Em primeiro lugar, gostaria de prestar solidariedade a todas as famílias de passageiros e tripulantes que perderam a vida na tragédia aérea do voo 2283. Fiquei consternada quando soube e só posso expressar lamento por essa perda irreparável.
Espero que as investigações identifiquem as razões da queda do avião, para que nunca mais se repita e que haja a devida responsabilização lítico. Que esse incidente enseje um olhar mais discreto à valia de regulação pública rigorosa e independente do setor da aviação, assim porquê sobre a valia de uma fiscalização contínua de todas as aeronaves em operação no país, dos serviços de transporte de passageiros e das atividades econômicas a eles relacionadas.
Uma aeroplano não cai por um único motivo. Que o acidente enseje uma avaliação dos aeroportos e condições de trabalho, da porta do aeroporto até a porta da aeroplano, sobretudo de pilotos e pilotas. Reitero minha solidariedade às famílias e orações para que as vítimas descansem em silêncio.
Seguindo nossa série sobre orixás neste jornal, hoje conversaremos um pouco sobre Ogum, o orixá general. Orixá possessor do ferro, das guerras e tecnologias, foi pioneiro e desbravou caminhos no mundo, criando trilhas e abrindo estradas. Ele é publicado por sua força e coragem incomparáveis, e por se banhar de vermelho em batalhas.
Ogum, posteriormente suas muitas vitórias, decidiu voltar para a cidade onde ele era o rei. Ele havia se ausentado por anos, lutando para proteger seu povo e expandir seus domínios. No entanto, ao se aproximar, um pouco inesperado aconteceu.
Enquanto chegava aos portões da cidade, esperava ser recebido com festas, cantos e celebrações. Mas, encontrou um silêncio sepulcral. Ninguém saiu para recebê-lo, o povo estava reunido quieto. Ogum, sentindo-se desrespeitado, ficou furioso. Para ele, o silêncio de seu povo não era só uma falta de reconhecimento, mas também uma traição.
Sem hesitar, Ogum desembainhou sua gládio e, em sua ira, começou a matar todos aqueles que encontrava pelo caminho. Ele, com sua gládio de ferro, tomou a vida de muitas pessoas até, finalmente, sobrar exclusivamente uma única pessoa para recontar o que havia ocorrido.
Ela revelou a Ogum que o silêncio do povo não era por desrespeito ou traição, mas porque estavam jejuando e orando por sua segura volta, em profundo saudação e reverência. Ao ouvir isso, Ogum, completamente tomado pelos sentimentos de culpa e remorso, se divinizou.
Penso que esse itã é muito importante para entendermos a natureza humana dos orixás. Ogum é protetor implacável de seu povo e justo. De outro lado, é impulsivo e severo. É a natureza complexa dos orixás que motiva muita reflexão.
Cultuados em diferentes regiões, desde tempos imemoriais, os orixás possuem muitos itãs a seu saudação, sendo alguns inclusive conflitantes entre si. Não há um código único que relate a vida dos orixás. Entretanto, é provável mesmo assim entender aspectos sobre cada um deles a partir de uma reflexão sátira sobre o que aquele itã está a proferir.
A propósito, citei Ogum nesta mesma série quando escrevi o texto sobre Iansã. Nele, raconto porquê o guerreiro roubou a pele de búfala da orixá e a reflexão que se desenrolou a partir de portanto.
Mas o que não contei naquele texto é que, certa vez, ele volta de uma guerra e encontra na sua mansão uma moçoilo filha de sua mulher. Pelas suas contas, considerando o tempo que ficou fora, não teria porquê ser sua filha. Iansã coloca a moçoilo em seu braço e diz “o rebento é seu”. Ogum aceita sem questionar, criando-a porquê sua própria.
Seu paixão por Iansã é evidente, assim porquê seus sentimentos por outras orixás, porquê Oxum e Iemanjá —que será o tema de nosso próximo texto, a qual em boa segmento dos itãs é considerada porquê mãe de Ogum. Uma vez que canta lindamente Mateus Aleluia, a relação entre esses dois orixás é única.
Os povos de terreiro saúdam Ogum com um poderoso “Ogunhê!” e pedimos sua proteção na luta do dia a dia. Ele está sempre escoltado de cachorros, o que podemos pensar porquê símbolo de sua lealdade.
Sobre esse tópico, Zeca Pagodinho é lembrado pela música “Ogum”, mas tem uma outra que canta que também penso ser a rosto do orixá guerreiro, quando no refrão diz: “Quando a gira girou, ninguém suportou, só você ficou, não me abandonou, quando o vento parou e a chuva baixou, eu tive a certeza do seu paixão”.
Que o nosso pai Ogum nos abençoe sempre.
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