conquistam cada uma dessas horas e fazem da estreia desta quinta-feira (20) um dos melhores filmes do ano.
A dupla transforma a difícil história de resiliência e abusos de um imigrante nos Estados Unidos posteriormente a Segunda Guerra em uma vida quase real – repleta de obstáculos e dores, mas também formosura – digna de dez indicações ao Oscar 2025.
Sem conseguir desviar o olhar de Brody, graças também à trilha sonora poderosa de Daniel Blumberg (“Um fascinante mundo novo”) e à retrato de Lol Crawley (“Sonido branco”), o público nunca sente o provável excesso da duração da obra – talvez porque todo sofrimento seja expiado pelo(s) protagonista(s).
Assista ao trailer de ‘O brutalista’
O gênio
O roteiro escrito por Corbet e sua mulher, a atriz e diretora norueguesa Mona Fastvold, não esconde as intenções de usar a trama uma vez que uma parábola sobre a relação da arte com o numerário, em próprio dentro da própria indústria cinematográfica.
Para isso, retrata a saga de décadas de um famoso arquiteto húngaro (Brody) – desde os obstáculos ao homiziar em procura do sonho americano posteriormente sobreviver ao Sacrifício até uma série de relações abusivas, das drogas à esposa (Felicity Jones) e um rico e sombrio patrono (Guy Pearce).
Desde o primícias, com o já famoso enquadramento da Estátua da Liberdade de ponta-cabeça, Corbet anuncia que a jornada de seu protagonista vai apresentar lugares-comuns sob perspectivas inesperadas. O cineasta cumpre a promessa.
Talvez até por isso a vida de László Tóth pareça tão orgânica que se confunda com a verdade. Ao final, é difícil lembrar que a história não é baseada em um personagem histórico, ao contrário do papel que deu o Oscar de melhor ator a Brody, em 2003.
Adrien Brody em cena de ‘O brutalista’
Divulgação
O predilecto
A atuação do americano, que o coloca uma vez que predilecto a receber novo prêmio da Ateneu 22 anos depois, é indispensável ao sucesso da empreitada.
Aos 51 anos, ele imprime tamanha resiliência e humanidade no protagonista que seus defeitos são facilmente compreendidos – mesmo que nunca justificados.
Seu trabalho é tão poderoso que eleva o restante do elenco, de Jones (indicada uma vez que atriz coadjuvante) a Joe Alwyn (“A favorita”) e Alessandro Nivola (“Kraven, O Caçador”).
A exceção é Pearce (indicado uma vez que ator coadjuvante), Ele até cresce uma vez que o contraponto da balança da genialidade de László, mas sua atuação na maior secção do tempo parece pertencer a outro filme.
Referto de afetações, ele entrega uma caricatura de cartola e monóculo do industrialista americano dos anos 1950. Não é um trabalho ruim, de forma alguma – somente soa deslocado no meio do realismo brutal da narrativa e dos demais personagens.
Joe Alwyn, Guy Pearce, Stacy Martin, Adrien Brody, Felicity Jones e Raffey Cassidy em cena de ‘O brutalista’
Divulgação
O horizonte
Três horas e meia podem parecer um excesso para qualquer filme. Brady prova que dá conta do recado.
Mais do que grafar um grande roteiro, ele mostra um talento supra do geral para montar uma equipe extraordinária com tapume de US$ 10 milhões, um orçamento minúsculo para os padrões hollywoodianos.
Os já mencionados Crawley e Blumberg, favoritos em suas respectivas categorias no Oscar com razão, mais do que atestam o dom do diretor.
A trilha original mesmo, com seus metais marcantes e ritmados, é uma das grandes responsáveis por dar fluidez e compasso à história, sem competir com as imagens na tela.
Aos 45 do segundo tempo, no entanto, Brady perde o nepotismo a direção pela Ateneu para o também incrível Sean Baker (“Anora”). Faz secção.
Aos 36 anos, o jovem que começou a curso uma vez que ator (você talvez se lembre dele uma vez que o loirinho de “Aos treze”) tem talento e resiliência de sobra para ocupar prêmios no horizonte – enquanto continuar a colocar a arte supra do numerário.
Cartela resenha sátira g1
g1
Adrien Brody e Guy Pearce em cena de ‘O brutalista’
Divulgação
Fonte G1
