O Dia Em Que Elvis Presley Quis Dar Uma Pistola

O dia em que Elvis Presley quis dar uma pistola de presente a Richard Nixon, presidente dos EUA

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Em dezembro de 1970, o rígido e conservador presidente Richard Nixon aceitou receber na Moradia Branca o popular cantor que havia escandalizado a sociedade americana com seus quadris rebolando. A foto de Richard Nixon apertando a mão de Elvis Presley no Salão Oval da Moradia Branca é o documento mais solicitado nos Arquivos Nacionais dos EUA.
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Em uma manhã de dezembro de 1970, um visitante inesperado chegou até a Moradia Branca, ocupada na estação pelo presidente republicano Richard M. Nixon.
Tratava-se zero menos que o rei do rock and roll, Elvis Presley, que deixou uma mensagem com os seguranças solicitando uma reunião com o presidente.
O encontro entre Elvis e Nixon foi registrado inicialmente em uma retrato —o documento mais solicitado dos Arquivos Nacionais dos Estados Unidos— e, em 2016, foi reconstituído no filme Elvis & Nixon.
Na Sala Oval, havia também um terceiro varão, o funcionário público Bud Krogh, que mais tarde foi recluso por seu envolvimento no escândalo Watergate.
Krogh atualmente trabalha na Escola de Moral Global e Liderança, em Washington, e concedeu uma entrevista à BBC sobre a inusitada visitante do roqueiro à Moradia Branca.
Elvis com o assistente de Nixon, Egil ‘Bud’ Krogh Jr., no Salão Oval.
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“Quando recebi a missiva escrita à mão por Elvis, em um avião a caminho de Washington DC, parecia muito sincera, mas eu precisava verificar essa sinceridade me reunindo com dois dos acompanhantes de Elvis para confirmar que se tratava de um pedido sério”, declarou Krogh.
O pedido se mostrou genuíno e a reunião foi realizada.
Momento histórico
Para entender porquê dois homens aparentemente tão diferentes puderam se encontrar em uma reunião tão improvável, é necessário compreender um pouco do contexto.
Naquela estação, eram dois dos indivíduos mais famosos do mundo.
Nixon, o presidente do país mais poderoso, e Elvis, um cantor com uma popularidade que atraía milhões. No entanto, ambos estavam passando por momentos difíceis em suas carreiras.
O presidente enfrentava a guerra do Vietnã, o insatisfação popular, protestos violentos e um grave problema de consumo de drogas nas grandes cidades.
Elvis, por sua vez, já estava há alguns anos sem um grande sucesso e sua imagem de ídolo rebelde havia sido ultrapassada por uma juventude atraída pelo movimento hippie, do paixão livre, do pacifismo e das drogas.
Nixon enfrentava intensos protestos universitários contra a guerra do Vietnã.
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Mas Elvis também tinha um motivo muito específico para se reunir com Richard Nixon, um libido nutrido por uma fantasia pessoal.
Segundo Jerry Schilling, um dos amigos mais próximos do cantor, Elvis adorava a teoria de lei e ordem. Ele era fascinado pela polícia e possuía uma grande coleção de armas e distintivos policiais.
Agente antidrogas dissimulado
Mas Elvis queria alguma coisa mais: um emblema genuíno que lhe permitisse atuar porquê um agente dissimulado da Dependência Antidrogas para combater as drogas que, segundo ele, estavam destruindo os Estados Unidos.
Presley convocou Schilling e outro de seus amigos próximos, Sonny West, para uma viagem secreta a Washington DC, com o objetivo de solicitar a reunião com Nixon.
No avião, Presley escreveu à mão suas razões e seu libido de ajudar o presidente.
“Ele queria usar sua influência porquê figura do entretenimento para incentivar os jovens a não consumirem drogas”, explicou Bud Krogh.
Um pouco bastante irônico, pois, porquê se soube depois, o próprio Elvis abusava de medicamentos controlados, o que, no termo, foi o que lhe custou a vida aos 40 anos.
Elvis alcançou a notabilidade em 1956 com sua música ‘Heartbreak Hotel’.
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Mas Schilling afirma que Elvis não via esse consumo da mesma forma que via o insulto de drogas ilícitas.
“Elvis não gostava da música que promovia as drogas. Ele se sentiu responsável quando o rock se tornou um veículo para as drogas. Mas ele não percebia que os medicamentos controlados também são também perigosos”, disse Schilling.
Nixon também via o problema das drogas porquê um dos maiores desafios enfrentados pela juventude americana, e seu governo formulou uma iniciativa para combatê-las.
Uma revólver automática Colt 45
Bud Krogh recomendou ao presidente que seria importante para o público vê-lo ao lado de uma figura tão popular, alguém que poderia ter uma conexão com os jovens.
A reunião foi aprovada, e a estrela do rock and roll chegou à Moradia Branca acompanhada por seus dois amigos.
No entanto, Elvis trouxe de presente para Nixon uma revólver automática Colt 45, em um elegante estojo, incluindo as balas.
“Tive que proferir a Elvis que ele não poderia levar a revólver para o Salão Oval”, explicou Krogh.
O emblema pode ser visto em Graceland, a casa-museu de Elvis em Memphis.
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No início, Nixon não estava muito impressionado com a estrela do rock. Levou qualquer tempo para tentar entender por que aquele quidam diante dele era tão popular, contou Krogh.
Depois conversar um pouco com Elvis, Nixon percebeu que o cantor havia chegado onde estava através de um caminho difícil e reconheceu sua preceito e sede para compreender o topo de sua profissão, alguma coisa que ele também fazia com a política.
Ambos também entenderam a solidão que acompanha essa posição no topo, e que, apesar de seu poder e popularidade, ambos já não estavam mais no auge.
Nixon tinha alguns tópicos de conversa preparados por seus assistentes, mas Elvis foi direto e lhe disse que havia feito um estudo profundo sobre as técnicas comunistas de lavagem cerebral.
“Esse foi um dos assuntos que me pegou de surpresa”, revelou Krogh. “O presidente disse alguma coisa porquê: ‘Continue com isso, não podemos deixar que muita gente caia na lavagem cerebral comunista’.”
Mas o que Elvis realmente queria era o emblema da Dependência Antidrogas e fez o pedido diretamente.
Quebrando o protocolo
Nixon perguntou a Krogh se poderiam lhe dar um emblema. “Senhor presidente, se o senhor quiser, podemos conseguir um”, disse o assistente. “Quero que ele tenha um”, foi a resposta de Nixon.
Elvis ficou tão emocionado com essas palavras que quebrou o protocolo e deu um amplexo em Nixon.
Elvis estava feliz. Ele conseguiu o emblema que lhe permitia atuar porquê um agente federalista antidrogas.
Ele o manteve consigo pelo resto de sua vida, e hoje está exposto junto aos seus troféus em sua mansão, Graceland, que foi transformada em museu.
A missiva de Nixon agradece a Presley pelo presente e lhe deseja o melhor para ele e sua família no ano seguinte.
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É a história do jovem que saiu da pobreza para se tornar um ídolo mundial, um milionário que ainda sentia falta de alguma coisa que não podia comprar, e tal qual sonho acabara de se realizar.
Nixon se sentiu tão satisfeito e identificado que até permitiu que os dois acompanhantes de Elvis, Jerry Schilling e Sonny West, também entrassem no Salão Oval para cumprimentá-lo.
“Meu momento predilecto daquele dia foi quando Elvis abriu a porta do Salão Oval para mim”, contou Schilling. “Ele me empurrou para dentro com uma risada e disse: ‘Não tenha pavor, Jerry, é somente o presidente’.”

Fonte G1

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