Aqueles corredores em estilo neoclássico já foram um testemunho do vulto italiano sobre a paisagem
de São Paulo —um pavilhão para dar “saúde de rico aos mais pobres”, uma vez que pregava o slogan de mais de centena anos detrás do Hospital Umberto 1º.
Na dezena de 1990, depois a falência do ambulatório, viraram cenário de peça de vanguarda, com um logo iniciante Matheus Nachtergaele vagando ensanguentado na encenação de “O Livro de Jó”, do Teatro da Vertigem.
Agora, o prédio levantado em 1915 passa por mais uma transformação. Sob a bateção de estaca e um entra e sai de pedreiros, vai sediar o primeiro braço da Soho House no Brasil, com previsão para perfurar no término de junho num pedaço do que é hoje o megacomplexo de luxo Cidade Matarazzo, na Bela Vista, que já abriga o hotel cinco estrelas Rosewood.
A rede nasceu em Londres, em 1995, e desde logo fincou mais de 40 unidades em cidades uma vez que Novidade York, Paris, Roma, Mumbai, Istambul, Barcelona e Tel Aviv.
A Soho House é um misto de hotel-boutique com clube hiper-exclusivo —que, a depender das instalações, oferece piscina, spa, bar e restaurante. Mas seu principal propósito é o networking do pessoal da indústria criativa.
Não que haja uma proibição a integrantes de outras áreas, mas o foco é atrair gente das artes, da tendência, da arquitetura, da publicidade e afins.
Uma vez aceito, o membro de uma Soho House pode iniciar o dia numa das esteiras da liceu sítio, depois transmigrar para uma das mesas do restaurante onde fará uma reunião de negócios ou dará seu expediente fora do escritório. A certa hora, a ordem é fechar os laptops para socializar com os outros sócios e aproveitar a piscina ou os drinques do bar.
Quem faz secção tem recta a levar três convidados de fora por vez para passar algumas horas na vivenda. Tem também descontos para se hospedar nos quartos da rede e, conforme o tipo de adesão, pode usar as demais unidades espalhadas pelo mundo. O dispêndio anual para se filiar pode passar dos R$ 20 milénio em sua modalidade mais premium —aquela que permite usufruir não só de uma, mas de todas as unidades
da rede espalhadas no mundo.
Uma vez que num clube de cavalheiros das antigas, há pessoas-chave num comitê, que votam em quem pode se associar.
“O perfil ideal de um membro é de alguém que tenha uma psique criativa e personifique os mesmos valores da Soho House: flutuação, originalidade e reverência”, diz a mexicana Alicia Gutierrez, diretora de filiação para a Soho House na América Latina.
A teoria, segundo ela, não é transpor barrando ninguém, mas ter alguma proeminência no seu próprio meio é, sim, um requisito. “Nossos membros são influentes em seus ramos, em suas comunidades, entre seus amigos. Mas isso não significa que sejam influencers nas redes sociais, uma vez que vemos muito hoje em dia”, diz.
Em São Paulo, os dois andares da Soho House irão rodear um recinto interno revestido que será ocupado por mesinhas e guarda-sóis. Em volta, uma cozinha ocasião servirá ao bar e ao restaurante.
No segundo caminhar ficarão os 32 quartos de hotel. Na cobertura, mais um bar e uma piscina com borda infinita. A inspiração para ela, diz Gutierrez, veio da unidade na Cidade do México que, desde sua inauguração, em setembro, “tem ficado enxurrada todos os dias”.
Para bolar a identidade da unidade paulistana da Soho House, a diretora de design Danielle Vourlas disse ter se inspirado no modernismo brasílio e se seduzido sobretudo com a legado lusitana do país —tanto que recheou de pedras portuguesas o recinto.
“Tudo vai remoinhar em torno desse recinto”, afirmava a designer californiana enquanto ciceroneava um pequeno grupo pelas obras. Já se via o esboço de um jardim tropical cercando os espaços.
Camas, mesas e outros móveis foram desenhados pela Marcenaria Piñeiro, a mesma responsável pelo mobiliário das lojas da grife Alexandre Birman no Brasil e nos Estados Unidos. Os tapetes vieram da Dom Daqui, marca de tapeçaria de luxo.
O toque de cor sítio, aliás, tem sido um marco na evolução da sisuda Soho House. O clube privado do coração de Londres foi ganhando outras caras pelo mundo, buscando não perder o rigor britânico. Nisso, foi arrastando o jet-set.
Em sua autobiografia, o príncipe Harry diz que teve o primeiro encontro romântico com Meghan Markle num cantinho da sede londrina da Soho House. E quem viu a minissérie “Inventando Anna”, da Netflix, talvez se recorde que a impostora Anna Sorokin iludia ricaços com a promessa de produzir uma clube nesses moldes.
O fortaleza de cartas de Sorokin ruiu enquanto a Soho House se expandia com a proposta de fazer com que quem diz que viajar é só trocar o cenário de sua angústia se sinta à vontade em qualquer uma
de suas casas, de Miami Beach a Istambul sem turbulência.
É roupa que às vezes essa sensação de rotina noutro lugar também existe. Se a bolha criativa que a Soho House quer atrair muitas vezes dá a sensação de viver de sarau em sarau, , existe o lado terreno de ver millennials em seus laptops trabalhando uma vez que gente uma vez que a gente em qualquer uma dessas casas. A diferença é sentir uma vez que se nunca estivesse saído de vivenda, de Londres no caso, só variando de vista.
Uma vez que se associar à Soho House
Para usar exclusivamente a Soho House São Paulo
Além de ter entrada à vivenda e poder levar até três convidado por vez, dá recta a participar dos eventos, a usar a liceu e ter descontos no restaurante e na estadia
Quanto: R$ 679,17 por mês + taxa única de introdução de R$ 3.800
Para usar todas as Soho Houses do mundo
Permite todos os benefícios da Soho House São Paulo e nas outras mais de 40 casas da rede no mundo (exceto a de Malibu
Quanto: R$ 1.720 por mês + taxa única de introdução de R$ 3.800
Menores de 27 anos
Pagam R$ 431,25 por mês + letreiro de R$ 1.630 (para se associarem exclusivamente à Soho House São Paulo) ou R$ 747,92 + letreiro de R$ 1.630 (para se associarem a todas as Soho Houses)
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